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— Onde está minha menina? — Questiono, já que não me deixaram ver minha própria filha hoje. Fiquei louco querendo arrumá-la e que ficasse do meu lado, mas Rebeka me proibiu e disse que cuidaria dela.
— Relaxa, irmão. Logo mais você será um homem casado. Vou te riscar da lista de clientes frequentes das minhas boates. — Élyas brincou, rindo e dando tapinhas em meu ombro. Respiro fundo, ignorando sua piada e conferindo as horas em meu relógio de pulso pela milésima vez.
— Por que estão demorando tanto?! — Exclamo, impaciente, batendo o pé nervosamente no pequeno palco de madeira que se unia a uma estrada de mesmo material, que levava até a cabana que mais parecia uma mansão rústica de dois andares.
— O atraso é necessário. Teste para cardíacos. — Elliot brincou, devorando docinhos que ele roubou do buffet. Hoje ele ainda estava menos piadista do que de costume, mas não tive como prestar atenção completamente nisso porque a ansiedade e impaciência estavam me matando.
— Chegaram. — Odd avisou, o que me fez prender a respiração instantaneamente. Tão nervoso como nunca imaginei estar um dia. Meus pais pararam ao meu lado, sorrindo e me apoiando. Meu pai deu um leve aperto em meu ombro, me desejando sorte e minha mãe me abraçou, dando uma ajeitada desnecessária em meu paletó branco. Notei ela suspirando e com os olhos marejados, parecendo emocionada. Algo que não é do feitio da Senhora Bergan.
— Te amo, meu bebê… agora será um homem feito e comprometido. — Falou, com a voz trêmula pelo choro que queria vir.
— Mãe… já sou um homem faz tempo… — Falo, e ela balança a cabeça, segurando minhas mãos e as levando até seus lábios, beijando-as e as encostando em seu peito. Eu podia sentir os batimentos cardíacos acelerados.
— Para uma mãe… não importa quantos anos tenha. Você sempre será meu menino, meu bebê…! Te ver finalmente casando… é o meu maior sonho já realizado. Cuide bem do seu futuro esposo, tal qual igual seu pai cuidou de mim. — Declarou, me pegando desprevenido com aquela declaração. Eu não queria ser ainda mais afetado pelo emocional, mas minha mãe tinha o dom de conseguir fazer isso.
A relação dos meus pais sem dúvida foi a minha imagem de como eu queria que meu casamento fosse: uma relação de confiança, amor, fidelidade, e acima de tudo, de um forte laço de amizade que nem o pior dos homens seria capaz de destruir. Eu me orgulho dos pais que tenho, e no mundo em que vivemos, isso é um puta privilégio que poucos, ou raríssimos, são capazes de adquirir.
— Vou cuidar. — Afirmo, vendo-a sorri, voltando para o lado do meu pai, que a consolou, pedindo baixinho para ela se acalmar. Respiro fundo, endireitando minha postura e perdendo um segundo de batimento cardíaco ao ouvir a marcha nupcial ser iniciada, avistando a limousine que trazia Franklyn parada a alguns metros de distância. Vejo primeiro Keera sair do carro, dando a volta no veículo e abrindo a porta para meu noivo.
Puta merda! Eu vou aguentar me controlar até o fim da cerimônia?!
— Quem é o homem que está o acompanhando? Que gato! — Ouço murmúrios de mulheres sentadas nas cadeiras disponíveis aos convidados ao verem Keera Fontannelle. Ele pareceu atrair a atenção em massa das filhas da máfia que ainda estavam solteiras e agora criando um rio de baba ao verem a presença do francês. Apenas Élyas que estava bufando atrás de mim de 5 em 5 segundos em puro ódio.
Tento manter minha respiração minimamente controlada, enquanto via Franklyn caminhar em minha direção. Seu olhar preso ao meu, e ele sorria, parecendo tão nervoso quanto eu, porém… não era um martírio. Talvez… já nem fosse mais por obrigação.
Avanço dois passos em sua direção, não aguentando mais a demora para ele estar perto de mim. De repente, aquela curta estrada se tornou quilômetros de distância, não o permitindo chegar nunca até mim. Seguro sua mão, mas Keera manteve segurando meu noivo pelo braço, me olhando seriamente.
— Faça algum mal sequer para ele e eu te caço até no inferno. Não somos aliados, mas Franklyn é meu amigo. Saiba usar a razão e cuidar bem dele. — Ditou, em tom de ameaça, finalmente soltando meu noivo.
— Cuidarei melhor do que qualquer um. — Insinuo, levando meu noivo até o altar. — Você está delicioso… — Sussurro ao seu ouvido, vendo ele ruborizar, mantendo a pose, o que me fez sorri ao saber do efeito que lhe causo, de forma instantânea. Então tratei de me comportar e permitir que o cerimonialista iniciasse nossa união.
— … Agora, por favor, as alianças. — Após um longo discurso, o cerimonialista pediu, e eu olhei diretamente para Odd, que apenas sorriu, mas não se moveu do lugar. Quase travei a garganta pensando que ele não havia trago as alianças, mas novamente meu coração foi testado ao ver minha pequena princesa sair da cabana, caminhando graciosamente pela estradinha de madeira até nós, equilibrando uma almofada vermelha com as alianças em cima. Ela usava um vestidinho de flor azul claro, longo e com a saia cheia, com camadas de renda. Um penteado bem feito e que me deixou completamente sem chão.
Me abaixo para recebê-la, pegando as alianças e em seguida a abraçando apertado, podendo ouvir um coro de encantamento dos convidados.
— Obrigado, minha pequena heroína. — Sussurro e ela sorri, segurando meu rosto entre suas mãos e ficando na pontinha dos pés para depositar um beijo em minha testa.
— Te amo, papai. Agora eu vou ter um papai a mais para cuidar de mim. Você está feliz? — Questionou, gentilmente, e dessa vez eu tive que me controlar para a emoção que sentia não se transformar em lágrimas pelo meu rosto. Assenti, beijando suas mãozinhas e depois em seu rosto, a puxando para um novo abraço.
— Estou, meu amor. Estou muito feliz. — Respondo, vendo ela sorri largamente, caminhando até Rebeka, que pela primeira vez eu a via usando um vestido belo e feminino, e não as roupas de couro e uniforme da máfia que geralmente ela usa no dia a dia.
— Você tem grande sorte de tê-la… — Franklyn sussurrou, com os olhos marejados enquanto eu colocava a aliança em seu dedo. O cerimonialista recitava algo enquanto isso, mas eu havia parado de prestar atenção nele há muito tempo.
— Assim como tenho sorte de ter você. — Sussurro de volta, enquanto ele pegava a aliança e a colocava em meu dedo, sorrindo largamente. As alianças que Odd fez foram simplesmente únicas. De ouro, com nossos nomes gravados nela, junto à data do nosso casamento. A minha era mais grossa, com uma trilha de diamante a "cortando" na diagonal. A de Franklyn eram duas peças de aliança, uma um pouco mais grossa, parecida com a minha, e a outra mais fina, com uma pedra de diamante reluzindo a quilômetros de distância.
Eu nem sequer tinha palavras para agradecê-lo, mesmo tendo feito isso milhares de vezes.
Agora sou oficialmente um homem casado… e surpreendentemente feliz com esse título.