Athena tinha uma boa relação com o seu pai. Mas a única razão de essa relação ser boa era a distância entre os dois. Ela mesma acha que se tivesse de conviver com seu pai por mais tempo, não teriam uma conexão tão forte e saudável como têm. Seu pai pode ser a sua cara metade, divertido, expontâneo e fácil de conversar mas quando entra demasiada bebida no seu sistema a coisa pode vir a ficar feia. Mas Athena sabe que seu pai não bebe quando sabe que vai estar com seus filhos. Mas Athena também sabe que seria impossível viver com seu pai por conta de seus vícios.
Já a sua relação com o seu irmão variava entre extremos. Ou fingiam que não existiam, ou brigavam pela coisa mais indiscutível de sempre. Mas as coisas nem sempre foram assim. Em tempos, quando o mundo não era cruel, os irmãos brincavam juntos, riam juntos, corriam juntos. Eles foram inseparáveis, até que a realidade os afastou do mundo das fantasias de criança que tinham juntos. Ás vezes Athena lamenta o desperdício de relação com seu irmão.
Com o passar dos anos Ren foi se afastando. Sendo três anos mais velho, acabou por se deparar com a crueldade do mundo mais cedo que sua irmã. E apercebendo-se que Athena não o compreendia, acabou por se isolar. Hoje, com 20 anos, encontra-se perdido no mundo noturno e no mundo da droga. Ainda vive com sua mãe e sua irmã mas vive dormindo no seu quarto após uma longe noite ter acontecido.Mas mesmo tendo tantas relações fodidas com todos na sua vida, a sua relação com sua mãe era pior ainda. Athena tem algumas memórias em que foi feliz do lado de sua mãe. Como quando iam juntas ao supermercado depois das aulas e como quando a mamãe a costumava levar para o seu trabalho e ela ficava ao seu lado desenhando enquanto mamãe trabalhava. As memórias atuais com sua mãe resumem-se a berros e ultimatos.
Se alguém perguntar a Athena, ela responderá que está tudo bem. Mas estará?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um alívio entre o caos
RomanceDois adolescentes que vivem no seu próprio caos encontram a paz um no outro.