Capítulo único

1.1K 157 87
                                    

NOTAS: OLÁ, AMORES!!!
Primeira fic do kiribakumonth: dia 11-armas
Planejo trazer outras fics ainda pra esse evento, espero que gostem dessa, ta bem diferente do que já fiz!💜


O sol se punha lentamente no horizonte enquanto Katsuki se arrumava. Da janela de seu quarto, enfeitada com plantas dos mais variados tipos, a luz laranja e rosa se tornava cada vez mais pálida, à medida que a lua tomava o lugar do sol no céu.

Bakugou encarou o sol, logo deixando o olhar cair para as plantas na janela. Já no fim do outono, ele mal tinha conseguido manter suas plantas vivas. Um esforço um tanto inútil, já que talvez não estivesse ali para cuidar delas no inverno. Todavia, ele havia passado vinte e cinco invernos sozinho em casa, mantendo suas plantas vivas. Sua mãe estava a ponto de expulsá-lo neste inverno, mas as chances de que ele estaria, na verdade, ali cuidando delas era bem alta...

O inverno era a época do cio dos dragões. Como um ômega, Katsuki já sentia o calor interno e as cólicas aumentaram naquele período. Era comum que os sintomas do cio começassem ao fim do outono, para que durante o inverno os ômegas estivessem aquecidos e preparados para compartilharem o cio com um alfa, às vezes um beta ou mesmo outros ômegas. Os meses de inverno decorriam com o casal, ou grupo, numa das cavernas profundas dentro das montanhas, ou mesmo ao ar livre no meio dos bosques e florestas nos dias mais quentes, aproveitando o cio juntos. Ao fim do inverno, quando a neve derretia e a primavera chegava, os ômegas saiam das cavernas para o banho nas fontes termais. Caso estivessem gestantes, seus parceiros iriam caçar, preparando um lar, comida e todo o necessário para receber o ovo que os ômegas botavam ao fim da primavera e que chocavam durante o resto do ano. Os ovos de dragões demoravam um ano para rachar, e seus dragões nasciam apenas no ano seguinte ao cio no qual foram concebidos.

Todo este ritual, claro, era seguido apenas por aqueles sem companheiros, à procura de um romance ou que estavam tentando ter filhos. Muitos casais que já tinham filhos ficavam na cidade, em casa, seguindo suas vidas normalmente. Bakugou, na verdade, tinha feito o mesmo toda a sua vida. Apesar de já ter idade para o cio há sete anos, ele nunca encontrou alguém digno o suficiente, de quem gostasse e muito menos forte o suficiente para dar a ele os filhotes fortes e poderosos que queria.

Por isso sua mãe estava quase expulsando-o de casa durante o inverno, ansiosa e estressada com seu caráter seletivo. Bakugou até admitia que havia botado defeitos em candidatos decentes no passado. Mas ele não queria alguém "decente"; ele queria o melhor.

Mitsuki, no entanto, entendia que ele queria o melhor, afinal foi com ela mesma que o filho aprendeu a não se contentar com coisas medíocres. Ela botava toda a sua esperança nos viajantes que chegaram à cidade pouco antes. Ela havia comentado com Katsuki que conhecera alguns deles, e que pareciam candidatos promissores.

Bakugou ainda não tinha visto nenhum dos dragões do Oeste, que haviam chegado junto com seu rei para visitar os dragões do Sul, onde morava. Sabia que o rei estava estendendo a visita para além do esperado, e muitos comentavam que era porque ele procurava um parceiro ômega no reino.

Katsuki não queria admitir, entretanto, sabia que era por isso que estava se arrumando. Ele não acreditava facilmente nos boatos acerca da beleza e força do rei do Oeste, mas quem sabe? Eram dezenas de pessoas que ele nunca tinha visto e se arrumar um pouco mais não o mataria.

Hoje era o dia dos curetes. Parte da tradição e ritual de procriação dos dragões, o dia dos curetes era o dia no qual alfas dançavam em sua forma humana para os ômegas. Eles utilizavam armas, escudos, armaduras e exibiam as próprias escamas, numa exibição de força, flexibilidade e agilidade. Era um ritual antigo, uma tradição que atravessava os reinos dracônicos mesmo com suas mais diversas culturas. A partir da dança dos alfas, os ômegas deveriam marcar os pretendentes que os interessavam.

O dia dos curetesOnde histórias criam vida. Descubra agora