Sonho de uma vida (dream of a lifetime)

CAPÍTULO UM

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Era verão e eu estava me mudando para casa da minha avó Emma. Fazia anos que eu não a via, isso foi depois da morte do meu avô. E fazia anos que eu sonhava com a cidade da qual cresci, literalmente sonhava, e quando acontecia eu poderia esperar de tudo, desde pesadelos a chuva com doces caindo do céu. Mas o pior de tudo era quando eu sonhava com ele, não sei porque era o pior de todos, ele era o meu sonho mais bonito, porém o mais agoniante. Eu me perguntava porque ele ia embora e me deixava sozinha em todos os sonhos. porque ele morria em todos ele? Eu acordava desesperada sem saber do porquê disso acontecer, era como se eu o conhecesse, mas ele não existia, isso era fato. Então porque isso me assombrava desde meus 14 anos?
Decidir mudar. ir morar com minha avó depois do último sonho, esse era diferente, ele era bonito, quasse real, digo , como se ele quisesse que eu o encontrasse na vida real me chamando, me puxando pra cidade. Eu fazia terapia, e minha terapeuta um certo dia me disse que eu deveria tentar descobrir porque tenho esses sonhos, então eu sabia que se fosse pra enfrentar eles, teria que ser na cidade aonde os sonhos aconteciam, na minha cidade natal , na cidade verão, isso mesmo , a cidade se chamava "verão " , por ser um lugar que parecia sempre verão mas sem aquele exagero de calor. Seus pontos turísticos que deixavam até o reino mais belo dos livros de queixo caído, a cidade tinha o enorme rio de águas cristalinas, as gramas verdes limão, a torre dos namorados que ficava isolada no todo de uma colina, as barracas de comidas diferenciadas e o feriado especial da cidade, aonde acontecia a festa turística das estações. E muitos outros lugares maravilhosos que a cidade proporcionava para o povo, que se orgulhava de outra  grande conquista, a ponte travessia, a grande ponte, e a segunda ponte menor. As duas lendas mais antigas da cidade verão, as pontes de pedras vermelhas e enormes que ninguém sabia como foram parar ali , o mistério de toda a cidade. Eu tinha esquecido como era bonita a cidade verão, aqui não tinha calor de matar ou frio de não sei quantos graus, a temperatura sempre era uma temperatura agradável.
Pisando na grama, que vai de uma espessura de vários quilômetros e dividida em parte asfalto e grama, me dou conta que não tenho mais como voltar atrás, já cheguei aqui e já fiz um compromisso com minha avó de morar com ela por pelo menos 3 anos, e é isso que eu vou fazer. Eu deixei uma vida na cidade ,mas pra ser sincera eu nunca gostei de morar na cidade grande com gente esnobe me falando o que fazer, e pelo barulhos excessivos, o fedor dos esgotos, e em como eu me sentia doente toda vez que chegava do trabalho. pisando na grama da divisa do asfalto, eu finalmente consigo respirar direito, é como se um peso enorme saísse dos meus ombros e me dissesse " bem vinda". Ando com um pouco de dificuldade por causa da grama que atrapalha levar a mala de rodinhas, então pego a mala nos braços, tento todas as posições possíveis pra carregar a bendita mala pelas mãos e a puxo já sem fôlego. Começo a me sentir estranha com a dificuldade, não vejo nenhum Uber por perto e o meu celular está totalmente morto pra pedir um por aqui. Tenho uma sensação estranha de que alguma coisa não está certa, olho disfarçadamente pra trás e ao longe vejo alguém vindo em minha direção, não vejo ninguém por perto e  fico com medo e acelero o passo, ele também faz isso, e eu acelero ainda mais, dessa vez ele começa a correr, e eu corro também, confirmando minhas suspeitas de que isso não é normal. Desesperada pra encontrar logo a casa da minha avó saio com a mala em disparada por um atalho que reconheço do tempo que vivia aqui, e quando entro na rua acabo me arrependo, o lugar é totalmente deserto, começo a me desesperar e com o medo acabo me atrapalhando com a descida da rua e deixo minha mala cair, " pronto, é aqui que eu morro" penso em deixar ela no chão como tá, mas tudo que eu tenho está dentro daquela mala. Tento pegar ela mas não me atento que aquele  homem de alguns segundos atrás já está na minha frente sem fôlego, eu  estou pronta pra correr quando ele levanta as mãos e fala meu nome

____ Caramba Violet ___ fala com dificuldade __ você é rápida, porque estava correndo desse jeito?

Fico sem reação alguma, e ainda com medo ,olhando de perto, percebo que ele é muito alto e também muito bonito, com cabelos claros cor caramelo, e os olhos... Olhos familiares de um verde água extremamente lindo, e então me lembro de onde já vi aqueles olhos. Chego mais perto e me dou conta de quem é

____ Gabriel?!___ digo já sem medo e com um enorme sorriso no rosto. Ele também sorri, e que sorriso, eu não o vejo já faz 10 anos , e como ele cresceu, não é mais aquele garoto de 17 anos, naquela época ele era um pé no saco, também me lembro da minha quedinha de adolescente por ele.

_____E então, vai ficar aí parada ? Vem aqui, faz tanto tempo
Ele me abraça e eu fico sem jeito , e com a vergonha começando a aparecer depois de achar que ele era um serial killer
Ele é tão alto pros meus 1,58 que fico com ainda mais vergonha, ele rir da minha cara, que não deve tá nada boa depois desse susto e eu também sorrio de maneira que ele não me ache ainda mais desengonçada.

____ É, faz tanto tempo. E olha pra você!, Tá um gigante!

____ Parece que continua com o humor de sempre

____ O quê? Mas é verdade, olha pra você, tá... Um homem
Ele sorrir da minha fala estúpida , e confesso que até eu rir disso, o que mais ele poderia ser se não um homem sua tola?
Ele me ajuda com a mala , levantando ela com toda facilidade do mundo e seguindo pelo caminho que tinha pegado.

____ Vai me falar porque você estava correndo de mim? ___ ele me olha de lado desacreditado e me acusa ___ Espera, não... você não achou que eu era um bandido não é?

Eu fico toda vermelha e começo a ficar nervosa. Que droga! Ele percebeu meu desespero?

____ É melhor ser cuidadosa do que acabar em uma vala qualquer não acha?
Falo com confiança pra disfarçar minha vergonha, e ele começa a gargalhar, e eu fico ainda mais vermelha querendo voltar no tempo pra não parecer uma gazela correndo, e logo na frente dele !

____ Quando eu contar essa pra dona Emma ela vai caí pra trás de tanto rir

____ O quê? Não, você não pode falar disso pra ela, ela vai contar pra todo mundo da cidade. Eu vou ser a piada daqui, eu amo minha avó, mas ela é uma enorme de uma fofoqueira e você sabe muito bem disso___ me dou conta que ele deve conhecer minha avó melhor que eu , já que sempre está na floricultura dela. Minha avó sempre fala em como Gabriel é um garoto de ouro e que faz as melhores companhias de todas em dia de bingo. E em como ele é um ótimo funcionário. Geralmente não costumo escutar muito sobre a cidade e as pessoas nas conversas da dona Emma, mas era impossível não escutar quando se tratava de Gabriel, e o que não me interessa eu deixava de lado pra não se transformar em gatilhos pros meus estúpidos sonhos. Pego Gabriel me olhando com intensamente e interesse, eu sempre quis que ele me olhasse assim, na minha adolescência imatura digo, pois agora a última coisa que desejo é ter um relacionamento com alguém. E esse jeito que ele me olha... como ele me olha, me deixa confusa e com uma enorme dormência nas pernas. Um pouco desconcertada e sem prestar atenção em mais nada se não em seus olhos , acabo tropeçando em uma pedra e quando estou preste a caí de cara no chão Gabriel me segura pelos braços, e que braços, algo fantasticamente... Delicioso. Digo, fortes e...
____ você está bem?

Ele pergunta preocupado olhando nos meus olhos , ah não, porque ele tem que me olhar assim? Com um olhar de quem está interessado em um doce. assim não dá, eu não posso voltar a sentir aquela queda por ele de novo, não depois de toda essa cena , e não depois de todos os desastres que foram meus outros romances. Desvio o olhar dele e faço que sim, saindo de perto daquele corpo incrivelmente musculoso.

____ Você é bem desastrada, é como eu me lembro na nossa adolescência ___ ele dá um sorriso de lado pensativo e depois fica sério ____ mas está ainda mais bonita que naquela época

Como? Ao meu Deus, ele tá flertando comigo?. Agora eu estou ainda mais envergonhada e suando como uma porca, ele não pode fazer isso e ficar com esse jeito descontraído como se aquilo não o afetasse em nada. Eu não falo nada, só sorrio e volto pro caminho pra casa da minha avó, fingindo empolgação pra chegar logo. indo na frente sem risco de olhar nos olhos dele e acabar fazendo besteira. Eu estou bem na frente quando ele fala alto

____ E parece que não descobriu um jeito de receber elogios também

Ele não faz ideia. Não faz ideia de muita coisa na verdade.

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