13

279 28 3
                                    


📔

Jimin

— Foi o máximo! Muito obrigado por ter me trazido, sr. Kim.

Estou praticamente aos berros de tão agitado quando entramos no elevador.

— O prazer foi todo meu, você é um dos meus melhores funcionários. Estagiário ou não, tem muito talento. E eu já pedi, pelo amor de Deus, para me chamar
de Hajun —, diz ele com uma aspereza fingida.

— Ah, pode deixar. Isso foi mais do que incrível, senhor… Hajun. Foi demais ouvir todas aquelas pessoas falando sobre publicação digital, principalmente
porque esse ramo só vai crescer, e é muito conveniente e prático para os leitores. Isso é importantíssimo, e o
mercado não para de
crescer… —, começo a divagar.

— Verdade, verdade. E hoje nós ajudamos a Kim a crescer um pouco mais… imagine quantos clientes novos vamos alcançar quando tivermos otimizado completamente nossas operações —, ele concorda.

— Então, já acabaram? —, provoca Yuna e enlaça o braço no de Hajun.

— Vamos trocar de roupa e sair pela
cidade! É o primeiro fim de semana em meses que contratamos uma
babá. — Ela faz beicinho de brincadeira.

Ele sorri para Yuna.

— Sim, senhora.

Fico feliz que o sr. Kim – quero dizer, Hajun – tenha uma segunda chance de ser feliz depois que sua esposa faleceu.
Olho para Trevor, que abre um
sorrisinho.

— Preciso de uma bebida —, diz Yuna.

— Eu também —, concorda Hajun.

— Certo, todo mundo na recepção em meia hora. O motorista vai pegar a gente na porta. E o jantar é por minha conta!

Quando volto para o quarto, ligo o babyliss para retocar o cabelo. Passo uma sombra escura nas pálpebras e me olho no espelho. Ficou um tanto pesada
em mim, mas não muito. Complemento com um delineador preto e um pouco de blush nas bochechas, antes de arrumar o cabelo.

A calça  azul-marinho que
estava usando de manhã combinou ainda mais com a maquiagem escura e o cabelo com mais volume. Queria
que Jungkook … Não, você não queria coisa nenhuma, repito para mim mesmo ao calçar os sapatos pretos. Por fim, pego meu celular e a bolsa antes de sair do quarto para encontrar meus amigos… eles são mesmo meus
amigos?

Na verdade não sei, mas Yuna sem dúvida parece minha amiga, e Trevor é muito gentil. Hajun é meu chefe, então é um pouco diferente.

No elevador, mando uma mensagem para Namjoon, dizendo que estou me divertindo muito em Seattle. Sinto falta dele e torço para manter o contato, apesar de não estar mais com Jungkook.

Quando saio do elevador, vejo o cabelo preto de Trevor perto da entrada do saguão. De calça social preta e suéter creme, ele me lembra um pouco Jongin.
Aproveito para admirar sua beleza por um segundo, antes de falar com ele. Quando seus olhos me encontram, se arregalam, e Trevor faz um barulhinho
que fica no meio do caminho entre uma tossida e um chiado. Não consigo segurar o riso ao vê-lo todo vermelho.

— Você… você está lindo —, diz.

Sorrio e respondo:
— Obrigado. Você também não está
nada mal.

Suas bochechas parecem corar ainda mais.

— Obrigado —, murmura. É estranho vê-lo sem jeito.

Trevor em geral é calmo e controlado.

— Lá estão eles! —, ouço Yuna chamar.

— Uau, Kim! —, exclamo, abanando uma das mãos diante do rosto, como se estivesse tentando desfazer alguma mágica.
Yuna está deslumbrante, num vestido frente-única vermelho que mal chega à metade de suas coxas. Ela escovou o cabelo loiro curto para ficar bem liso, o que lhe dá um ar sensual e elegante ao
mesmo tempo.

— Estou com a impressão de que vamos passar a noite tentando afastar os homens —, diz Hajun para Trevor, e
os dois riem ao nos conduzirem para a rua.

Atendendo às ordens de Hajun, o motorista nos leva a um restaurante de frutos do mar delicioso, onde experimento os bolinhos de salmão com caranguejo mais gostosos que já comi.

Durante o jantar, Hajun nos entretém com histórias engraçadas sobre sua época no mercado editorial de Nova York. Todos nos divertimos muito; Trevor e Yuna o provocam um pouco,
aproveitando-se de seu bom humor.
Em seguida, o motorista nos leva a um edifício de três andares todo de vidro bem próximo do restaurante.

Através das janelas, posso ver centenas de luzes iluminando as silhuetas de pessoas dançando, o que cria uma atmosfera fascinante de luz e sombra entre membros e corpos em movimento. Não é muito diferente da imagem que eu tinha de uma casa noturna, embora muito maior e com muito mais gente.

Ao sairmos do carro, Yuna me segura pelo braço.

— Amanhã vamos a um lugar mais calmo… alguns dos caras da conferência queriam vir aqui, então aqui estamos! Ela ri.

O segurança na porta tem uma prancheta nas mãos e está claramente controlando o acesso dos frequentadores. Uma fila de gente ansiosa se estende por toda a calçada até a esquina.

— Será que vamos ter que esperar muito? —, pergunto a Trevor.

— Ah, não. — Ele ri.

— O sr. Vance não espera.

Logo entendo o que ele quer dizer. Hajun sussurra algo para o segurança, e na mesma hora o homem imenso afasta a corda para nos deixar entrar. Fico um
pouco tonto a princípio, com a música alta e as luzes piscando pelo ambiente carregado de fumaça.

Nunca vou entender por que as pessoas gostam de pagar para ficar com dor de cabeça e inalar fumaça sintética enquanto se espremem em meio a estranhos.
Uma mulher de vestido curto nos conduz por uma escada até uma pequena sala com cortinas finas servindo de parede. Lá dentro, há dois sofás e uma mesa.

— Aqui é uma área VIP, Jimin —, diz Yuna, ao notar que estou olhando ao redor com uma expressão de
curiosidade.

— Ah —, respondo e sento num dos sofás com os outros.

— O que você costuma beber? —, Trevor me pergunta.

— Não costumo beber —, respondo.

— Nem eu. Quer dizer, gosto de vinho, mas não sou muito de beber.

— Ah, não, hoje você vai beber, Jimin. Você está precisando! —, exclama Yuna.

— Eu… —, começo a dizer.

— Ele vai tomar um Sex on the beach, e eu também —, ela diz à garçonete.

A moça faz que sim com a cabeça. Hajun pede um drinque que nunca ouvi falar e Trevor, uma taça de vinho tinto. Ninguém me perguntou ainda se sou maior de idade ou não. Talvez eu pareça mais velho do que sou, ou talvez Hajun seja conhecido o bastante aqui para as
pessoas não quererem perturbar seus convidados com perguntas.

Não tenho ideia do que é Sex on the beach, mas prefiro não mostrar minha ignorância. Quando a moça retorna, me entrega um copo com um pedaço de abacaxi e um guarda-chuvinha rosa no alto. Agradeço a ela e dou um gole pelo canudo. É mesmo muito bom, doce, mas
com um toque levemente azedo.

— Gostou? —, pergunta Kim, e eu faço que sim, tomando outro longo gole.


😍

Votem e comentem, por favor!

AFTER - Depois da verdade  -  JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora