𝗘𝗵𝗶𝗸𝘂

157 14 2
                                    

❝𝖱𝖺𝗋𝗈 𝗆𝖾𝗌𝗆𝗈 𝖾́ 𝖾𝗇𝖼𝗈𝗇𝗍𝗋𝖺𝗋 𝖺𝗅𝗀𝗎𝖾́𝗆 𝗊𝗎𝖾 𝗇𝖺̃𝗈 𝗍𝖾 𝖽𝖾𝖼𝖾𝗉𝖼𝗂𝗈𝗇𝖾 𝖽𝖾𝗉𝗈𝗂𝗌.❞

La casa de papel.

◈◐◈◐◈◐◈◐◈◐◈◐◈◐◈◐◈◐◈◐◈◐◈◐◈

☪ ━ 𝖲𝗂𝗇𝖺'𝗌 𝗉𝗈𝗏'𝗌 ❖

Entramos em casa e fomos direto para o quarto. Trocamos nossas roupas molhadas por secas e nos sentamos na cama.

Olhei as horas no relógio e já se passava da meia-noite, o que significa que já era dia 24.

Noah se sentou na minha frente e ficou me encarando, esperando que eu começasse a falar.

— Acho melhor eu começar mostrando. — falo e começo a desabotoar a minha camisa.

— Sina... — ele diz, mas eu o interrompo.

— Só... Cala a boca. — falo o olhando nos olhos e o mesmo assente.

Assim que terminei de desabotoar a camisa até a baixo dos meus seios, estiquei o meu sutiã um pouco para baixo.

Seus olhos desceram para os meus peitos e ele logo viu a cicatriz que tinha no meio deles.

— Posso tocar? — pergunta esticando a mão em minha direção.

Aceno com a cabeça em confirmação e ele passa o dedo delicadamente sobre a minha cicatriz, ele me olha logo em seguida.

— Eles... Tiraram o meu coração. Eles tiraram e... jogaram fora, como se não fosse nada. — falo com a voz trêmula e dou um sorriso triste.

Falar sobre aquilo era muito difícil para mim, mas eu sentia que podia confiar nele para desabafar.

— Não sei o que eles colocaram no lugar, mas era... esquisito, diferente e estranho. Eu perdi o que era mais especial em mim. — falo e uma lágrima escorre pelo meu rosto.

Noah passa o dedo pela minha bochecha e faz carinho ali.

— Todos diziam que eu tinha sorte de estar viva. Mas eu não me sentia viva, eu me sentia meio morta... — sussurro a última parte e vejo que ele está se segurando para não chorar.

Ele veio até mim e se sentou do meu lado, depois ele se encostou na cabeceira da cama, me puxando para que eu deitasse a minha cabeça em seu colo, e assim eu fiz.

— Acho que era para eu ser especial. Eu não pedi para ser, mas... fizeram eu me sentir especial quando eu estava doente, depois quando eu quase morri e passei pelo transplante, mas... eles esperavam que eu fosse ser normal e seguir com a minha vida. — falo e ele faz carinho nos meus cabelos.

— Eu acho que... não existe o normal, é uma palavra estúpida. Que causa muito dano. — diz olhando nos meus olhos.

— Nada parece certo... — sussurro.

Olho para ele com os olhos lagrimejados e ele me dá um selinho.

— Você é a única pessoa que faz eu me sentir... sei lá, real! Sabe? Mostra que eu existo.

— Você é irreal, Sina Deinert. — diz fazendo carinho em meu rosto.

— Eu... Não queria me sentir especial, não quero que as pessoas me tratem com pena logo após saberem o que aconteceu comigo. Isso sempre acontece e eu me sinto deprimente.

— Eu acho que... essa coisa de especial, ser especial é subestimada. Eu acho que... ser um ser humano é difícil, é muito difícil!

— Parece que você se sai bem. — falo olhando para ele.

𝗦𝗲𝗰𝗼𝗻𝗱 𝗰𝗵𝗮𝗻𝗰𝗲|ⁿᵒᵃʳᵗ°Onde histórias criam vida. Descubra agora