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Jimin


O alarme do telefone invade meu sono como um pinguim dançarino. Minha mente sonolenta literalmente o
incorpora ao meu sonho na forma de um pinguim dançarino.

Mas a fantasia feliz não dura muito tempo. Desperto um pouco mais, e minha cabeça começa a doer imediatamente. Quando tento sentar, sinto o peso de alguma coisa… ou melhor, de alguém.

Ai, não.

Lembro de ter dançado com um cara tarado. Em pânico, abro os olhos… e, em vez de um estranho, vejo a tão conhecida pele tatuada de Jungkook em cima de mim. Ele está com a cabeça na minha barriga, me envolvendo com um dos braços.

Meu Deus.

O que aconteceu?!

Tento empurrar Jungkook sem acordá-lo, mas ele murmura e abre os olhos devagar. Em seguida fecha-os
de novo e sai de cima de mim, desenlaçando suas pernas das minhas.

Saio da cama, e quando ele abre os olhos de novo, não diz nada, apenas me observa como se eu fosse algum tipo de predador. A imagem de Jungkook
entrando em mim sem parar enquanto eu gritava seu nome surge em meus pensamentos.

Onde eu estava com a cabeça?

Quero dizer alguma coisa, mas, para ser sincero, não sei o quê. Estou enlouquecendo por dentro, tendo um
colapso total. Percebendo meu desconforto, Jungkook sai da cama, enrolando o corpo nu no lençol.

Meu Deus.

Ele senta na poltrona e me olha, então percebo que estou só de cueca. Instintivamente, aperto minhas pernas e sento na cama.

— Fala alguma coisa —, ele pede.

— Eu… não sei o que dizer —, admito.

Não acredito que isso aconteceu. Não acredito que Jungkook está aqui, na
minha cama, pelado.

— Desculpa —, diz ele, e enterra a cabeça nas mãos.

Minha cabeça está latejando por causa do excesso de álcool ingerido há apenas poucas horas, além do fato de eu ter dormido com Jungkook na noite passada.

— Melhor se desculpar
mesmo —, murmuro.

Ele puxa o cabelo.

— Você me ligou.

— Eu não disse para você vir para
cá —, retruco.

Ainda não decidi como lidar com isso. Ainda não sei se quero brigar com ele, expulsá-lo do quarto ou tentar lidar com a situação como uma pessoa adulta.
Levanto e vou até o banheiro, ouvindo sua voz no caminho.

— Você estava bêbado, e eu achei que estava em apuros ou coisa do tipo, e o Trevor estava aqui.

Ligo o chuveiro e me olho no espelho. Tem um hematoma vermelho escuro no meu pescoço. Que merda. Passo os dedos sobre a marca ainda sensível, e
minha mente divaga para a lembrança da língua de Jungkook em minha pele.
Ainda devo estar meio bêbado,
porque não consigo pensar direito.

Achei que estava seguindo em frente, e aqui está quem destruiu meu
coração, dentro do meu quarto, e eu com um chupão enorme no pescoço, feito uma adolescente assanhada.

— Jimin? —, diz ele e chega ao banheiro assim que entro na água quente. Fico em silêncio, deixando a água
escaldante lavar meus pecados.

— Você… —, sua voz falha.

AFTER - Depois da verdade  -  JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora