gavião nem é tão ruim assim... - [chifubaji]

CORTINAS CARALHO - capítulo único.

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— Eita, que quarta agora é dia de clássico — anunciou Pah-Chin em meio a um bocejo.

— Não acredito que vou ter que suportar o Baji torcendo pelo Flamengo — bufou Hakkai enquanto saía da escola acompanhado dos meninos.

Era final de aula, todos já tinham sido liberados e estavam caminhando rumo às suas casas.

— Queria que eu torcesse por quem? Por aquele gavião de bosta? Nem fodendo.

— Deixa os xingamentos pra amanhã, senão, daqui a pouco, você e o Draken estão se batendo — pediu Mitsuya.

Draken, que só escutava tudo, revirou os olhos diante da fala do amigo, escolhendo ficar calado para não arrumar confusão.

Era sempre assim. Toman, nome dado por Mikey, sempre foi um grupo que prezava pela amizade acima de qualquer outra coisa. Isso até ter jogo entre os times deles.

É só colocar um monte de torcedores fanáticos dentro de uma sala para assistir futebol pra ver a desgraceira acontecer. Dia de jogo só se esperava porradaria entre os membros do grupo. Sempre, sem falta, acabava em briga, mesmo que não a levassem para o lado pessoal e esquecessem no dia seguinte. 

E quarta-feira era dia de Corinthians x Flamengo, final de Brasileirão, narrado por Galvão. Nenhum deles era louco de perder, principalmente Baji, que era flamenguista roxo e não perdia um jogo. O garoto era fanático pelo time e era fiel à sua bandeira mais do que qualquer um. Pra ele, era Deus no céu e Gabigol na terra.

— Vai ser na casa de quem, dessa vez?

— O Take disse que pode ser na casa dele. A mãe dele vai estar de plantão no hospital, então a casa tá liberada — informou Mikey.

— Então a gente se vê lá amanhã — anunciou Baji, se despedindo do grupo. — Avisem se precisar levar alguma coisa, falo!

Sete e meia, faltando meia hora para o jogo, o clima dentro da casa do Hanagaki já era o mais tenso possível.

Do lado direito da sala estavam Baji, Mikey e Peh-Yan, formando o grupo de flamenguistas. Já do lado esquerdo, estavam Takemichy, Draken, Mitsuya e Hakkai, os corintianos. No meio deles, estava o restante do pessoal que só estava lá pela treta que ia dar no final.

Os torcedores dos times que iam jogar mal tinham se falado durante o dia. A amizade continuava, mas a rivalidade era ainda maior. Baji e Draken já tinham se estranhado horas antes, então, assim que se encontraram na casa do loiro, nem fizeram questão de se cumprimentar.

— Alguém quer fazer aposta? Pode ser qualquer valor — Nahoya, que estava com o grupo no meio da sala, sugeriu com um sorriso perverso, já sabendo que aquilo só traria mais briga. E era justamente isso que ele queria, porque se tinha uma coisa que ele gostava, era briga. — Se quiser chutar o placar também, você tem mais chance de sair com o dinheiro todo.

Rapidamente, os meninos na sala aceitaram, começando a apostar o que tinham no bolso.

— Takemichy, seu amigo não vai vir? Será que ele não quer participar da aposta? — pediu Draken.

— Quando ele chegar, a gente pergunta — respondeu o garoto, e ele concordou.

As apostas até então estavam com um ponto a mais para o Flamengo, sendo seis do Rubro-negro e cinco na Gaviões. Os chutes ao placar eram dos mais variados: dois a um; uma a zero; dois a zero, entre outros.