Capítulo 77 - Dia 13 e 14: "AFUNDAMOS!" - Parte II

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-A porta do fim. Nós todos morreremos. Não terá mais salvação. Nada de Capitão Pedro nem Thiago nem Soled. Apenas escuridão, sangue, espadas, esqueletos, cadáveres... – Ele se levantava, sem a ajuda de Soled e crescia o tom de voz a cada palavra.

-ESTEBAN-

-NÓS TODOS MORREREMOS JUNTO AO SANGUE, MARES, BARCOS, SENHOR DOS PIRATAS, ESPADAS, TRIPULAÇÕES, CADÁVERES, MORTES, TODOS MORTOS POR GRAYMARROW. NÓS SOMOS MORTOS. NÓS ESTAMOS MORTOS. NÓS VAMOS SER MORTOS PARA SEMPRE. – Ele falava num tom alto.

-Que porra é essa? – Pedro olhava um pouco pela fresta da porta.

Os olhos de Esteban estavam do jeito que estavam: vermelhos e com uma esclera de um olho preta, o seu esquerdo. Eles pararam de ficar indo se mexendo e estão normais. Sua cara parece cansada, exausta e misteriosa por algum motivo.

-O sentimento... de afundar. – Pedro olhava e se lembrava de uma conversa com Esteban algum tempo atrás sobre seu sentimento de "estar afundando".

-E aí, Pedro? – Thiago olhava um pouco medroso, ele pensava que era algo sobrenatural ou algo dos espíritos malignos.

-Eu sei. Eu entendo. O sentimento de afundar. – Ele apenas falava isso e se sentava na parede de madeira do lado direito da Taberna.

-Ai meu deus! Ah, que merda. – Ele batia no chão de madeira.

-Como assim? – Ninguém entendia nada e Pedro se recusava a responder.

-GRAYMARROW NÃO IRÁ MATAR A GENTE! ISSO ESTÁ LONGE DE ACONTECER. NA VERDADE, ELES NEM VÃO MATAR A GENTE. A GENTE VAI MATAR ELE! – Ele começa a ficar assustado.

-ELES VÃO MATAR A GENTE. PARA SEMPRE. NÓS IREMOS MORRER. SERÃO DIAS, SEMANAS, MESES, ANOS, DÉCADAS, SÉCULOS LUTANDO PARA MORRER. ISSO É UM CICLO SEM FIM. NÓS ESTAMOS NESTE CICLO. NÓS IREMOS MORRER POR ELE. – Ele abre os olhos e começa a falar alto demais como se fosse um aviso forte.

-A CHUVA ESTÁ CHEGANDO. A PORTA SE ABRIU. A TEMPESTADE IRÁ TOMAR CONTA DE TODOS NÓS. – Ele continuava a falar alto, num tom de perigo, bravo, ofegante e não tremendo mais.

Ele deixa Soled surpreso e frustado, ficando para trás, caído para trás, ouvindo com o rosto assustado.

-NÓS SEREMOS FRUTOS DA MORTE. NÓS IREMOS CAIR. CAIR DO PENHASCO. DO ABISMO DAS PROFUNDEZAS DO OCEANO DE SANGUE E VAMOS FICAR LÁ PARA SEMPRE. ESQUECIDOS. – Ele começava a falar descontroladamente.

-Do que você está falando, Esteban? – Ele estava sem palavras.

-SEA OF THIEVES IRÁ AFUNDAR E NADA RESTARÁ. SEA OF THIEVES NUNCA EXISTIU! – Ele resiste um pouco, ainda gritado, fica mais calmo.

-Merda! Merda! Merda! Merdaaaaaaa! – Pedro batia mais na madeira e colocava seu cabelo para trás e pensava, colocando a mão em sua cabeça e se perguntando: "Por quê? Por quê?".

Ele via o horário. Ele temia que algo iria acontecer. Eram 7h12.

-Porra. Merda. Caralho. Puta que pariu... – Ele ficava mais desesperado, com algum ressentimento do que poderia acontecer.

-Fica calmo, Capitão. Ele vai ficar bem. – Thiago tentava consolá-lo.

Ele se levantava e vai na Taberna.

-SEA OF THIEVES VAI AFUNDAR PARA SEMPRE E NÃO VAI RESTAR NADA MAIS DO QUE CINZAS DE PIRATAS INSIGNIFICANTES QUE LUTARAM PARA MORRER. NÓS NASCEMOS, CRESCEMOS, APRENDEMOS, REPRODUZIMOS E MORREMOS. UM CICLO MORTAL. NADA DISSO FAZ SENTIDO! HAHAHAHA! – Esteban continuava a gritar.

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