Pudor

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Nasci num pudor
Sem usufruir do sabor
Do novo amanhecer
Na chuva de agora
Só há o sofrer
Lagartas corroem
O meu intestino
A noite começa
A abrigar esse
Cruel e vazio destino
O frio já não incomoda
O calor ainda está em mim
Meu coração ferve
É escaldante
E menos pulsante
Meu cérebro
Todo devorado
Por traças
Que são minúsculas
Como eu, um pó
Mas uma luz
Uma luz vazia
Solitária e triste
Nesse canto escuro
Toda deprimencia
Vem e habita
Convidando a demência
E abraçando a eloquência
Sem hesitar uma vez
Nem há o querer
Nem mais o saber
Só o enlouquecer
Sem já saber
O que é se socorrer.

21 de março de 2022.

Poesias IntrovertidasOnde histórias criam vida. Descubra agora