RENDIDA - PARTE 2 - CRIMINOSOS EM SÉRIE (Concluída)

Capítulo 46 - Amor ou sequestro

Capítulo 46

Eu estava tentando... estava realmente tentando deixar o meu corpo relaxar diante de tanta tensão, mas a minha cabeça latejando de dor e o meu coração acelerado impediu o que era para ser meu momento tranquilo. E logo estava eu com os olhos abertos, pondo a mão sobre o rosto para impedir que a claridade do sol acabasse me cegando.

— Hm... onde é que eu estou? — Questiono com os olhos pesados, sentando na cama e tentando identificar o quarto estranhamente familiar.

O quarto é realmente lindo... a cama em que me encontro é como se tivesse sido tirada de um conto de fadas, assim como o resto do quarto que exala riqueza. Mas ele também me trazia um sentimento meio controverso... e foi por este sentimento que eu lembrei do quarto. Ele é confortável... é confortável e é exatamente igual ao lugar que dormi quando Pedro me apresentou a sua casa, antes que eu voltasse para a minha cidade. Eu dormi exatamente aqui... mas não consegui observar esse lugar lindo pois a noite foi um tanto quanto... agitada.

Quando lembro do porque estou aqui... uma onda de calafrios atravessam o meu corpo e logo me dá uma vontade de chorar. Meus olhos se enchem de lágrimas quando os acontecimentos da noite passada me vem à mente. Eu não lembro de tudo de forma concreta, como o que aconteceu após sentir Pedro dentro de mim, mas... as mortes, o meu estado e a cova que Pedro cavou são coisas que não conseguem abandonar minhas lembranças.

A última coisa que me lembro de forma falha é de estar nos braços de Pedro dentro de uma banheira... mas tudo está confuso demais na minha cabeça.

Me levanto da cama um pouco tonta, procurando na cômoda ao lado por qualquer remédio que sirva para dor de cabeça, mas não tem nada além de um copo de água e um abajur extremamente chique.

— Cara, é só deixar isso aí...

Salto assustada ao ouvir uma voz tão próxima de mim, revelando que alguém entrou no quarto, e quando eu me viro com o coração na mão, é com Lucas e Enzo que eu me deparo. Eu arfo aliviada, pensando que poderia ser algum desconhecido ou até mesmo Pedro, quem eu definitivamente não me sinto pronta para ver, porém a expressão dos dois revelam um certo choque e constrangimento ao estar me encarando, o que me deixa confusa.

Eles me viram na noite passada... não deveria ser uma surpresa, então por que estão me encarando assim?

— Opa! Visão proibida! — Murmura Enzo, virando-se de costas e batendo no ombro de Lucas para fazer ele fazer o mesmo, ao perceber que Lucas continuava a olhar para mim.

E eu tenho quase certeza de ter visto uma admiração nos seus olhos brilhantes... e eles estavam direcionados especificamente para o meu corpo...

De forma automática e curiosa, abaixei a minha cabeça sem entender o motivo de tanto alvoroço, mas a imagem com que eu me deparei me fez entrar em pelo menos uns dez estados de choque. O meu coração quase parou e na minha cabeça, eu não consegui parar de repetir para mim mesma o que diabos eu estava fazendo para não ter percebido.

— AI MEU DEUS! — Grito completamente envergonhada, trazendo o cobertor da cama para a frente do meu corpo praticamente nu.

Merda... eles estavam praticamente me olhando nua! Mesmo que eu esteja usando uma camisa social branca de Pedro, a minha falta de sutiã e a luz sol deixando o tecido da camisa transparente foi um grande fator para eu ter a certeza de que eles me viram exposta.

Merda! Merda! Como eu não percebi isso antes? Eu não acredito que eles me viram assim... Pedro também não vai acreditar! É capaz dele matar os dois apenas por ter visto os meus seios sob a camisa.