Jardim

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       Estava no jardim sentado no pequeno banco branco olhando os passarinhos cantar, quando percebo que Linda vinha sorridente em minha direção. Seu sorriso era como a luz, era sua marca, como o sol que nunca parava de brilhar, era o alisseso da família Carvalho, da qual nos dois fazíamos parte. Mal sabia eu, que tudo estava preste a roe.
      -Oi. -sua voz era doce e suave.
      -O que você quer? -peegunto fazendo-me de bobo.
      -Você quer brincar no rio?-pergunta cantado.
            Balanço a cabeça tristemente, negando seu pedido.
      -Por favor,Victor!-pede juntando as duas mãozinhas perto do queixo.
       -Mamãe vai brigar.
       -Ela não vai saber.
       -Você diz isso porque ela só briga comigo, não com você.
        -Ela não vai saber, eu juro.
         -Ela vai...
         -por favorzinho!
         -Ela vai sentir sua falta.
         -Não vai não! Ela agora só liga para o bebê.
         -Não sei porque você está com ciúmes, ela pelo menos gosta de você.
                Linda me abraça. Todas as vezes que mamãe brigava comigo a gente se encontrava no rio e ficávamos abraçados. Um dia antes do meu inferno começar, Linda havia me dado seu camafeu, o qual o escondi a sente chaves.
         -Você quer brincar no rio?
         -Tá bom!

        O rio não era longe da fazenda, mas naquela manhã de sábado pareceu ser. Na noite passado havia chovido muito o que deixava o caminho escorregadio.
         -Acho melhor a gente ir. -digo.
         -Claro que não!Só....ahhhhhhh.....
               Linda escorregou e caiu dentro do rio,vejo no momento exato que bate a cabeça nas pedras sujando-as e em seguinda é levada pelo correnteza.
         Corro em direção a casa e conto para a empregada, sem perceber que mamãe estava escutando. Seu tapa em minha cara doeu, mas seus gritos por ter matado sua filha feriram minha alma.
         Meu pai me deu inumeradas citadas e mandou me  tracarem no quarto.
          Não fui ao enterro de Linda. Três dias depois fui mandado para casa dos meu tios, onde meu inferno começou.

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      Meu inferno começou assim que coloquei meus pés na maldita casa dos meus tios em São Francisco. Minha tia Sandra foi me espera no aeroporto. Era feia ao ponto de dar dó, bochechas inchadas e avermelhadas, lábios finos e nariz descascado, era a imagem do fracasso, mal sabia eu que ela descontaria toda sua frustração como mulher em mim.
       -Oi.-diz meu tio ficando do meu tamanho.
        -Responda moleque! -ordena-me dando um forte coque em minha cabeça.
        -Oi.-digo com medo.
         -Para que isso, Sandra?
         -Não basta a minha irmã me mandar esse assassino, ainda é mal educado, é o cúmulo!
              Queria ter gritado que eu não era assassino, mas o que mudaria?
        -Vamos entrar. -minha tia levou-me para dentro de casa, era possível perceber que a família era de classe média baixa. Havia dois sofás ao canto perto de  uma mesa em cima havia  abajur.
        -Você dorme aqui! -diz empurrando-me para debaixo da escada, que ficava ao lado esquerdo da porta.
             Meu quarto era a despensa, não havia cama, apesar um guarda-roupa vermelho e o resto do minúsculo quarto era cheio de tralhas.
       -Bem temos outro quarto.....
        -Dorme aqui! Você sabe porque! -Sandra diz olhando perversamente para Laércio.
            Depois do minúsculo quarto, mandara-me para o banheiro. Depois sentamos nós três a mesa, onde minha tia disse as regras.
       -Olha aqui moleque, nada de gracinhas, não mexer em nada,não abra a geladeira, não saia de casa, de preferência não respire!
       -Tá bom! -digo.
        -E não fale!
        -Não seja dura, Sandra!
         -Não me interrompa.

         
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     Dormir foi um pessadelo, de muitos que surgiram durante minha vida naquela maldita casa. O sol parecia ter preguiça de aparecer, o relógio parecia ter parado de funcionar, congelado o tempo. O monstro era cruel e desumano, sua maldade parecia contamina-me a cada toque.

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        Com o passar do tempo o inferno piorava, a cada dia,segundo, minuto eu era lembrado que havia matado Linda, não importava o que fizesse, era sempre o culpado. Eu cresce e a raiva também.
        Meus tios logo após a minha chegada adoraram um garoto um ano mais velho que eu, o garoto era insuportável, sua vontade era lei, era o senhor e eu seu criado, obrigara-me a suportar seus insultos, suas crises de raiva, transformara-me em seu saco de pancadas, seu alvo de brincadeirinhas sem graças, eu era um assassino e deveria pagar pelo meu pecado.
         Na escola eu era o esquisito que usava roupas velhas e usadas. Não tinha amigos, não possuía ninguém para conta os maus tratos que sofria,ninguém nunca se importou comigo e eu aprendi a nunca confiar em ninguém. Estava só para todo sempre.
        A cada aniversário, a cada ano, a cada primavera meu sofrimento aumentava, meus tios não se cansavam de me insultarem, de huminhare-me. Falavam o quanto meus pais me odiavam por ter matado sua filha. Durante alguns anos acreditei cegamente que meus pais iriam me buscar e que seríamos em fim uma família feliz. Em todos os meus aniversários esperava um telefonema, um telegrama ou pelo menos uma carta desejando feliz aniversário, mas isso nunca aconteceu, ao contrário, recebia bilhetes dizendo o quão indesejável eu era.
      Na tarde de terça-feira, depois que fiz os serviços de casa,fui para meu "quarto " fazer as atividades de Guto, ele e meus tios haviam saído e eu como sempre fiquei para fazer todos os serviços que minha querida tia não faz.
      Escuto a maldita campainha tocar, decido ignorar ,mas a maldita vizinha continua a tocar, obrigando-me a atender.
       

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⏰ Última atualização: Aug 24, 2022 ⏰

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