10 | Lágrimas e revelações

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O dia seguinte à sessão anual de filmes da Disney foi passado no quintal. João Paulo e Jade tiveram a brilhante ideia de escorregar na grama do mesmo jeito que tinham feito quando eram crianças, mas dessa vez eles eram os adultos responsáveis pela catástrofe iminente ao invés dos pais.

– Eu não quero ver ninguém chorando e reclamando quando vocês se machucarem. – gritou Maria Fernanda para os amigos de onde estava tomando sol ao lado da piscina.

– Ninguém vai se machucar, meu amor, pode ficar tranquila. – falou João Paulo à namorada enquanto se preparava para puxar Jade pelos pés pela grama molhada enquanto Nina e Augusto filmavam e Felipe calculava o quão errado aquilo poderia dar e, bom, poderia dar muito errado.

– Se eu morrer, João, eu vou voltar só para puxar seu pé enquanto você dorme.

Jade mal tinha terminado de falar quando João começou a puxá-la pelos pés e o grito que a garota deu foi tão alto que ela pensou que fosse ficar sem voz, mas não demorou muito para o grito ser substituído por gargalhadas tão fortes que Jade estava começando a ficar vermelha e sem ar, sem contar que estava tão mole que não tinha mais controle nenhum sobre seu corpo.

– Você vai matar a menina, João! – gritou Nina enquanto filmava a cena e gargalhava tanto quanto a amiga.

– Guto, você trouxe antialérgico, né? – quis saber Maria Fernanda da piscina. – Eles vão precisar.

Os primos eram extremamente alérgicos, e rolar na grama não era algo que os ajudariam a ficar sem coceira. Mafê já estava até prevendo a longa noite que teria com João se coçando na cama e Jade enchendo o saco de Augusto enquanto reclamava do vermelhão em seu corpo.

– Tudo bem, já deu vocês dois. – falou Felipe quando Jade finalmente conseguiu ficar em pé e derrubou o primo na grama. – Um dos dois vai acabar se machucando e essa casa vai virar um caos maior do que já está.

– Estraga prazeres. – resmungou João.

– Nem parece que fica dirigindo um carro em alta velocidade quase todo fim de semana.

– Ele está certo. – interveio Guto. – Vocês dois vão acabar se machucando e nós que vamos pagar o pato. Vocês dois são piores que crianças quando se machucam.

*

– O que é esse cheiro de queimado? – perguntou Maria Fernanda enquanto voltava da cozinha com Nina e Jade e foi quando elas ouviram Felipe gritando.

– GUTO! O FOGO!

Antes que elas pudessem raciocinar, João Paulo passou correndo e quase derrubando as três no processo.

– O que aconteceu, João? – perguntou Nina.

– Eu é que não vou ficar lá para morrer queimado. E vocês também não, vamos lá para dentro. – falou o garoto enquanto saía puxando as três garotas pelas mãos.

– Mas o que aconteceu, peste? – insistiu Jade.

– É que talvez, mas só talvez mesmo, eu tenha deixado o saco de pão muito perto da churrasqueira e ele tenha, acidentalmente, pegado fogo enquanto o Guto acendia.

– Meu Deus, amor. Você é péssimo.

– E ninguém vai morrer queimado. – falou Felipe surgindo atrás do quarteto. – Nós já apagamos o fogo e salvamos os pães. Não todos, mas a maioria.

– Drugo, você e o Guto são meus heróis. – brincou João Paulo. – Então já podemos voltar lá para fora sem ninguém morrer.

– Ainda bem que ele não mora sozinho. – comentou Nina quando o amigo já tinha voltado para perto de Augusto ao lado da churrasqueira e sido expulso imediatamente.

Season of Love | Felipe Drugovich Onde histórias criam vida. Descubra agora