2. Ler E O Tornar Real

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JaKe estava em um completo impasse. O aparelho de tela ligada em sua mão, parecia o seduzir para que clicasse em uma das pastas, essa em especial era batizada com seu nome. Não, ele não havia visto errado, até soletrou cada letra para ter certeza de que tinha sim a ver consigo, mas se continha o máximo. Se abrisse, poderia deixar seu amigo chateado por invadir sua privacidade, entretanto, morreria de curiosidade se ignorasse e tentasse esquecer, até mesmo porque ele sabia que não esqueceria daquele arquivo nunca. Respirou fundo e resolveu abrir, viu algumas fotos dos dois, achou fofo a princípio, mas se deparou com uma nota que possuía o nome "Pleasant Dream" sua curiosidade aflorou novamente, era a única colorida de verde e em destaque ali, implorando para que fosse aberta, então ele apenas a atendeu. Passava os olhos rapidamente por cima das palavras, não lia todas de fato, apenas as que lhe chamavam atenção, as quais eram muitas, e elas o deixava em choque. "Que porra é essa?" era tudo o que conseguia pesar à proporção em que continuava a ler, um calor estranho passava a dominar seu corpo, não sabia direito o que acontecia, mas também não tivera tempo de tentar desvendar seus sentimentos, havia chegado apenas na metade do texto quando o autor do escrito voltou.

— Não tinha o que você ped... — SungHoon adentrou o próprio quarto encontrando o mais velho com seu celular em mãos. — O que você está fazendo? 

— E-Eu... — não sabia o que dizer, ainda estava incrédulo e um tanto desnorteado do que tinha visto.

O maior se aproximou tomando o aparelho de JaKe. — Você estava nas minhas anotações?! — perguntou em um grito arregalando os olhos. O mais velho não sabia como reagir, será que SungHoon havia notado o quão vermelho ele estava? — O que você estava fazendo com o meu celular, JaeYoon!? — JaKe podia se considerar morto, o amigo só o chamava pelo nome coreano quando estava muito bravo. 

— O Jay... Ele mandou mensagem no grupo, eu iria apenas responder. — explicou. Era comum que eles respondessem o grupo de amigos pelos nomes uns dos outros. — Quando eu saí do Kakao já estava nesse aplicativo. 

— Que droga! — bufou encarando o celular e questionando o motivo de não ter bloqueado a tela antes de sair. 

— Hoon... — chamou como quem não quisesse nada e o Park o olhou com cara de poucos amigos. — Deixa eu ler o que tinha ali? — sorriu fraco para tentar o convencer enquanto dissimulava, estava mais curioso que nunca, queria saber como tudo terminava, talvez ele até tivesse gostado muito do pouco que leu. 

— Nem fodendo! — guardou o aparelho no bolso se certificando de que dessa vez estivesse desligado. — Você estava invadindo a minha privacidade, JaKe Shim!

— Mas tinha o meu nome. — protestou se aproximando, fazendo o maior dar um passo para trás. — Eu vou morrer de curiosidade se não souber. 

— Que morra. — deu de ombros, se sentia um tanto aliviado em imaginar que o amigo não havia visto o que não devia, pobre SungHoon. 

— Nossa... — levou uma das mãos ao peito dramaticamente. — É assim que demonstra que me ama? 

— Eu não te amo, JaKe! — mentir para magoar alguém o transformava em uma pessoa ruim? 

— Tanto faz. — abanou o ar com descem. — Mas assim... Me responde apenas uma coisa... — olhou o fundo dos olhos do coreano, sempre prendia sua atenção com aquele ato. — O que tem naquela nota é o que você geralmente escreve? — continuou a atuar. JaKe era melhor amigo de SungHoon desde que os dois se entendiam por gente, ele viu sua paixão por escrever nascer e se desenvolver, ele sabia sobre seus contos, sabia sobre o que eram, não os lia muito, já que o mais novo não mostrava seus trabalhos aos amigos com frequência, mas mesmo assim ele sabia que eram bons, e o pior, ele sabia o que significava caso a resposta para aquela pergunta fosse afirmativa, pelo menos uma brexa para continuar ele teria. Porém, nem uma palavra foi dita, o rosto do Park se tornou vermelho enquanto ele desviava os olhos para qualquer coisa que não fosse o mais baixo. — Ah... Eu já entendi... — JaeYoon suspirou assentindo, não forçaria o outro a responder, mas o precionaria de alguma forma, precisava terminar aquela nota. 

Read Me - JakeHoonOnde histórias criam vida. Descubra agora