Quando criança, sempre dormia no mesmo horário, menos no sábado. Nesse dia eu me orgulhava por dormir às 22:25 e não às 22:00, me sentia um herói corajoso, mal sabia o pequeno eu
. 25 minutos era quase nada, só um pouco de vida.
Sempre que ficava com sono eu resistia, porque meu irmão falava que quem dormia cedo era coisa de bichinha e eu só queria dormir, sonhar, levar minha mente para um lugar longe muito, muito longe.
Na minha pequena cabeça era melhor dormir, e sempre havia o mesmo diálogo entre eu e um familiar :
-Para mim é melhor dormir, porque meus olhos descansam, meus bracinhos não se balançam e dormindo eu posso voar num unicórnio.
-Como você iria voar no unicórnio, pequeno?
-Uai, sonhando!
-Sonhos são coisas bobas.
-Não são não! A e eu esqueci o mais importante, eu tenho poderes na vida real.
Nesse momento a pessoa que eu estava dialogando já tinha desistido de mim. Eu ficava destruído.
Eu tinha o poder de teletransporte, ora bolas, se eu dormia no sofá e acordava na cama, eu teria poderes de teletransporte, não? É certo que o pequeno eu estava errado.
Desde quando era certo deixar uma criança se enganar, eu só queria ter poderes, e na brecha que eu tive eu acreditei com tanta força. E eu fiquei chateado quando eu descobri que era falso.
Meu teletransporte mágico era a minha mãe.
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Meu Teletransporte Mágico | Crônica
Short StoryComo deixaria uma criança se enganar ao ponto de pensar em ter poderes, tudo foi falso. Meu poder nunca foi real Escrito por : Pedro H. Sant'Ana
