Caso 0 : O prólogo

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#ruivodocaos

Quais crimes poderiam assolar uma cidade tão pequena como Shadownesse? A pequena cidade era um ovo de tão minúscula e até alguns anos atrás, o maior crime investigado havia sido o roubo de alguns doces e pães da padaria local. O criminoso sendo um guaxinim faminto que morava nas lixeiras do estabelecimento. Entretanto, em uma noite tudo mudou para a cidade mais parada do mundo. O pequeno condado teve os olhares do mundo todo em cima deles quando o maior caso criminal, que os policiais da cidade se depararam, ocorreu.

A família Roux era conhecida pela cidade inteira. Também quem não seria num território tão limitado? Eles eram fornecedores de alguns serviços para a cidade, a família com sua fazenda provia de alguns alimentos, além dos serviços de marcenaria ou de limpeza que o pai e a mãe ofereciam em troca do sustento da família. Da bonita união dos mais velhos nasceram Scorpius e Milena, o casal de filhos era o tesouro dos pais. Ambos tinham o sonho que os filhos pudessem sair daquela cidade que não tinha muito a oferecer e conquistassem uma vida bem mais proveitosa.

O que eles não conseguiram imaginar era que a maldade rondava sua casa em uma noite escura e chuvosa. Enquanto o céu noturno e obscuro jorrava a chuva mais forte de janeiro, a família Roux se divertia após jantar com um jogo de tabuleiro antigo, os risos e conversas animadas foram interrompidos pela escuridão quando um trovão soou pelo céu. O senhor Roux inocentemente acreditou que indo até o quintal mexer na caixa de força resolveria o problema, mas não foi o que ocorreu e a sua saída na noite tenebrosa foi o que desencadeou o primeiro caso de homicídio de Shadownesse. A pequena família foi mantida em cárcere dentro da própria casa no passar de dias e como aquele crime terminou assombra a todos da cidade até os dias atuais, principalmente ao único sobrevivente, Scorpius.

A vida em Shadownesse modificou-se com intensidade tremenda depois daquele mês de janeiro, as pessoas se tornaram mais hostis, assustadas e desconfiadas. O condado se afundou numa nuvem de medo e caos e após cinco anos do triste ocorrido a comunidade tentava se erguer, entretanto, parecia que a cidade havia sido amaldiçoada. Cinco anos depois do caso dos Roux's, a cidade volta a ser engolida em um novo redemoinho de caos com ele no meio novamente, Scorpius Roux.

A casa setenta e um, que sempre foi bem silenciosa depois que foi ocupada, teve seu silêncio quebrado pelo estraçalhar de vidro. O líquido vermelho-escuro derramou pelo, carpete novo da sala, respirações ofegantes também deixavam o ambiente da sala menos silencioso. Um empurrão foi dado a Zeus pelas mãos ainda trêmulas e molhadas de vinho de Hades. Caos era visto com clareza em seus olhos, era quase como se brilhasse em vermelho rubro.

"Tem certeza que quer fazer isso!?" A voz rouca de Zeus passava a sensação de calmaria, mas era falso, o homem tremia da cabeça aos pés. Era uma presa ali, estava encurralado e sabia disso.

"Você que começou com isso, irmão." Sorria com certo deboche, os olhos estreitos, analisando a expressão conturbada do outro. "Vamos até o final."

Um golpe foi desferido contra a cabeça do mais alto, sua visão ficando embaçada e avermelhada com o sangue que desceu quente por sua testa. Cambaleou, as costas batendo contra parede, onde ganhou apoio para impulsionar o corpo para frente e derrubar seu agressor com uma cabeçada na boca. Correu em direção ao corredor, ouvindo o mesmo chamar seu nome em meio a um riso sombrio. Viu a porta da cozinha aberta e por ali buscou sua escapatória. Correu pelo quintal, tropeçando algumas vezes nas pedras irregulares que ali tinha. O irmão mais velho corria atrás de si, sua respiração alta soando como aviso que ele se aproximava. Era o mais veloz entre os dois.

Com a visão avermelhada, apoiou as mãos na cerca viva do vizinho, sentindo alguns espinhos perfurarem sua pele. Impulsionou o corpo, jogando-se por cima da mesma, mas tendo seu tornozelo esquerdo machucado por algo pontiagudo. Caiu sobre o quintal da casa ao lado da sua, o filhote grande de cachorro que dormia debaixo da cerca latiu de susto e correu em direção a sua casa. Ergueu-se rapidamente, quando notou o próprio dono da casa na porta para onde o cão correu com velocidade. Seria sua salvação? Tentou correr, mas estava mancando por conta do corte em sua pele.

Hades também pulou por cima da cerca e arremessou seu peso contra as costas do outro, derrubando-o novamente. O moreno contorceu-se por debaixo do corpo pesado que feria seu corpo. Golpes começaram a ser desferidos, e conseguindo subir no irmão, desferiu alguns socos no rosto, entretanto logo estava por baixo mais uma vez. Nunca conseguiu vencer dele em uma briga física, era sempre o perdedor no final. Buscando se livrar, usou do joelho para acertar o homem. Seu alvo era a virilha, mas nos movimentos frenéticos acertou a coxa direita, tendo sido um bom golpe, já que a força do agressor diminuiu. Tentou fugir do mesmo, mas seu corpo todo doía e queimava, além que o sangue que perdia no processo da luta tinha o enfraquecido. Engatinhou pela grama, seguindo em direção a casa, mas logo teve seu corpo erguido parcialmente do chão. Um mata-leão foi lhe dado, enquanto um objeto pontiagudo passou a perfurar seu peito repetidas vezes. Por breves segundos conseguiu enxergar o vizinho caído na porta, o cachorro parecia tentar chamar sua atenção, mas o corpo másculo somente caiu para o lado, os olhos se fechando enquanto encarava a vítima, que tinha sua cabeça inclinada para frente até estar dentro da água gelada da piscina. Sufocou e teve espasmos enquanto a água entrava em seu pulmão. Tudo parecia queimar e arder ainda mais com a água invadindo seu corpo. A vida foi deixando seu ser lentamente, até não sobrar mais nada além da mais pura e eterna escuridão da morte.

"Está feito." Hades soprou ao vento quando verificou que o irmão não respirava mais. Limpou a faca nas roupas do falecido e jogou em direção à sua casa, para se livrar dela depois.

Observou a sua volta e a noite voltou a ficar silenciosa novamente era tão quieto que beirava ao assustador. Caminhou em direção ao corpo caído na porta da casa do vizinho, tocando o mesmo, notando que estava completamente apagado, decidiu o carregar para dentro. Na primeira tentativa de carregar o homem, o cachorro rosnou, suas orelhas e rabos em pé denunciavam o perigo iminente. Tentou mesmo assim pegar no dono do canino e tomou uma mordida na mão, mas isso não o impediu de dar um soco no nariz do animal e assim o assustar para dentro de casa. Carregou o homem pesado pela casa, o deixando no primeiro quarto que achou e depois trabalhando em limpar seus rastros da casa e do quintal durante toda a noite e madrugada; trabalhou arduamente para tirar o corpo do irmão dali e se livrar que qualquer vestígio do crime ocorrido. Verificou corretamente tudo, certificando-se de que não tinha mais nenhuma testemunha à volta, além do cachorro que continuava a observar da janela da cozinha. Acreditando estar tudo na maior perfeição, recolheu-se em casa esperando pelo ama

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⏰ Última atualização: Jan 13, 2023 ⏰

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O Caso de Shadownesse • JJK + PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora