Depois de quase meia hora tendo crise de ansiedade, Nahoya conseguiu me acalmar. Nós descemos até o litoral e chegamos à praia, havia bastante gente lá então estávamos seguros. Nós nos sentamos sobre a areia quente e observamos o mar enquanto conversávamos.
- Caramba... Se eu trombar com esse cara na rua o tempo vai fechar pra ele. - Pela primeira vez em muito tempo, eu vi o sorriso de Nahoya sumir de seu rosto. Ele parecia realmente nervoso com isso.
- Deixa isso pra lá... - Enrolei uma mecha de cabelo no dedo encolhendo os ombros, cabisbaixa.
- Deixar pra lá? Quer que eu deixe uma tentativa de assassinato pra lá? Eu vou estourar aquele cara na porrada!
Nahoya estava realmente indignado e no fim nenhum de nós realmente aproveitou a tarde. Eu porque estava perturbada pelo ocorrido, e ele porque estava ocupado tentando me consolar e ameaçando Choji de morte de todas as formas possíveis.
Ao entardecer, o Kawata me acompanhou até em casa. Meu irmão não estava em casa ainda e eu resolvi tirar um tempo para mim, tomei um banho, comi qualquer coisa que encontrei na geladeira e me tranquei em meu quarto. Me deitei em minha cama e fechei os olhos tentando dormir, mas logo minha paz foi arruinada por uma batida no vidro da minha janela. Irritada, fui até a mesma para ver o que era, me debruçando no parapeito.
Em frente a minha casa, havia um garoto de cabelos longos e rosados, uma máscara preta cobria seu rosto abaixo dos olhos. Ele facilmente seria confundido com uma garota, já que suas feições mais masculinas eram escondidas pelas roupas largas de cor pastel.
Só então eu me lembrei: havia prometido passar em sua casa depois da escola.
- Vambora lindinha, eu já esperei a manhã toda por você! - Gritou.
- Haru... Eu não sei se tô no clima hoje...
- Desce aqui, rapidão!
Com um longo suspiro, desci até a rua, onde encontrei Haruchiyo. Ele sorriu por debaixo da máscara e me recebeu com um abraço caloroso.
- Eu soube que você não está tendo um dia bom hoje - Murmurou ainda com os braços ao meu redor. - Eu comprei umas coisas pra gente comer, também tenho uma erva da boa.
- Acho que eu não tenho escolha, não é? - Dei um meio sorriso enquanto levantei minha cabeça para encará-lo. Haruchiyo sorriu de volta e me abraçou mais forte.
- Você sabe que não.
Nós seguimos até sua moto, e o Akashi me levou até a sua casa. Nós fomos direto para o seu quarto. Takeomi não estava em casa e eu não fazia ideia de onde Senju estava, sendo assim, nós estávamos sozinhos.
Assim que entrei no quarto de Haruchiyo, minhas narinas foram inundadas por um forte cheiro misto de maconha e aromatizador de rosas. As paredes propositalmente cobertas por um papel de parede cinza escuro escondiam vários desenhos que nós fizemos ali na infância. Apesar da diferença gritante na mobília e decoração da época, eu ainda sentia uma ponta de nostalgia sempre que entrava naquele quarto, e naquela vez não foi diferente. Me deitei na cama do Akashi mais novo, abri um dos vários pacotes de bala que o mesmo havia deixado ali e peguei algumas enquanto esperava por ele.
- Já faz um tempo desde a última vez que você veio, não é? - Haru fechou a porta atrás de si. Embora eu não tenha visto, pude ouvir o som da tranca sendo virada. Ele se aproximou tirando um baseado do bolso e o acendendo, sentando na cama em seguida.
Deu uma tragada e se encostou na parede dando batidinhas em seu colo, com os olhos nos meus. Subi sobre ele e passei os braços ao redor do seu pescoço, depositando um beijo suave em sua testa. Em seguida peguei o baseado de sua mão e dei uma tragada também. Como Haru havia mencionado, era das boas. Apenas duas tragadas foram suficientes para fazer efeito, senti meu corpo todo relaxar e eu senti que poderia rir de literalmente qualquer coisa.
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Send Me Orchids - Ran Haitani
Fanfiction𝑂 𝑞𝑢𝑎𝑜 𝑙𝑜𝑛𝑔𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎 𝑝𝑜𝑑𝑒 𝑖𝑟 𝑝𝑜𝑟 𝑎𝑚𝑜𝑟? 𝐸𝑛𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑠 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑠𝑢𝑎 𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑚𝑜𝑟𝑟𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑎 𝑢𝑚𝑎, 𝐴𝑘𝑖𝑟𝑎 𝑑𝑒𝑠𝑓𝑟𝑢𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑎𝑚𝑜𝑟 𝑖𝑛...