Não acho que essa seja a forma mais adequada para se fazer uma sinopse, ou se esse capítulo pode ser considerado uma.
Faz muito tempo desde que não escrevo e sinto que estou levemente enferrujada com as palavras e como formula-las, por isso, peço para que sejam pacientes com os tempos de lançamento de cada capítulo, palavras escritas de forma errada e capítulos que podem não fazer tanto sentido.
Bom... Nicolae Culler é um homem destemido, gosta da autenticidade e faz gosto em mostrar sempre o seu lado arrogante e mesquinho. Esse é o seu lado exterior, usado para esconder e tentando se defender com as armas que tem para proteger a sua verdadeira identidade. Culler não gosta nem um pouco de se mostrar frágil para os demais, a ideia de confiar em alguém novamente não o agrada. Aprendeu a viver somente com sua própria companhia, mas as vezes sentia falta de ter alguém contigo.
Culler estava em seu quarto, sentado em sua cama, observando a água da chuva que escorria pela janela. Seus pulsos... Pingava um fluido em um tom de vermelho vibrante. Que escorria de seus pulsos aos lençóis claros de sua cama enorme. Nick sempre se via fazendo isso, como uma tentativa desesperada de verificar que ainda estava vivo. A lâmina de aço, extremamente afiada, usada para cortar sua pálida carne, repousava o criado mudo, logo ao lado de sua cama.
O loiro observava avidamente da janela, lá embaixo, um casal. Na chuva. Pareciam estar em um momento pequeno, mas tão feliz...
Eles dançavam e brincavam na chuva, sem se importar com as pessoas ao seu redor, que podem estar julgando-os como loucos. Eles riam e gargalhavam quando erravam algum passo ou tropeçavam em seus próprios pés. Não estavam loucos. Estavam felizes.Felicidade...
Fazia um tempo que Nick não sentia estar feliz daquele jeito. A ponto de não se importa nem um pouco de se molhar em um dia de chuva e até cantarolar enquanto as gotas de água caem. A ponto de sentir que está vivendo novamente e que não está em um loop infinito e repetitivo. A ponto de sentir que pode aproveitar cada dia que passa como se fosse o último.
Viver...
Isso... Isso então é viver?
Cercado de pessoas que acreditam que se pode desfazer-se de uma vida por nada mais, nada menos que dinheiro. Que estão pouco se ferrando para o como pessoas ao seu redor estão se sentindo ou... Ter que furar-lhe os pulsos, quase que de semana em semana, numa tentativa desesperada de sentir que ainda está respirando?
Por que para alguns a vida tinha de ter um misto de emoções, arrepios e frios na barriga enquanto que para Nicolae, havia de se resumir a uma lâmina de aço e sentir que estava sufocando a si mesmo com cada ato que o mesmo fizesse?
O loiro repetia esse pensamento arduamente em sua mente, sentindo sua garganta se apertar e seus olhos se encherem de lágrimas em resposta.
Nick levanta-se de sua cama, calçando suas pantufas. Lava seus pulsos na pia do banheiro de seu quarto, cobrindo-as com pomada e ataduras logo em seguida. Ele estica as mangas de seu pijama pelo seu braço, encobrindo qualquer resquício do que fizera em si mesmo. Recolhe os lençóis e os põe para lavar.
O homem de pele extremamente pálida, vai até o pequeno bar em sua casa, pegando um vinho qualquer de suas coleções. Sua bebida favorita!-- Senhor, eu poderia ter colocado suas roupas de cama para lavar, não precisava fazer meu trabalho! Era só ter me avisado!_- Adverte uma de seus empregados.
--... Está me dizendo o que devo fazer, Maria?_- Nick pergunta perigosamente, parando de servir a si mesmo o seu próprio vinho, encarando-a fixamente de canto de olho, através de seus cabelos tão claros que pode até se dizer que são brancos, caindo em sua testa, tampando parte de seus olhos.
Maria engole em seco, surpresa com sua reação, mas logo pensa no que pode lhe ter acontecido.
-- Respondendo sua pergunta, não estou distando o que fazer, apenas pedindo para que me deixe fazer o meu trabalho!_- ela responde pousando a mão em seu ombro altamente tensionado pela irritabilidade.
-- Pequeno Culler! Fez aquilo novamente?_- pergunta Maria preocupada com seu chefe, sem resposta.
-- Escute... _- a linguagem corporal de seu chefe, transparecia que estava escutando, por mais que seu orgulho não o deixasse responder em voz alta.
-- Você precisa da presença de alguém, para tentar esfriar a cabeça. Você sabe que fazer isso consigo mesmo não é saudável!... Sabe, ouvi dizer de um site que permitem as pessoas se comunicarem virtualmente com pessoas de sua cidade ou de cidades próximas! Não me lembro o nome, mas tenho certeza que o encontrará!_- Nick dá de ombros, voltando a servir sua bebida.
-- Escute meu conselho! Tente sair dessa, eu sei que consegue! Você cuida de todas as filiais de empresas que seu pai o deixou por todo o país, você tem uma força incrível e invejável, porque seria tão difícil para você sair dessa, hm?_- ela indaga dando-lhe um beijo na bochecha e acariciando seus fios antes de sumir dentre os corredores de sua enorme e nada humilde residência.
Nick suspira cansado. Sabia que Maria estava certa. Sempre está. Maria já estava perto de se aposentar, ele sabia disso, por isso, sempre fazia o possível para escutar os conselhos da mesma. Ela tinha muitos anos de experiência e havia se apegado bastante nele em todos os anos que trabalha com ele. Ele se senta no sofá da sala e procura o tal site em seu celular.
Depois de um tempo procurando, descobriu um site de relacionamento sugar.
Nick fecha o site rapidamente, envergonhado.
Ele se arruma e saí em direção a uma cafeteria próxima de sua casa que teria aberto a pouco tempo.Era uma cafeteria com uma decoração maravilhosa, voltada para os felinos. Tinham sobremesas e bebidas personalizadas. O cardápio inteiramente personalizado e as comidas com um visual absolutamente fofos. Essa cafeteria tinha um diferencial incrível; gatos soltos por todo o lugar e prontos para serem adotados.
Nick adorava gatos, portanto esse era o ambiente perfeito para ele.
Minutos depois de ficar bajulando os gatos do recinto, um dos garçons do local lhe chamou a atenção. Andrew não esperava, mas foi alí que sua vida começou a mudar.