- Capítulo 4 - Eu quero você!

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Valério

Acordo mais cedo como nos outros dias e vou ao banheiro tomar banho e me trocar. Quando saio do banheiro percebo que o quarto está vazio, o que significa que Esperança deve está lá embaixo. Todos os dias eu durmo mais cedo e acordo cedo para não ter que escutar as reclamações de Esperança.

Depois que termino de me trocar, desço a escada e me sento começando a comer. Não da nem 2 minutos e Esperança sai do quarto de Ranya gritando. Eu já sabia que iria sobrar pra mim.

--A SUA FILHA NÃO TEM RESPEITO POR NINGUÉM, E SABE PORQUE VALÉRIO? POR QUE VOCÊ NÃO TEM PULSO FIRME COM ELA! – Ela grita no meu ouvido com raiva.

--ESPERANÇA! TEM COMO VC PARAR DE GRITAR NA PORRA DO MEU OUVIDO TODO SANTO DIA! SE A GAROTA TE RESPONDE, É PORQUE VOCÊ NÃO É DIGNA DO RESPEITO DELA! – Só espero que Deus me perdoe, mas essa mulher me tira do sério.

-- VOCÊ FICA MIMANDO ESSA GAROTA, POR ISSO ELA ME TRATA DESSE JEITO! Parece que ela não tem respeito pela própria mãe! – Esse drama me dar raiva. Ela sempre culpa e aponta os erros dos outros, mas nunca pensa nos erros que ela cometeu.

-- Pelo amor do santo Deus Esperançam, ela é sua filha porquê você pega tanto no pé dela? Até parece que você nuca foi adolescente. – Abaixei o tom da minha voz porque não queria que os vizinhos acordassem, mas acho que eles já estavam acordados.

-- Sim já fui, mas Valério... –Ela tentou falar, mas imediatamente foi interrompida e eu dei graças a Deus. Mas parece que a minha paz não ia voltar tão cedo, já que foi Tomás que desceu e eu sabia que ia ter mais dor de cabeça.

-- PELO AMOR DE DEUS MÃE! Não tem como parar de gritar um pouquinho? São 6:30 da manhã. – Ele falou com um tom grosseiro e eu sei que Esperança não é uma pessoa que podemos falar sem gritar, mas somos pais dele e ele nos deve respeito!

-- Olha o tom! – Alertei ele sobre esse tom rude.

-- Perdão senhor pastor, opa! Senhor Ferreira. – Ele disse com um tom de deboche para tentar tirar a minha paciência, que já tinha acabado com Esperança.

-- Se falar "senhor pastor" mais uma vez eu vou...— Estava tentando disciplina-lo, mas Tomás me interrompeu.

-- Oque? Vai me bater? Não se esqueça que você é um homem de Deus. —Continuou com sua confiança e deboche.

Ranya saiu sem paciência e eu decidi fazer o mesmo. Não tinha um minuto de paciência em casa então eu preferia está no trabalho. Literalmente qualquer coisa na igreja era melhor que em casa. Nem que eu ficasse apenas lá sentado lendo minha bíblia.

-- Já chega! Não tenho paciência para aguentar as suas provocações e nem os gritos sem fundamento da sua mãe. EU SÓ GOSTARIA DE TER 1 DIA NORMAL NA MINHA VIDA, SEM QUE NENHUM DOS DOIS VINHESSE ESTRAGAR! – falei e sai.

Fechei o portão e fui caminhando. Quando olho pra frente, vejo Ranya dobrando a esquina com sua bicicleta e acenando para Karen que estava andando no mesmo lado da calçada que eu. Nossos olhos se encontraram e continuei andando em sua direção.

--Bom dia! – Ela me cumprimentou.

--Bom dia, como você estar?

-- Eu estou bem, mas você não parece estar. O que aconteceu dessa vez?

--A mesma coisa de sempre, minhas manhãs não são tão tranquilas quanto as suas. – Falei.

--Mas pelo menos nessa manhã você comeu?

-- Essa é a pior parte, vou comer na igreja. – Respondi e ela pensou um pouco até falar.

-- Você vai demorar muito pra chegar lá e pode acabar morrendo de fome, é melhor você comer na minha casa, que tal? – Ela falou um pouco pensativa.

Família em ProblemasWhere stories live. Discover now