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𝐀 dor de cabeça estava insuportável; consequências de uma longa ressaca que provavelmente duraria dias. Você não deveria ter exagerado na bebida ontem. Mas fazer o que? Um cara — muito bonito por sinal — se ofereceu para te pagar uma bebida e você. que não é boba nem nada, aceitou logo de cara. É assim que se economiza – você pensa.
Após alguns xingamentos, você se levantou da cama afim de procurar por alguma cartela de remédio para enxaqueca. Você foi até o criado mudo da sua colega de quarto, percebendo que em uma das gavetas havia exatamente o que você precisava com um bilhete em uma folha de sulfite bem ao lado.
" Não gasta tudo, puta. — Ymir"
Um sorriso involuntário preencheu seus lábios, imediatamente pegando a cartela de remédio. Você odiava e amava o fato de que sua colega de quarto te conhecia melhor do que você mesma. Não era a primeira vez que você encontrava uma cartela para dor cabeça ou um remédio para azia nos cantos do quarto junto com alguns xingamentos escritos no papel. Mesmo não se dando tão bem como gostaria com Ymir, você agradecia por ter alguém como ela na sua vida.
O barulho do seu celular vibrando na cômoda juntamente com uma música irritante chamou sua atenção. Ao se virar, você encontra o despertador do seu celular disparando. Depois de destacar um remédio da cartela, você andou até o seu celular e desligou o despertador, só agora percebendo que eram oito e meia da manhã.
Por incrível que pareça, você acordou mais cedo naquela manhã. — algo que nem você conseguia acreditar.
Você andou até a sua cama, pegando a sua garrafa de água praticamente no final e bebeu com o remédio. O gosto azedo da droga fez você sentir um enorme enjôo, o que fez você quase vomitar. Você odiava remédios, principalmente aqueles de comprimido. Para a falar a verdade, você se pergunta o porquê das farmácias não fabricarem remédios em gota sem gosto ou pelo menos remédios mais doces.
Depois de tomar o remédio para dor de cabeça, você decidiu tomar banho cedo e sair para comer alguma coisa. Você ainda não se acostumou com os corredores vazios dos dormitórios, já que era difícil não ter gente aqui.
Já faz algumas semanas desde que o ano começou e a universidade estava praticamente vazia por conta das férias de janeiro. E enquanto vários alunos decidiam ir para casa e tirar um tempo dos estudos, você decidiu continuar na universidade e aproveitar um pouco da paz que seu quarto se tornava quando a sua colega de quarto não estava aqui. — não que você não gostasse de Ymir, muito pelo o contrário. Você só não era íntima o suficiente da garota para ter uma conversa longa e duradoura. O que na maioria da vezes, resultavam em finais desconfortáveis e estranhos.
Daqui há alguns dias, as aulas finalmente iriam voltar e você poderia manter o boletim que tanto se orgulhava. Você poderia ser largada e desleixada em vários sentidos, mas em questão de notas você sempre foi voraz. Era incrível, como você não tinha uma nota vermelha sequer no boletim. Muitos dos universitários poderiam te chamar de várias e várias coisas, mas com toda a certeza, burra não era uma delas. Afinal, você é uma das alunas com o maior boletim da faculdade. Tanto que durante as férias de verão, você ajudava alguns que acabaram ficando de recuperação em algumas matérias.
