Você é a porra de uma incógnita.
Nos conhecemos a tanto tempo e eu nem mesmo sei sobre você.
Não sei seu animal preferido.
Sua cor preferida.
Sua comida preferida.
Sua banda.
Sua música.
E apesar de ter uma ideia de tudo isso, eu tenho apenas isso. Ideias.
Tanto tempo se passou desde o começo e eu sinto que sabes mais sobre mim do que sei sobre você.
E é a mais pura verdade.
E isso me irrita. Me irrita pra caralho.
Como nada irritou antes.Porque odeio ser exposto desse jeito, odeio como sou sempre um livro aberto para você.
Odeio saber também que me apaixonei apenas pela forma que me tratas. E não pelo o que realmente és.
Odeio pensar que não sei o mínimo sobre ti.
Não entendo como não sei.
Será que você não quer me mostrar? Ou sou eu que não quero ver?
Me apaixonei pelo jeito que me tratas, mas também pela sua beleza. Uma coisa tão supérflua, mas tão admirável.
Teu sorriso é lindo.
Quando são por minha causa, os amo ainda mais.
Seus olhos, cabelos, boca, orelhas, nariz, formato do rosto.
São lindos.
Teus ombros também, seu colo, suas costas, cintura, quadris, pernas, joelhos e pés.
Tudo muito belo.
Mas eu queria mais, muito mais.
Queria poder ver mais, quero apreciar algo além de sua aparência.
Que apesar de ser tão linda, nunca se compararia a o que com certeza tens por dentro.
Quero saber por quê sorri, quero saber por quê choras.
Quero conhecer todos os seus lados lindos e também os feios.
Quero beijar todas as suas cicatrizes e ajudar a cuidar delas.
Não quero que seja um livro fechado.
Não para mim.
Por que és uma incógnita?
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Incógnita.
Non-FictionVocê é a porra de uma incógnita. E isso me irrita. Como nunca nada me irritou antes. Por que apesar de tão bela. Não sei nada sobre ti.