Narrativas sempre fizeram-se presentes incisivamente na vida de Rodrigo, buscas por uma personalidade agradável sempre o incomodaram por não se saber o valor de ser ele mesmo.Claro, é melhor ficar calado enquanto o mundo desaba aos poucos em sua volta, os desmoronamentos começam por dentro e vão adentrando tudo aquilo que teve valor um dia, se calar é a melhor opção quando há alguém te apertando e exigindo seu silêncio em troca de você continuar sobrevivendo, o melhor é que ele e nem eles disfarçam suas ameaças, deixam a porta bem escancarada, os mui- tos rastros dessa história podem não ser tão lembradas, esses relatos não dariam nem em mil cartas.
Sem mais delongas, é melhor começarmos pela máscaras, até porque às figuras fantasmagóricas formam os caminhos para a construção de uma farsa, dizem que é nas palavras que há o verdadeiro sentido das coisas nessa existência tão longa e rápida por ser fantástica. Vozes surgem e são escutadas sempre muito além de qualquer muralha, talvez esteja demorando para começar por conta dos traumas, a vergonha faz com que sumam quase todas às minhas palavras, não pelo fato dos fatos que serão narrados causarem espanto e admiração, e sim por ser a primeira vez que abro os portões para expor situações...
12 de Setembro de 2013.
É quinta-feira, meus pais já acordaram brigando, vou sair com uns amigos e verificar quais os nossos planos, mas antes disso preciso arrumar meu quarto, acordar meus irmãos para à escola, ajudar nas tarefas de casa, etc. Somos três irmãos, Ricardo, Sophya, e eu sou o segundo filho, infelizmente também o mais responsável, não consigo acreditar o porquê de meu irmão mais velho agir do jeito que age no dia a dia, ele já tem 18 anos e não quer se responsabilizar por absolutamente nada, vive em farras, apesar dos pesares é um irmão legal com a gente, tirando a parte que eu fico com quase todo o trabalho diário.
Depois de acordá-los às 6h da manhã, vou preparar o café deles, pois suas aulas começam às 7h e nossos pais ainda estão brigando por conta da relação já falida, ambos não querem se separar por conta dos filhos, etc. Mas do que adianta estarem juntos forçando uma convivência? Sinto que só eu consigo raciocinar nesse lar, seria bem melhor se cada um seguisse sua vida, assim evitariam nos encher de mentiras.
Ricardo vive ouvindo dos dois (os chamo assim por não conseguir mais ter respeito por ambos) por sempre fugir da escola, não sei bem o que ele faz duran- te esse tempo pelo fato dele nunca querer me contar, mas há boatos de que ele fuma, bebe e fica com uns amigos numa praça do centro da cidade, sendo boatos ou não, amo o meu irmão, isolar-me por conta própria dele está sempre fora de cogitação.
Sophya é a mais dedicada, com 10 anos e já ganhou um prêmio por escrever tão bem num concurso de literatura infanto-juvenil, sua primeira história foi sobre um navio em que todos morávamos nele e viajávamos o mundo conhecendo cada continente, sei disso pelo simples fato de acompanhar suas histórias e sempre a apoiar na sua carreira, gosto de apoiar meus irmãos por saber que logo, logo será só eu e eles contra um mundo bem diverso.
Acabo indo caminhar com uns amigos na praça do centro, quero confirmar algo que está me deixando deveras ansioso esses dias, passamos pelas calçadas recém reformadas e vamos em direção às árvores perto de uma construção bem antiga, onde a entrada é proibida por estar quase desabando, há algumas faixas ao redor para evitar que civis adentrem o ambiente. Entretanto, muitos acabam fazendo totalmente o contrário e meu irmão está entre eles, isso me preocupa bastante, não quero que ele acabe se machucando ou algo do tipo, quero ao menos o persuadir.
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Me chame de Oliver...
AdventureNas redondezas de grandes cidades brasileiras há alguém se aventurando, buscando um sentido, talvez até realizações de sonhos. O fato é que às coisas fazem você duvidar em quem confiar, pelo simples fato de que quando não se tem ninguém para se cont...