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Jimin

— Ji, acorda, gato —, Jungkook sussurra, tocando os lábios na pele macia sob minha orelha.

— Você fica tão bonito quando está acordando. — Abro um sorriso e o puxo pelos cabelos para ver seu rosto.

Esfrego o nariz contra o dele, e ele ri.

— Eu te amo.—, diz e cola os lábios nos meus..Só que eu não sinto nada.

— Jungkook? —, chamo.

— Jungkook? — Mas ele desaparece do meu lado…

Abro os olhos e sou lançado de volta no mundo real.

O quarto estranho está um breu, e por um segundo não sei onde estou. E então me lembro:
num quarto de motel.
Sozinho.

Pego o celular no criado-mudo e vejo que ainda são quatro da manhã. Enxugo as lágrimas do canto dos olhos e fecho-os novamente, para tentar voltar para Jungkook, mesmo que seja apenas num sonho. Quando acordo de novo, são sete horas. Entro debaixo do chuveiro e tento aproveitar a água quente e relaxante.

Seco o cabelo e passo a maquiagem; hoje é o primeiro dia em que sinto minha aparência minimamente
decente. Preciso me livrar dessa… bagunça dentro de mim. Sem saber o que fazer, sigo o exemplo da minha
mãe e capricho na maquiagem para esconder o que tenho por dentro.

Quando termino, pareço revigorada de alguma forma, e até bonita. Faço cachos no cabelo, tiro o vestido branco da mala e faço uma careta. Ainda bem que tem
um ferro de passar no quarto. Está frio demais para este vestido, que não cobre nem os joelhos, mas não vou ficar na rua por muito tempo.

Pego umas sapatilhas pretas e coloco na cama, ao lado do macacão.
Antes de me vestir, arrumo as malas de novo, para deixar tudo pronto. Espero que minha mãe ligue com alguma notícia boa sobre o alojamento. Caso contrário, vou ter que ficar aqui até ela conseguir alguma coisa, o que vai acabar com o pouco dinheiro que tenho em dois tempos.

Talvez eu devesse procurar um lugar para alugar. Quem sabe não consigo bancar um apartamento pequeno perto da Kim?
Abro a porta e vejo que o sol da manhã derreteu a maior parte da neve. Ainda bem. Assim que destranco o carro, Trevor sai do seu quarto, a duas portas do meu. Está de terno preto e gravata verde; bem elegante.

— Bom dia! Eu poderia ajudar com isso, sabe —, diz ele, ao me ver carregando minhas malas.

Na noite anterior, depois que de comer pizza, vimos um pouco de TV e contamos histórias sobre a faculdade.
Como ele já era formado, tinha muito mais a dizer do que eu. E, embora eu realmente tenha gostado de ouvir sobre
como a minha experiência na faculdade poderia – e deveria – ter sido, fiquei um pouco triste também.

Não foi uma boa ideia ter ido a tantas festas com gente como Jungkook. Seria melhor ter encontrado um grupo pequeno de amigos de verdade. Teria sido tão diferente, tão melhor.

— Dormiu bem? —, pergunta ele, tirando um molho de chaves do bolso.

Em seguida, apertando um único botão,
liga o motor do BMW. Claro que o BMW é dele.

— Seu carro liga sozinho?— Eu dou risada.

Ele me mostra a chave.

— Na verdade, ele precisa dessa coisa aqui para ligar.

— Que chique. — Abro um sorriso levemente sarcástico.

— Conveniente —, rebate ele.

— Extravagante?

AFTER - Depois da verdade  -  JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora