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Jimin


— Cala a boooooca —, resmungo quando um barulho desagradável me acorda de meu sono embriagado.

Demoro alguns segundos para perceber que não é a minha mãe gritando comigo, mas sim alguém batendo à
minha porta.

— Ai, meu Deus, já vai! —, grito e tropeço no caminho até a porta.

Só então eu paro e olho para o relógio em cima da mesa: são quase quatro da manhã.

Quem será?

Mesmo em meu estado de embriaguez, minha mente começa a se agitar com um medo louco. E se for Jungkook? Já faz mais de três horas que liguei para ele, mas como ele iria me encontrar? O que vou dizer a ele? Não estou preparado para isso.

Quando as batidas recomeçam, afasto meus pensamentos e abro a porta, me preparando para o pior.

Mas é só Trevor.

Meu peito arde de decepção, e enxugo os olhos. Me sinto tão bêbado agora quanto no momento em que me joguei na cama.

— Desculpa incomodar, mas você ficou com o meu celular? —, pergunta ele.

— Hã? —, digo, dando um passo para trás para que ele possa entrar no quarto.

Quando a porta se fecha atrás de
Trevor, ficamos envoltos em relativa escuridão, a única luz é a que vem da cidade lá fora. Mas estou bêbado
demais para encontrar o interruptor.

— Acho que nossos celulares foram trocados. Estou com o seu, e acho que você pegou o meu por engano. — Ele mostra o meu aparelho na palma da mão.

— Eu ia esperar até amanhã de manhã, mas o seu telefone não para de tocar.

— Ah —, é tudo o que consigo dizer.

Ando até a minha bolsa, e vejo o telefone de Trevor em cima da minha
carteira.

— Desculpa… devo ter pegado no
carro. — Entrego o telefone a ele.

— Tudo bem. Desculpa incomodar. Você é o único garoto que conheço que é tão bonito quando acorda quanto na hora em que…

Uma batida forte na porta o interrompe, e o barulho repentino me enfurece.

— Que merda é essa? Festa no quarto do Jimin? —, grito e vou pisando duro em direção à porta, pronta para esbravejar contra o funcionário que no mínimo veio reclamar do barulho de Trevor – ironicamente, fazendo ainda mais barulho do que ele.

Assim que chego à porta, as batidas ficam mais fortes, o que me deixa paralisado. E então eu ouço:

— Jimin! Abre a porra dessa porta! —. A voz de Jungkook preenche o ar, como se não houvesse barreira alguma entre nós.

Uma luz se acende atrás de mim, e vejo o rosto de Trevor pálido de medo.
O fato de Jungkook encontrá-lo no meu quarto não vai cair bem, independentemente do que estivesse de fato acontecendo.

— Se esconde no banheiro —, digo, e Trevor arregala os olhos.

— O quê? Não posso me esconder no banheiro! —, ele exclama, e percebo que é mesmo uma ideia ridícula.

— Abre esta merda! —, Jungkook grita de novo e começa a chutar a porta.

Repetidamente.

Olho para Trevor de novo antes de abrir a porta, tentando memorizar seu rosto bonito antes de Jungkook desfigurá-lo.

AFTER - Depois da verdade  -  JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora