Voltando para casa depois de mais um dia monótono de uma vidinha pacata e sem graça, ter essa sensação de fadiga e vazio já se tornou corriqueira assim como essa "rotina" de acordar, levantar, se trocar e ir até aquele lugar que esgota minhas energias de ter que ver todos aqueles rostos daquelas pessoas e sentar numa cadeira e uma mesa fazer a mesma coisa todos os dias durante mais de 4 horas diárias.
Entro em casa no final da tarde e então olho para o relógio na parede que faz "tic-tac" com cada minuto sendo arrastado, cansaço logo toma conta do meu corpo. Apenas tiro os calçados e caiu sobre a cama, as pálpebras rapidamente ficando pesadas e a respiração desacelerada, fecho meus olhos deixando o estupor tomar conta de mim e adormeço sem nem mesmo apagar a luz.
Eu acordo ouvindo arranhados, grunhidos e gemidos dentro do velho armário em frente a minha cama. Pela minha casa e meu armário serem muito velhos, ignorei e tentei voltar a dormir.
Mas não conseguindo logo meu cérebro começa a focar nos sons em volta, o tic-tac do relógio, o ranger do armário, a gota da torneira pingando, td começa a soar cd vez mais alto, mas o pior era que ouvi a porta do armário se abrir.
Por ser uma velharia e ter as dobradiças desgastadas pelo tempo ignorei por ser algo normal, mas então senti uma forte ardência em meu braço e logo em seguida começa a escorrer de minhas feridas algo quente que imaginei ser sangue, abro meus olhos e vejo q a luz agora estava vermelha.
Um vermelho intenso, que cobria todo o quarto e juntamente as feridas que estavam se formando em meu corpo que sangrava com a mesma cor daquela luz, que agora meus olhos acabam por se acostumar.
De dentro do armário se esgueira uma figura assombrosa, pálida com membros compridos e ossudos, quase sem cabelo, magra e com unhas compridas e pretas de sujas, um bafo quente com cheiro de podre que saem de sua boca com dentes amarelos que adorna um sorriso escancarado.
Seus olhos dilatados e arregalados sem pálpebras e muito marcados por linhas de expressão de sua pele de aparência envelhecida e rachada juntamente de uma cabeça desproporcionalmente grande junto de seu tamanho enorme que está envolto em apenas um pedaço trapo na parte inferior do corpo.
Tento me mexer mas me sinto congelado, a respiração falhando peito arfando coração acelerado a garganta se fechando as pupilas dilatando e a sensação de perigo eminente que congela meu corpo de forma tão rápida quanto o suor frio que escorre do meu corpo.
Desejando que fosse uma ilusão, o que me toquei que não era assim que que mão grande me toca, tento gritar mas nada sai além de grunhidos e tentativas do que seria um grito de pavor que foi abafado pela mão da criatura.
Aquelas mãos ossudas e pálidas com unhas longas e sujas, pretas de tanta sujeira que havia debaixo delas.
Ela lentamente começa a levantar minha blusa, fecho meus olhos com força não querendo mais ver aquela cena, o que se torna inútil quando os abro sentindo uma ponta de dor. Ela então começa a cortar minha carne com suas longas e nojentas unhas, a noite estava fria assim como o suor que não parava de pingar.
Tentava me debater mas não conseguia parar de tremer, desesperadamente tentando gritar e berrar mas já não havia forças pra isso com a garganta tão arranhada das tentativas anteriores.
Sinto os olhos dela fitando minhas feridas, olho para cima e me deparo com aqueles olhos famintos por carne e ela sorrindo para mim como se estivesse feliz.
Ela começa a cortar meus músculos e a comer as fatias retalhado então daquilo que seria minha carne, a cama molhada e quente de tanto sangue que escorria que parecia um riacho de tanto que sangrava e a velocidade que o sangue se espalhava, contratando com a lentidão do relógio na parede que cada vez ia parecendo mais lento.
O tic-tac daquele então relógio ia parecendo cada vez mais alto junto das gostas da torneira da pia da cozinha que pingava e pingava sem parar e no meu cérebro começava a ecoar.
Mas não mais que a dor que meu corpo sentia e a imagem daquela criatura que minha mente veio a assombrar.
Sua boca ensanguentada começa a alargar o sorriso assim como uma criança que estava feliz por comer sua comida favorita no jantar.
Meu peito acelerado e eufórico de repente é perfurado e meu coração arrancado.
O Que eu não entendia era o porque eu não morria a dor agonizante, o sangramento constante e a dificuldade de respirar sufocante e o ar frio do quarto só piorou tudo enviando pelo meu corpo mais arrepios e calafrios e piorando a minha constante tremedeira.
Então tudo fica escuro, acordo em minha cama, minha forma trêmula e em choque em claro desespero, ainda sentindo a sensação daquela pele desidratada e fria em mim, demoro um tempo até acalmar meus soluços e a minha respiração.
Ainda com os olhos marejados olho para fora e estava quase escurecendo, então que percebo a mancha vermelha em minha roupa, logo em seguida uma pontada de dor, levanto minha blusa e vejo arranhões e feridas, logo em seguida algo estranho começa arranhar a porta do armário e então ela começa a se abrir, eu não sabia oque era apenas que precisava fugir, saí correndo e não olhei para trás.
Longe de casa ligo para um familiar e pergunto se posso passar uns dias em sua casa, começo a me questionar do então horrível pesadelo mas.. aquela criatura realmente estava apenas na minha mente?
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𝕻𝖊𝖘𝖆𝖉𝖊𝖑𝖔 -- 𝗁𝗈𝗋𝗋𝗈𝗋
HorrorApenas uma pequenaa história q escrevi baseado em um pesadelo que eu tive, essa é minha primeira publicação aqui então espero que esteja do agrado de vocês :)