1990, Favela do Galo
Era Janeiro, um dia quente no Rio de Janeiro, o verão tinha chegado, as Cocotinhas, com os seus biquínis fio dental, pegavam Sol nas lajes. Era o terror das casadas e o sonho dos solteiros; a mais famosa era Silvinha, irmã mais nova do José, Seu Matuto. Era desejada por todos, mas ninguém se atrevia a se aproximar dela por medo de apanhar.
Mas, Zé não se importava, desde que os cara não viessem a ser policiais , malandros pagando de loucos, mesmo sendo o dono de Morro, Matuto tinha formação acadêmica. Administração e economia, mas, infelizmente, ele usou para o mal sua inteligência.
Matuto mandava na favela com punhos de ferro, mesmo sendo rígido em seu domínio, tudo que a comunidade precisava ele dava, desde escola a hospitais públicos até escolas. Sim, não era perfeito, mas era o que tinha e funciona até então e ninguém reclamava. O tempo passava sem pressa alguma, os meninos do morro fumavam seu cigarro sem preocupação.
Afinal, quem iria ser louco de atacar o morro? Seu Matuto não pertencia a nenhuma facção, havia criado sua própria. Apenas mantinha relação de produção com consumidor perante as outras, não ligava para alianças entre as facções. Tudo estava ao alcance de seu Matuto, ao descer o morro até a casa de sua mãe tomar benção e provar seu tempero, ele ouviu ao entrar gemidos vindo do quarto da sua irmã, a porta estava aberta e ele viu algo surpreendente.
Sua irmã sentava no seu soldado, Matinho, como era conhecido, se mantinha no posto alto dentro da facção. Com algumas batatas fritas num potinho de cerâmica, Matuto admirava a maestria de sua irmã ao sentar com vontade, a cintura dela se mexia como fosse molas de um carro velho, ele ria baixinho olhando aquilo, até que o mesmo soltou "Faz ele gozar logo caralho! Preciso dele." nisso Silvinha se assustou e saiu de cima de Matinho...
Ficou assustada e surpresa por seu irmão não chegar já tirando ela de cima e metendo bala nele, Matuto só não fez isso porque confiava no seu soldado e sabia que o mesmo não faria mal a ela. Ele riu alto enquanto os dois, nus, se tremiam de nervosos, enquanto se vestiam Matuto soltou "Se veste aí, quero comer logo, depois te faço de sobremesa Silvia" falou ele zuando a irmã que o chamou de babaca.
Um olhava para o outro e se acabava na risada, logo foram para cozinha e Matinho foi embora para casa. Matuto falava que sua irmãzinha estava apaixonada mesmo por seu amigo, ela dizia que era amor, mesmo jovem ela já conhecia o que seria tal, ele sorria e dava um abraço na irmã, logo a mãe deles chegou com um panela cheia de carne cozida, enquanto seu pai chegava com o arroz.
Eles perguntaram o que os dois estavam fazendo, eles apenas falaram que era fim de semana da família. E além de que os dois sozinhos eram ruins na cozinha, Matuto fechou a cara e riu pois sabia que sua mãe tinha razão, sua irmã fazia um arroz duro, se tacasse na cabeça de alguém quebrava, ele falava isso e sua irmã deu um soco fraco em sua ombro.
Logo ele comeu e saiu, se despedindo de seus pais, tinha uma reunião com seus generais. Tinha umas gangues rivais invadindo seu território, o morro vizinho era de outros, ele queria se reunir para invadir o local, mas para isso tinha que comprar dois helicópteros, sim, deu Matuto queria fundar uma nação dentro de uma nação, era uma ideia absurda que estava dando certo.
Mas logo tudo se viraria ao contrário, quando o amor aflorado pela filha do rival acontecesse. Será que esse amor poderia reinar num ponto de guerra iminente? Ele ia descobrir coisas únicas, uma fuga iminente, mas Zé não queria um relacionamento agora, e a questão de invadir o morro vizinho era um gasto desnecessário, ele já estava perto de se tornar um barão das drogas.
Seus barracos no subsolo produziam grandes quantidades de erva e cocaína, tudo escondido aos olhos de todos. Sua fortuna passava de milhões, e ainda assim andava com sandálias de cada cor e um prego embaixo, amava a simplicidade, não se importava tanto com luxos, já sua irmã andava só com as melhores roupas, jóias e tudo mais.
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MORRO GALO : História de Seu Matuto
Short StoryEra 1990, o morro do galo havia sido invadido pela operação "Mancha Vermelha" visando livrar a comunidade da marginalidade, o chefe do morro resistiu, perdendo soldados, até que o restante se rendeu, só depois de vê sua irmã levar bala perdida, o me...