Sobre o Tempo e o Destino: o recomeço

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Sobre o Tempo e o Destino

Frequentemente, o Destino e o Tempo discutem sobre o mesmo tema.

O Destino tem a estranha necessidade de separar as pessoas,

Enquanto o Tempo está sempre inconformado com essa ideia.

As pessoas geralmente pensariam que a situação normal seria o contrário,

O Destino defender o amor enquanto o Tempo o tira de cena, mas não é a Verdade.

O Destino é obstinado e orgulhoso, e não gosta de ser mudado.

Enquanto o Tempo é flexível. Ele pode ser um Século, um Minuto, um Bater de Asas, um Suspiro, e nos dias mais intensos e exigentes: Um Toque.


A primeira coisa que os olhos da garota alcançaram foi o banner bem na entrada. O Centro de Artes de Seul expunha em seu Foyer, uma linda galeria que abrigava obras de diversos artistas. Ela se curvou brevemente para a jovem que distribuía os folhetos de guia, exatamente da forma como Aurora havia a ensinado a fazer ali na Coreia. Encarou a frente do item com as enormes letras coreanas e praguejou por saber, no máximo, pronunciar algumas daquelas palavras. Seu descontentamento durou poucos segundos, porque o inglês estava estampado em cada canto com a iniciativa de ajudar os turistas.

Do lado direito, diversas fotografias em preto e branco estavam expostas, de tamanhos absurdos, cada uma mais expressiva do que a outra. Um rosto feminino com uma lágrima tênue, o sorriso de uma criança, um casal de idosos sentados em um banco de praça. Se demorou analisando as fotografias das pessoas que escondiam suas cores dentro do cinza atenuado.

À medida que as fitava, lia mais sobre as obras no folheto que tinha em suas mãos. Ela virou-se sem muita pressa para a parede oposta, se desviou de um casal de pessoas sofisticadas e começou a apreciar as pinturas à mão. Demorou mais tempo por ali.

Havia um burburinho notável no meio da multidão. Críticos de todas as classes e estilos estavam presentes, cidadãos comuns também se aventuravam, além de turistas, famílias inteiras e casais apaixonados, todos com um item em comum: o amor à arte ou simplesmente, curiosidade.

A garota se desviou mais uma vez de um grupo de adolescentes muito bem-vestidos para chegar ao próximo quadro. Estava quase ao centro da parede, não parecia ter mais do que sessenta centímetros. Na pintura de fundo azul delicado, dois crisântemos se faziam companhia. Um era branco e relativamente comum enquanto o outro era amarelo e bem vistoso, suas pétalas eram extensas e se curvavam umas sobre as outras. Pérsia se demorou na imagem de ambas as flores procurando o significado por trás delas. Seus olhos caíram sobre o nome do autor e vislumbraram "푸른".

Memorizou o desenho daquelas letras e a pronúncia, procurando aquele nome no folheto em sua mão. A pintura logo entrou em seu campo de visão após virar algumas páginas. Os dois crisântemos, aparentemente simples, possuíam sob si o nome de seu autor exatamente da mesma forma que estava no quadro. Pérsia buscou pelo significado daquela obra e não encontrou muita coisa, diferente dos quadros anteriores. Franziu o cenho e se viu um tanto frustrada, depois voltou a fitar o quadro. Não era tão difícil se concentrar nele, porque a maioria das pessoas na sala falava a língua nativa.

— Também não encontrou uma explicação para os crisântemos? — uma voz suave alcançou seus ouvidos em um inglês perfeito.

Ela se virou para encarar aquele que lhe falava e encontrou um par de olhos finos como os demais. O homem estava guardado em uma blusa social de seda branca e sobre ela, havia um blazer azul bem escuro que delimitava com excelência o firmamento de seus ombros. A calça era social e da mesma cor do blazer, mas não havia cinto. Sua cintura era muito marcada e os pés abrigavam sapatos sociais muito bem envernizados, em suas mãos era possível notar alguns anéis espalhados. Os cabelos prateados estavam penteados em seu aspecto molhado. A destra abrigava uma taça fina de champanhe.

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