· capítulo único ·

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- sem smut
- pouco mais de 1500 palavras
- um pseudo conto de suspense

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- Tem certeza, Zayn?

- Se você me perguntar isso mais uma vez, eu vou te bater, Niall.

- Tá bom, parei - respondeu erguendo as mãos em rendimento - Mas você vai ficar sozinho mesmo? Não acha perigoso?

- Isso aqui é uma escola, o que poderia dar errado? - respondi terminando de beber meu suco. Sinceramente, porque ele estava com tanto medo?

Quando minhas aulas da tarde terminaram, era cerca de 19h, então fui direto para o laboratório de robótica do colégio, que era completamente afastado do restante dos prédios de aulas teóricas, para voltar a programar aquele robozinho de luta. Eu precisava estar com tudo pronto para o dia seguinte e não mediria esforços para terminar esse projeto.

Havia avisado aos meus pais que dormiria na casa de Niall essa noite, e havia avisado ao Niall que, assim que eu terminasse aquele trabalho, lhe mandaria uma mensagem para ir me buscar. Estava tudo em ordem... exceto aquele robô. Argh por que eu tinha feito um projeto tão difícil?

Fiquei naquela sala pelo o que pareceu uma eternidade, o que realmente acho que foi, por quê quando saí para alongar um pouco as pernas, tudo já estava trancado e não tinha mais ninguém por ali. Ótimo, sozinho num lugar enorme em pleno halloween, não tinha como piorar.

Decidi que iria para a cantina pegar algum salgadinho numa daquelas máquinas automáticas, e assim que apertei o botão numerado, toda a energia elétrica do prédio caiu, me deixando na completa penumbra, com alguns raios lunares entrando pelas janelas grandes do cômodo, e o pior de tudo: sem meu salgadinho.

Me orientando somente pelo o que eu já conhecia da disposição dos objetos, fui andando devagar para voltar ao laboratório pegar meu celular, tateando as paredes, quando senti uma brisa gélida atravessar todo meu corpo, me deixando completamente arrepiado; o que não fazia sentido, já que não havia nenhuma janela aberta. Que estranho.

Assim que virei o corredor, vi uma espécie de vulto se escondendo atrás dos armários, mas desconsiderei aquilo, provavelmente foi a luz da lua oscilando. Alcancei a maçaneta da entrada do laboratório, senti novamente aquela sensação gelada pelo meu corpo, me fazendo fechar o zíper de meu casaco, e quando finalmente abri a porta, vi novamente um vulto deslocando-se no canto da sala, seguido do som de um objeto se quebrando contra o chão. Ótimo, o vento foi tão forte que fez derrubar uma das engrenagens do robô.

Alcancei meu celular, vendo que ele não ligava, provavelmente estava sem bateria, voltando a largá-lo sob a bancada central no cômodo, e fui para onde a engrenagem havia caído. Porém, a janela aberta me prendeu a atenção; aliás, a janela que deveria estar aberta, mas se encontrava com um cadeado a mantendo perfeitamente fechada. De onde vinha aquele vento então?

Encontrei em um dos armários do cômodo uma espécie de lamparina, bem velha e não usada há muito tempo, e tentei acende-lá, mas acabei cortando meu dedo no processo. Aquela noite poderia piorar?

Sai correndo em direção ao banheiro, sentindo um frio na barriga, mas não igual as outras vezes, era uma sensação incômoda, como quando alguém está te observando, mas eu estava sozinho naquela escola, aquilo não poderia estar acontecendo, certo? Era impossível ter alguém me observando se nem ao menos tinha alguém ali, não é?

Balancei a cabeça limpando meus pensamentos, empurrando com o ombro a porta do banheiro e, numa ação automática e inútil, tentei acender a luz, vendo a lâmpada apenas falhar e apagar totalmente de novo. Fui até a pia, lavei a mão que estava machucada, lavando meu rosto em seguida, desejando que aquela sensação gélida sumisse.

Therasia - ziam versionOnde histórias criam vida. Descubra agora