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Já se passaram duas semanas e Lucas ainda estava em coma, eu estava me arrumando para ir visita-lo, era estranho ver ele daquele jeito e falar com ele, pois eu sabia que ele não ia me responder de volta.

Enfim, eram dez horas da manhã, era esse horario que eu o visitava todas as manhãs, me arrumei e fui até o hospital, fui em seu quarto e contei sobre meu último dia pra ele, pois eu começei a lhe contar o que acontecia no meu dia a dia sem ele.

Até que eu vejo ele abrindo os olhos e digo encostando em sua mão:
— Lucass, que bom que você acordou —

— Desculpa moça, a gente se conheçe?— disse ele se sentando na cama, com a voz arrastada

— Sim, sou a gi, a sua gi — digo franzindo as sombrancelhas, com uma feição de preocupação

— Eu vou chamar um médico, espera aí — digo correndo indo em direção a porta

chamei o médico até o quarto e Lucas pergunta:
— O que eu to fazendo nesse hospital?— perguntou olhando aos arredores

— Você não me disse que ele ficaria assim, ele não se lembra de nada — disse eu cruzando os braços

— Não tinha como eu prever como ele iria acordar —

— Olha só, você sofreu um acidente de carro e bateu a cabeça —

— Eu estava com dúvidas disso, mas você ficou com sequelas, vocé perdeu sua memória — prosseguiu o médico

— Tá e agora? — perguntou Lucas assustado, arregalando os olhos e levantando as sombrancelhas

— Olha, tudo que você precisa fazer é impulsionar as memórias dele — disse o médico

eu volto meus olhos aos seus, boto minha mão em suas costas e digo:
— Olha, não se preocupa, vou te levar até sua casa e vou te ajudar a se lembrar das coisas, eu cuido de você—

— Muito obrigado —  disse Lucas abrindo um sorriso

— Já posso levar ele pra casa? — perguntei ao médico chegando perto dele

— Já que ele acordou, pode sim —

Eu então levei Lucas até meu apartamento.

— Essa é a minha casa?— perguntou ele entrando no apartamento olhando tudo ao redor

— Não, esse é meu apartamento e você está passando umas semanas aqui — eu respondi dando uma leve organizada na casa

Johny não parava de latir, ele estava feliz de finalmente ver o dono, e pulou na perna do Lucas.

— Que bonitinho, esse cachorro é seu?— perguntou ele dando carinho na cabeça do cãozinho

— Não, ele é seu Lucas, ele se chama Johny —

— Que legal, sempre quis ter um doguinho — disse ele

— Sério? — perguntei cruzando os braços confusa

— Quando eu era criança eu queria ter um, mas meus pais não deixavam porque faria muita bagunça —

eu abri um sorriso e disse:
— Que bom que você tá se lembrando aos poucos —

— Olha só, a gente vai arrumar as nossas coisas e vamos viajar pra sua casa, eu vou ir com você e te dar uma ajuda pra você começar a se lembrar —

Ajudei Lucas a arrumar suas coisas, arrumei as minhas coisas também e assim de última hora decidimos voar até São Paulo, eu não deixaria ele voar sozinho assim sem se lembrar de nada, ele ìa acabar se perdendo, então decidi ficar com ele em SP até ele estiver melhor.

Então eu e Lucas voltamos a SP, sorte que eu já sabia o endereço dele, porque se não estariamos perdidos.

— Abre a porta aí luquinha, a casa é sua — digo apontando a mão para a porta

Lucas chegou perto da porta, colocou a mão no bolso e encontrou a chave de sua casa, e em seguida destrancou a porta, então entramos.

— Então esse é o meu apê? — pergunta ele confuso, olhando aos arredores

— Sim senhor — respondo sorrindo e concordando com com a cabeça

— Até que é bonitinha — diz ele

— Olha só T3ddy, digo, Lucas, nós vamos dar uma descansada e depois eu quero que você vá comigo ao mercado, quero comprar algumas coisas —

— T3ddy?, espera, eu conheço esse nome de algum lugar —

— Sério?—  eu digo inclinando a cabeça e cruzando os braços — pesquisa aí pra ver se apareçe algo — digo entregando o seu celular pra ele

ele vou ao lado dele e vejo ele pesquisando o próprio nome, até que ele encontra resultados.

— Pera, esse aqui sou eu?—

-Pois é né — digo animada olhando para ele

— Eu sou famoso?— perguntou ele voltando seus olhos pra mim

— Digamos que sim —

— Que doideira — disse ele desacreditado

— E o que eu faço?—

— Você faz vídeos para a internet —

— Nossa que bosta — diz ele com uma feição de desgosto

-— Mas você é muito bom nisso, milhares de pessoas te assistem e gostam de você —

— Agora que você falou, eu lembrei que quando eu era moleque eu gravava uns vídeos, será que era isso? —

— SIMMM, você faz isso desde novo — digo animada

— Pô, não precisa gritar criatura — disse ele colocando a mão no ouvido

eu solto uma gargalhada e digo:
— Vem cá, vamos comer alguma coisa — digo puxando ele para a cozinha

...
Eu comecei a ajuda-lo com memórias chaves, lhe mostrando suas coisas favoritas, e varias outras coisas, ele só precisava de um empurrãozinho.

...

p.o.v: Lucas

ela começou a me ajudar a lembrar das coisas, eu achei uma atitude nobre da parte dela, não sei se alguém faria algo assim por mim, enquanto ela ia me ajudando aos poucos, ela passou um tempo aqui no meu apartamento, e era estranho mas toda vez que ela ficava perto de mim eu sentia um formigamento pelo corpo, meu coração acelerava, eu não entendia muito bem, porém gostava dessa sensação.

Ela chegou a chamar um pessoal pra cá, era minha família e alguns amigos meus, foi estranho, era como se eu tivesse falando com desconhecidos, mas com o tempo eu fui conseguindo me soltar, e depois que eu já estava lembrando de quase tudo, ela foi pra casa dela.

Encontro inesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora