Capítulo oito

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27 de agosto de 1943:

Eu me olhava no espelho e alisava o meu vestido, ele era de um rosa-claro e tinha um cinto da mesma cor, não tinha nenhum detalhe, mesmo assim, era bastante bonito. Pego em cima da cama o meu chapéu e coloco as minhas luvas, eu sairia para comprar algumas coisas que mamãe pediu.

Saio do meu quarto carregando a minha bolsa de mão e desço os degraus da escada. Um por um, quando cheguei no primeiro andar, eu coloco meus sapatos que eram baixos.

_ Já vai querida? - Aceno com a cabeça concordando. _ Pegou o dinheiro? - Mostro a bolsa para ela. _ Então vá e não demore.

Abro a porta e saio por ela, vejo a senhora Marie podando seu arbusto e a cumprimento com um aceno de cabeça.

Vou andando calmamente e fico vendo as crianças brincando na rua, nesse tempo estava acontecendo a guerra, mas em algumas regiões parecia que nem mesmo existia a guerra.

Passo por um senhor bem-vestido e ele andava com ajuda de sua bengala e ele me olhou com curiosidade.

_ Senhorita? - Me chamou e eu parei para olhá-lo. _ Você tem uma alma bem escura. - Levanto uma sobrancelha. _ Venha, lhe contarei algo.

Atravessou a rua e eu o segui, ele se sentou em um banco que não batia sol e eu me sentei ao seu lado. Ele me olhou sorrindo e eu apenas o esperei falar.

_ Eu sou um bruxo que pode sentir o cheiro de almas, sou sensitivo nas palavras dos trouxas. - Já tinha lido livros sobre eles, essas pessoas tinham um dom que nem mesmo Merlim descobriu de onde vinha. _ Sinto um forte cheiro de fumaça vindo de você e eu nunca senti uma alma tão escura quanto a sua.

_ Isso é mal? - Ele deu ombros.

_ Eu já senti vários cheiros durante a minha vida, mas um cheiro como o seu é o primeiro. Se eu sentir cheiro de rosas que dizer que alma da pessoa está se desenvolvendo, se eu sentir mel, que dizer que a alma já é antiga.

_ Você descobriu o porquê de ter esse dom? - Ele sorriu enigmático.

_ Eu não tenho a certeza, mas apenas aquelas pessoas que no ventre da mãe presenciaram uma coisa, será presenteado com esse dom.

_ Que tipo de acontecimento?

_ Eles têm que ser beijados pela morte. - Não fazia sentindo.

_ Como assim?

_ Eu criei uma suposição, todas as mulheres que foram beijadas pela morte teriam uma marca de nascença em seu peito esquerdo, a marca seria uma foice.

_ Entendo, mas quando elas seriam marcadas?

_ Quando engravidasse. - Fazia um pouco de sentindo. _ No terceiro mês elas cairiam numa febre fortíssima e no quarto receberiam a presença da morte para levá-las, mas o bebê que estaria no ventre da mulher não deixaria e por conta disso, eles seriam beijados. Mas um pouco da magia da Morte passaria para eles e a marca ficaria na mãe.

_ Então você roubou um pouco da magia da Morte? - Ele concordou. Interessante. _ Existem outros como você, não existe?

_ Sim, alguns escreveram livros sobre esse dom, mas os livros acabaram sendo perdidos e apenas um restou no mundo. - Deve ser aquele que falava sobre o espelho Ojesed.

_ Eu li em um livro sobre vocês, mas não explicava como ou o porquê vocês teriam esse dom. Alguns podem ver a alma, outros senti-la.

_ Sim, eu nunca os encontrei, mas eu sei que eles existem. - Sorrio. _ Mas a sua alma.- Estalou a língua. _ Ela é interessante.

A Garota de Tom Riddle (Versão DOIS)Onde histórias criam vida. Descubra agora