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— Élyas, você precisa se acalmar! — Exclamo, vendo ele andando de um lado para o outro em meu escritório, irritado.
— Como pode aceitar isso?! Sei que nossos pais são os antigos líderes do império norueguês, mas agora esta casa é sua! Como pode permitir a hospedagem dos Fontannelle?!
— Você não ficou assim quando Hany e Yuny chegaram. Eles não farão nada. E se fizerem, não vão sobreviver para contar história. Se acalme, homem! — Exclamo e ele bufa, se servindo com uma dose dupla de uísque e o bebendo de uma só vez.
— É diferente! Não se trata de um qualquer. Se trata de Keera Fontannelle! Esse… esse maldito está aprontando! — Exclamou, o que me fez suspirar, o encarando seriamente.
— Entendo sua raiva, mas precisa saber controlá-la. Logo irei me casar, e Franklyn é aliado deles. Chega, Élyas. Vai esfriar a cabeça em qualquer lugar, nem que seja em um ménage com suas prostitutas. Mas controle-se! Não quero mais ouvir discussões pela casa. Já basta o que fez quando ele chegou! — Élyas praguejou, batendo o copo na mesa e se levantando da cadeira em que havia se sentado. Então o vejo sair do escritório sem dizer uma palavra sequer.
Respiro fundo, subindo para o quarto, ao mesmo tempo em que vi Franklyn encostado na parede do corredor, próximo ao quarto, ao nosso quarto, tão distraído em pensamentos que nem sequer notou minha presença.
— Esqueceu como se abre a porta? — Brinco, chamando sua atenção. Ele deu um curto sorriso, que não chegou aos seus olhos.
— Queria poder esquecer de muitas coisas… — Comentou, baixinho, mas pude ouvi-lo. Me aproximo, parando em sua frente e pousando as mãos em sua cintura. Ele não se moveu, apenas erguendo a cabeça para me olhar.
— O que aconteceu? — Questiono, afagando seus cabelos. Pela primeira vez, pude notar a vulnerabilidade de Franklyn. Ele não estava chorando, mas era nítido sua exaustão psicológica. Ele parecia esgotado mentalmente e isso me trouxe uma angústia repentina.
Franklyn suspirou, encostando a testa em meu peito, como se não pudesse mais sustentar o peso de sua própria cabeça.
— Há traidores em minha casa na Itália… talvez haja infiltrados… Meu império está seguro, mas… não graças a mim. Queria poder fazer algo e não… não ficar sentado de braços cruzados enquanto todos resolvem minha bagunça.
— Nossa bagunça. — Corrijo e ele me olha. — Em menos de uma semana será meu esposo, minha responsabilidade. Já disse que não quero que se preocupe com isso. Estamos resolvendo isso porque você vale ouro, Franklyn. Entenda que se eles pegarem você… nem sei do que serão capazes de fazer. É o único herdeiro e que sabe todas as senhas do seu império. É humanamente impossível você lidar com tudo sozinho.
Franklyn riu fracamente, sem humor, se desencostando da parede e me abraçando, o que me deixou surpreso, mas não recusei, o abraçando de volta. Ele respirou fundo, fechando os olhos e me apertando no abraço.
— Eu sei, mas… ainda assim… queria ser capaz de algo. Qualquer coisa… — Murmurou, com a voz arrastada. — Obrigado por ser meu suporte, Adrian… — Balbuciou, depositando um beijo singelo em meu peito, voltando a encostar a cabeça em mim.
— Sei que quer parecer mais útil, no entanto… você já é. Eu não quero que encha sua cabeça com preocupações. Eu estou aqui para proteger você. E é isso que farei. — Ele ficou alguns segundos em silêncio, o que me deixou intrigado ao ver seu olhar mudar. Ele parecia planejar algo. — O que está aprontando?
— Vem, eu quero te contar. — Ele segurou minha mão, me puxando rapidamente para dentro do quarto. E após ele me contar o que se passava em sua mente, meu corpo inteiro congelou.
— Não! Nem pensar! — Exclamo, irredutível.
— Não é um pedido. — Franklyn rebateu, me fazendo olhá-lo incrédulo. Ele parecia firme. — Estou apenas te avisando porque não quero segredos entre nós. Seu apoio seria inigualável. Mas mesmo que discorde… ainda assim farei.
Suspiro, passando a mão na barba, nervoso. Por mais que ele ficasse fodidamente sexy quando vestia essa armadura de afronta e convicção, ainda assim, me deixava nervoso pelo o que ele havia acabado de me dizer. Não sei se brigo ou transo a noite inteira com ele depois disso.
No fim, fiquei na segunda opção…
— Tudo bem… desde que aceite minha ajuda… — Falo, afagando seus cabelos, quando ele já estava deitado em meu peito, nu, e com sua perna direita sobre as minhas. Ele acariciava minha barba suavemente, o que me fazia relaxar inexplicavelmente. Era uma delícia sentir suas mãos em meu corpo. Mas sinto que ele usou esse método sujo para me convencer.
— Não preciso, de toda forma. Mas caso necessite, não hesitarei em pedir. — Ele beijou minha bochecha, se acomodando em meu peito mais confortavelmente.
— Certo… que seja. Vamos dormir. — Falo e ele apenas concorda. Puxo o edredom para nos cobrimos, o ajeitando em meus braços e fechando os olhos.
Finalmente ele estava em meu quarto, na minha cama e em meus braços. Esse era seu lugar.
No entanto, no meio da noite acabo ouvindo alguns barulhos, pareciam ser gemidos, mas longe de serem de prazer. Procuro com meu braço o lado esquerdo da cama, não encontrando Franklyn. Me levanto rapidamente, vestindo um robe preto apenas para cobrir minha nudez e seguindo até a varanda do quarto, ficando surpreso ao ver Franklyn no jardim, treinando com aquele tal de Vee. Ambos lutavam, mas Franklyn na maioria das vezes acabava no chão.
— Você não aguenta mais… — Ouço Vee falar, recuando alguns passos, parecendo com receio de continuar. Franklyn parou ajoelhado no chão por alguns segundos, recuperando o fôlego e se forçando a ficar de pé, voltando a posição de luta.
— Aguento… estou longe de ser o herdeiro que todos esperam que eu seja… não posso me dar ao luxo de parar… — Engulo em seco, segurando o gradil com força.
Mesmo que eu dissesse para ele não se preocupar, a pressão sobre ele era inevitável. Todos o cobravam e eu não havia cogitado o quanto isso pode ter afetado seu psicológico. Além de presenciar a morte dos pais, e da tortura que sofreu, física e psicológica, a batalha ainda não havia acabado, pois agora exigiam que o herdeiro agisse como tal e tomasse o império italiano, para que retorne ao poder e aos negócios.