♡Good Mooning♡
Pesadelos. Um assunto delicado para a maioria das pessoas. Nem sempre derivado de um trauma passado, às vezes apenas de um aborrecimento diário, como brigas com quem amamos e nos arrependemos amargamente. Para alguns, suas gargantas fecham, para outros, seus corpos tremem, para terceiros, apenas um sentimento ruim no peito.
No caso do protagonista dessa história, seus pesadelos vem de traumas do passado, não muito distante, no caso apenas há alguns anos. Fora antes do divórcio de seus pais — o qual agradecia todos os dias — e desde que se lembra por humano seu pai nunca foi de fato agressivo com sua mãe ou ele; sua infância foi por boa parte muito boa financeiramente. Sua mãe, doce e querida, sempre estava em casa, não precisava trabalhar para sustento, o fazia por lazer e adorava aprender sobre coisa mais cotidianas: tricotar, custurar, desenhar e outras coisas de seu interesse.
Seu pai estava sempre fora de casa, Ash podia jurar que nunca o viu com roupas caseiras a menos que seu escritório tenha pego fogo ao ponto de não poder trabalhar; ele era rígido, sempre cobrava perfeição do próprio filho, mesmo que o dito-cujo tivesse apenas sete anos e não era bom — pelo menos não o melhor — em qualquer uma das disciplinas escolares.
Às vezes, quando não tirava notas boas, Ash se escondia dentro dos guarda-roupas, que eram grandes e vazios, para não o ver durante o pouquíssimo tempo em que estava em casa, mesmo que durasse a noite toda ou ficasse com fome.Seus pesadelos eram confusos, ele sempre estava encolhido em um lugar escuro, ouvindo o som dos passos de seu pai — pesados e irritados — tentando ao máximo ficar em silêncio, ouvindo seu coração pulsar em seus ouvidos; segurando as lágrimas que ousavam forçar seus soluços barulhentos.
Seus ohos abrem com força, tremulos e marejados, sua respiração acelerada e o suor escorrendo por seu rosto. A dificuldade para sentar-se se faz presente diante ao medo, apertando com força seu coração, pobre coração que ameaçava sair de seu peito a qualquer instante.
Não demorou muito para entender o mundo a sua volta e lembrar que já tinha dezesseis anos e nem em sua cidade natal estava. Ash pisca, consciente em meio ao arrepio que sentiu, o chão estava mais gelado do que esperava.
Em meio à noite,
andou em silêncio,
uma graça diria,
seu medo o enrijence,
quebrando a bela dança;
em passos leves ouvia:
um suspiro aborrecido.
— Onde vai? — Perguntou num sussurro, com a voz estranha de sono.— Na cozinha... — Simples resposta, sem explicação ou exageros, mas ainda vez a figura sonolenta erguer-se nas sombras.
— Vá se sentar, Ash... — Tombou para frente, acolhendo-se num abraço acolhedor, que outrora fora necessário.
— Você parece exausto... Pode se deitar, eu prometo que não demoro muito... — Tentou o empurrar de leve, em direção ao colchão macio.
Num ronronado suave, Umbreon esfrega o rosto na perna de Ash, chamando-o a atenção. — Umbreon... Você acordou com a gente, querido? Por favor volte para a cama... — O Pokémon mostrou-se relutante, não movendo um músculo para longe.
— Talvez eles pensem da mesma forma que eu... — Comentou o jovem que ocasionalmente esfregava os olhos e despertara.
— Eles?... — Olhou por cima do ombro alheio, enxergando pouco a cama.
— Sim, eles. — No tom normal, ergueu Evee, com Pikachu descansando em seu cabelo.
— Pelos céus... O que estão fazendo todos acordados esta hora: duas e meia da madrugada?... — Acolheu o pequeno animal marrom nos braços, acariciando o pelo macio dele.
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Os opostos se atraem
Hayran KurguAsh é um garoto com 11 anos, que sofre de ansiedade, mesmo que baixa. Ele vai para alola, lá ele conhece seus mais novos amigos, porém, o irmão de sua amiga está de olho nele