(Des)florescer

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Eu sinto como se estivesse me fechando mais a cada dia. É como se eu desabrochasse, mas ao contrário: eu recuo. Me fecho. Não saio. Eu não sinto mais vontade de responder ninguém, sabe? E eu não entendo. Porque não são só os estranhos que eu (desesperadamente) me prestei a conhecer pela internet que me desinteressam, de repente; são as pessoas que eu gosto, também. Pessoas que eu amo. E agora, quando eu paro pra ler ou assistir qualquer coisa, é como se eu voluntariamente me colocasse na órbita desse buraco negro do qual eu não consigo e nem quero sair, por horas e mais horas a fio. E isso me assusta. Me faz sentir confusa e perdida, porque é quase como se eu não me controlasse mais. Eu me sinto cada vez mais distante do mundo ao meu redor, e eu não sei como tirar esse filtro distópico ridículo que se instalou sobre partes tão específicas da minha vida. Eu não sei. Mas eu tenho a impressão de que isso, seja lá o que for, vai me consumir caso eu não fizer alguma coisa.

Então esse texto é o meu basta.

Porque eu, genuinamente, quero florescer de novo. Eu quero criar novas conexões e memórias boas. Eu quero fazer uma pesquisa científica, eu quero realizar os meus sonhos e fazer do mundo um lugar melhor, e eu quero viver uma boa vida com os meus amigos e com a minha família. Eu vou resgatar essa promessa, e, de botão, virar flor. Porque estes versos são, também, a minha esperança.

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