Serendipity | Violet Baudelaire

CAPÍTULO III

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SERENDIPITY
Capítulo III
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O poema "O caminho não escolhido" de Robert Frost, descreve uma viagem através dos bosques por um caminho praticamente desconhecido da maioria dos viajantes. O poeta provavelmente descobriu que o caminho menos percorrido era tranquilo porém solitário, o nervosismo deve ter surgido durante a viagem, pois se alguma coisa lhe acontecesse os viajantes do caminho mais percorrido não ouviriam seu pedido de ajuda. Esse poeta acabou morrendo, como é de esperar. Assim como ele, esta história viaja pelo caminho menos percorrido, tendo começo com três dos quadrigêmeos Quagmire em meio a terrível caminho que estavam seguindo era de pedras que pareciam bastante antigas, pois havia grande quantidade de musgo escuro brotando nas brechas das pedras. A calçada cortava um gramado marrom que parecia nunca haver sido regado, no qual centenas de crianças corriam em várias direções. Vez por outra uma delas escorregava e ia ao chão, logo se levantando e retomando a corrida. Parecia uma atividade cansativa e sem sentido, duas coisas que se devem evitar a todo o custo, mas os Quagmire mal dirigiam o olhar para as outras crianças, atentos aos tijolos musguentos sob os pés, não era um destino agradável que alguém gostaria de frequentar.

Ao contrário da maioria dos livros que boa parte das pessoas preferem, que oferecem narrativas divertidas de pessoas encantadoras e animais falantes, esta narrativa é aflitiva e enervante. As pessoas que por desventura fazem parte dela são muito mais desesperadas que encantadoras. Por essas razões, não posso sugerir a leitura deste livro deplorável, assim como não recomendaria que você perambulasse pelo bosque sozinho, pois da mesma forma que o caminho menos percorrido, este livro o fará se sentir solitário, miserável e necessitado.

Coraline, Duncan e Isadora Quagmire não tinham outra escolha senão seguir pelo caminho menos percorrido. Coraline, a mais velha dos quadrigêmeos, apesar de manter uma postura séria, sentia-se terrivelmente assustada com tudo que acabara de presenciar. Ainda se lembrava do que parecia ser primeiro de seus muitos eventos infelizes da série, não que isso tenha sido algo que veio à sua mente por vontade própria, não conseguia pensar em nada além do medo que tinha sentindo. As imagens vívidas da casa em chamas, dos gritos aterrorizados de seus irmãos e do desespero que sentiram enquanto lutavam para escapar, continuavam a assombrá-la, perseguindo-a até nos momentos mais triviais de seu dia a dia na Escola Preparatória Prufrock. Por mais que tentasse se concentrar nas aulas, nos deveres e nas interações com os outros alunos, sua mente teimava em voltar ao passado, relembrando cada detalhe daquela noite fatídica.

Contudo, por mais que tentasse suprimir suas emoções, o peso do trauma era quase insuportável às vezes. Ela se encontrava perdida em pensamentos sombrios, questionando-se incessantemente sobre o que poderia ter feito de diferente, sobre como poderia proteger aqueles que amava de um destino tão cruel.

Mas de alguma forma, esperançosamente ainda esperava que seu pai aparecesse em breve com Quigley, sua mãe falando que tudo estava bem, apesar de obviamente não estar.

No entanto, ninguém ia vir.

Com um suspiro pesado, Coraline ajustou a gravata em volta de seu pescoço, preparando-se para acabar mais um dia naquele lugar que chamavam de escola. Eles não tinham outra escolha senão seguir em frente, mesmo que isso significasse trilhar um caminho cheio de incertezas e perigos, o caminho menos percorrido que se estendia diante deles, obscuro e imprevisível.

Os quadrigêmeos deixaram para trás o corredor que se encontraram depois de suas respectivas aulas, caminhando pelo caminho menos percorrido que se estendia diante deles. A trilha sinuosa serpenteava pelo ambiente apático, onde sombras dançavam entre as árvores. A cada passo, o terreno irregular sob seus pés lembrava-os de que estavam em um caminho desconhecido, longe da segurança que um lar proporciona.