Ato 1 - Fuga

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"Ekko abriu os olhos e viu diversas realidades quebradas, com várias versões "eco" de si mesmo, ficando totalmente em pânico em meio àquele tempo contínuo fragmentado."

Ekko, o rapaz que estilhaçou o tempo

League of Legends



Ekko viu tudo de onde estava, quando Vi entrou na loja do Benzo para se entregar aos Defensores, depois quando seu cuidador e Vander chegaram para resgatar a garota, sacrificando a liberdade do pai adotivo dela, viu a xerife Grayson e mais um defensor chegando e prendendo Vander, então, viu o monstro.

Mas acima de tudo, viu sangue, muito sangue.

Sangue da Xerife Grayson e de Benzo. Benzo que havia sido tão bom para ele, que deixava o garoto ficar em sua loja mexendo e consertando máquinas, relógios, vender mercadorias, que dava comida e algum dinheiro para ajudar os pais que trabalhavam dia e noite nas fábricas de químicos. Lágrimas escorreram pelos olhos de Ekko, mas ele mal percebeu, seus olhos embaçados enxergaram quando o monstro deu um soco em Vander, fazendo-o desmaiar e carregando-o como uma boneca, o homem mais forte que o menino já tinha conhecido, era arrastado pelo monstrengo como se não fosse nada, ao seu lado uma figura magra lhe dava ordens, não pode ver o rosto do homem, mas ouviu o nome Silco, os dois deixaram o Defensor para trás, com uma bolsinha de dinheiro, que em desespero ele arremessou ao chão, fazendo algumas moedas pularem para fora tilintando no chão.

Ekko só percebeu as lágrimas que escorriam pelo rosto quando começaram a molhar a blusa que usava, tentou afastá-las e descobrir onde estavam levando Vander, então voltou sua atenção para a única pessoa que ele poderia ajudar, Vi, ela saberia o que fazer. O garoto ainda em choque, abriu a porta do lugar onde a garota tinha sido colocada, antes que ele pudesse dizer qualquer coisa a ela, recebeu o abraço mais apertado e reconfortante que já tinha recebido na vida, com exceção dos abraços da própria mãe, quando ele tentou falar a ela o que acontecera, sua voz saiu embargada, as palavras mal saiam de sua boca e as frases saíam curtas, interrompidas por soluços e lágrimas. Vi o abraçou mais forte, afagando os cabelos curtos e descoloridos do garoto.

"Mas e o Vander?" Ela perguntou.

"Eles levaram ele." Conseguiu dizer.

"Para onde?"

"Eu os segui, até a velha fábrica, perto das docas." Conseguiu dizer afastando as lágrimas do rosto.

"Mandou bem chefinho. Agora eu preciso que fique seguro, tá bem?" Ela disse segurando o queixo do amigo, de forma que ele fixasse os olhos castanhos escuro nos olhos azuis acinzentados dela. "Vá para a casa e espere seus pais chegarem. Quando estiver tudo bem eu vou pedir pra alguém te avisar, tá bem?"

"Me promete?"

"Prometo." Ela disse dando um último abraço apertado nele e depois saindo em disparada porta afora, deixando-o sozinho novamente.

O garoto ficou mais um momento ali, parado observando o lugar que adorava ficar, agora escuro e sem vida, ele saiu pelo seu esconderijo no forro do teto e subiu até os telhados, estava com medo de ir para casa pelas ruas, sentia que as Vielas estavam mais perigosas naquela noite. Ao chegar a uma intersecção ficou na dúvida se obedecia Vi e ia para a casa dos seus pais ficar sozinho esperando eles, ou ir até o The Last Drop ficar com Powder, Mylo e Claggor. Decidiu pela segunda opção. Ele sabia que a porta da frente e dos fundos do bar estavam trancadas, então encontrou uma janela quebrada e entrou por ela, o local se encontrava em um silêncio sepulcral, foi até os fundos do bar onde os amigos ficavam e encontrou Powder sozinha mexendo em um macaquinho de brinquedo, ela colocava pregos nos pratos presos às mãos do boneco, o rosto e a gola da camiseta da menina estavam manchados de lágrimas.

Singularidade - Uma história Arcane League of LegendsOnde histórias criam vida. Descubra agora