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Delta.
Eu lavo seus pés com flores do jardim, na bacia de metal dos meus avós, água morna, maos frias,alma presente no toque da nossa memória ainda tão fragil.
no pano fino eu te seco e coloco na cordinha do varal essa peça do nossa história. voce diz "deixa secar mas não direto no sol!"
- vai demorar mais! eu resmungo, e vc diz "mas evita o estrago das linhas delicadas que fazem o todo." e assim eu faço.
o sol cai em nós e e vc se vai , sem ruidos ou lamentos ... e fico eu no quintal, com a cadeira vazia de vc, o chão com pingos da nossa cor oculta, a bacia com agua fria sendo espelho das estrelas no quase noturno céu.
vc deixou algo secando no varal da casa dos meus ancestrais.
vc parte, mas agora vc é parte .
