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Peguei a câmera e comecei a gravar, iria fazer uma trollagem com minha namorada. Iria dizer que estava traindo ela, no caso induzir uma traição e tals...

     — Tive um pesadelo. — deitou na cama me abraçando. — Foi horrível.

     — O que aconteceu no sonho, meu bem? — perguntei sem interesse.

     — Eu tava tipo naquela música da Billie. Eu pulei da ponte, consegui voar e tals, mas eu caí lá de cima. — olhou para mim, sorri olhando o celular.

A garota parou de falar e deitou novamente perto de meu corpo, suspirou contra meu peito e dormiu ali. Alguns minutos depois, começo a falar fingindo estar em uma chamada de voz.

     — Ela não sabe, tá dormindo aqui. — falei meio baixo, pra fingir que era segredo. — É uma boa, que hora?... Agora? Tá, tô saindo.

Me afastei do abraçado da mulher, já sabendo que ela estava acordada. Entrei no banheiro, fiquei alguns minutos e comecei a falar com a câmera.

Sai alguns instantes depois, ela estava sentada na cama. Havia passado bastante perfume, fazendo ela sentir lá de onde estava.

     — Vai onde, Kauã? — perguntou sentada na cama me encarando.

     — Eu vô lá comprar comida pra gente, ué.

     — E precisa mentir pra mim? O que eu não posso saber, Kauã? — perguntou séria, o que eu iria falar agora? Me deixou arrependido ter começado com aquilo. — Não vai falar nada?

     — Eu já falei, vô lá comprar comida pra gente. — fingi estresse e sai do quarto batendo levemente a porta.

Me senti horrível por ter começado com aquilo, eu sabia o quão sensível e insegura S/n podia ser. Às vezes, ela chorava escondida no quarto, eu fingia não ver pra deixar ela se acalmar um pouco.

Fiquei mais de uma hora longe de casa, eu tinha comprado um perfume pra ela enquanto andava sozinho pela cidade. E então pra deixar tudo mais perfeito, espirrei o produto em mim, inalando o cheiro doce.

Voltei pra casa e entrei no quarto, agora ela estava de cabelo molhado, vestindo apenas meu moletom preto. Era uma visão do paraíso. Seus lábios rosados me chamavam, eu queria tanto beijar ela.

     — Tá me olhando assim por que, meu bem? — perguntou desviando o olhar do celular para mim. — Por que demorou tanto? Não ia só comprar comida... Pra gente?

Engoli em seco, eu realmente ia comprar a comida, até disso esqueci. De verdade.

     — Eu esqueci de comprar, desculpa. — me aproximei, mas ela levantou da cama e me olhou. — Que foi?

     — Que cheiro é esse? — fiz cara de sonso. — Kauã, que porra de cheiro é esse? — pegou minha camiseta pela gola e cheirou.

Comecei a inventar desculpas esfarrapadas. Uma pior que a outra. Eu só queria que ela caísse igual mosca em merda...

     — Eu tava com uma amiga, só isso!

     — Então pra tu tá com o cheiro dela quer dizer que vocês estavam fazendo o que? Se agarrando? — proferiu as palavras ásperas. Seus olhos se enchiam de água. — Pô, Kauã, por que fez isso?

     — Eu não que-

     — Não queria? Então por que fez? POR QUE ME FEZ DE IDIOTA? — gritou, me assustando. — Invés de me trair já sabendo que iria me machucar, por que não terminou? É tão difícil dizer que não gosta mais de mim?

Fui para fora do quarto, voltei com a caixa do perfume em mãos. Vi o rosto da mulher se acalmar um pouco, não que ela não queresse me matar... Ainda.

     — Eu tenho cara de que? — comecei a falar. — Minha princesa, nem se eu tivesse mais de uma vida eu te trairia.

     — Porra, Kauã. — se afastou colocando a mão na boca. — Serião, por que fez isso?

     — Conteúdo.

     — Eu jurei por tudo, que eu não era o suficiente. Que vontade de te matar. — pegou uma coberta e um travesseiro. — Toma, agora termina a tua trollagem longe da minha cama, tá?

Tá um cu, eu sei.

Eu não revisei, se tiver erro relevem.

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