Ayla Rivera;
27 de janeiro, terça-feira.Tendo feito grande proveito do que foi o restante do meu fim semana, mal conseguia ver a rapidez em que mais uma parte do mês voava sobre minha cabeça. Se não fosse o leve e discreto interesse sobre as manchetes por trás do caso do promotor batista, poderia me perguntar que dia é hoje e eu não saberia como responder sem antes buscar pelo calendário no celular.
Três dias desde o ocorrido e até o momento não se sabe onde o Deniel foi parar, muito menos o que de fato pode ter acontecido com ele. Mesmo que para mim seja um absurdo, entre tantas teorias, já havia aquela em que o próprio teve algum surto psicótico e tirou a vida da esposa junta a de e suas filhas.
Era inacreditável onde o ser humano podia chegar, esse fato eu não sou ninguém para contestar. Mas o Deniel era diferente, o conhecia a anos, o admirava por anos. Jamais poderia aceitar uma ideia tão banal, nunca levaria em consideração a tentativa do público em transformá-lo em um monstro. Afinal, todos possuímos uma pequena fila para nos atirar pedras. Era algo muito comum se esperado da raça humana.
- Ayla, está conseguindo me entender? - minha atenção havia retornado para a sua pessoa, mas a resposta era não, não estava o entendendo.
- Perdão, mas o que você disse mesmo? - se estivesse em uma sala de aula comum, esse seria o momento em que o pequeno grupo aos fundos puxariam alguma piada para atrair gargalhadas de toda a turma. Mas não aqui, não era mais o colégio.
- O curso não é obrigatório, pode se retirar se quiser, voltar na próxima semana. Ou então pode se dedicar aos simulados, se achar que apenas eles bastam - apesar de estar de acordo com suas sugestões, via naqueles poucos minutos dentro daquela sala uma oportunidade para me desligar de tudo o que se passava do lado de fora da auto-escola. No entanto, talvez fosse ser mais vantajoso se o menos por hoje seguisse o seu pensamento.
- Claro, ando mesmo uma pouco distraída. Se me der licença, preciso cuidar de assuntos importantes fora daqui - mantendo toda uma educação passada pelas minhas mães, observei o seu consentimento ao apenas balançar a cabeça e me retirei da pequena sala já cedendo um até logo para as meninas na recepção antes de estar nas ruas com os pensamentos voando alto outra vez.
Não havia muito para fazer, tão pouco esperava fosse aparecer qualquer coisa de uma hora para outra. Mas ao passar pelo parque que sempre me abrigava em momentos de intensos quebra-cabeças, pude sentir algo diferente, algo que me trouxe um certo incomodo ao vasculhar todo o local apenas com o olhar. Não sabia dizer o que podia ser, mas me vi presa dentro de sentimentos preocupantes, fora do meu comum. Não conseguia enxergar nada que não fosse pertencente ao local, mas ainda sim não conseguia retornar para a tranquilidade de todas as vezes.
Optando por seguir caminho de volta para casa após sentir o meu lugar profanado, novamente pude notar o meu desconforto ser ativado ao ter a estranha sensação de estar sendo observada. Mas não sabia dizer o motivo por trás de tal acontecido, afinal, também não conseguia ver ninguém fora do padrão diário nos arredores do meu setor de caminhada. Independente do que pudesse ser, não devia representar preocupações, poderia ser apenas coisa da minha cabeça, ela andava um pouco perturbada com as últimas ocorrências.
- Olha por onde anda, perdeu a visão? - diante o tom grosseiro usado, engoli em seco todo o pedido de desculpas que havia sido preparado no exato momento em que acabei me esbarrando em sua pessoa. Com toda calma e paciência do mundo, apenas respirei fundo e segui com o meu caminho ao notar sua pessoa fazendo o mesmo. Educação cabe é algo que cabe e é bem vinda em todo e ququer lugar, mas aquele ser estúpido e arrogante não deve saber o que é isso, tenho certeza que não.
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𝗠𝗶𝗻𝗵𝗮 𝗜𝗿𝗺𝗮̃ 𝗠𝗮𝗶𝘀 𝗩𝗲𝗹𝗵𝗮 - 𝒻𝒾𝓁𝒽𝒶 𝒹𝒶 𝓂𝒾𝓃𝒽𝒶 𝓂𝒶̃𝑒
De Todo🔞 𝐀𝐲𝐥𝐚 𝐯𝐢𝐯𝐢𝐚 𝐮𝐦𝐚 𝐯𝐢𝐝𝐚 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐪𝐮𝐢𝐥𝐚 𝐞 𝐜𝐨𝐦 𝐚 𝐧𝐨𝐫𝐦𝐚𝐥𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐦𝐩𝐫𝐞. 𝐌𝐚𝐬 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐚 𝐚 𝐬𝐨𝐟𝐫𝐞𝐫 𝐮𝐦𝐚 𝐢𝐧𝐞𝐬𝐩𝐞𝐫𝐚𝐝𝐚 𝐫𝐞𝐯𝐢𝐫𝐚𝐯𝐨𝐥𝐭𝐚 𝐪𝐮𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐚 𝐟𝐢𝐥𝐡𝐚 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐯�...