Stargazing | Dramione

01. Luto

Hermione estava sozinha pela primeira vez em sete anos. Ela se esforçou para se lembrar da última vez em que sua vida havia sido tão tranquila. Deve ter sido nos primeiros meses de seu primeiro ano, antes de fazer amizade com Harry Potter.

Não que ela não gostasse do caminho que aquela amizade a levou e certamente não o teria trocado por nada, embora houvesse uma certa paz simplista por não estar em guerra.

Ela não se surpreendeu com o fato de Harry e Ron terem optado por não voltar para Hogwarts e, em vez disso, terem entrado diretamente no treinamento de Auror. E, para ser sincera, provavelmente era melhor que ela e Ron não estivessem perto um do outro agora, dada a maneira estranha como haviam deixado as coisas. Embora tivessem compartilhado um beijo ardente em um momento repleto de tensão e emoção, Hermione não achou que fosse um começo propício para um relacionamento.

Se não fosse por outra razão, isso finalmente havia esclarecido Hermione sobre o fato de que quaisquer sentimentos que ela pensasse ter por Ron eram simplesmente o resultado de uma paixão juvenil, desenvolvida ao longo do tempo por meio de uma afinidade com as muitas coisas que eles haviam enfrentado juntos. Uma paixão que, ao que parecia, havia finalmente se dissipado após o fim da guerra.

O único problema era que Ron tinha visto as coisas de outra forma e, quando Hermione lhe disse que não estava interessada, ele tomou isso como um chute supremo em seu ego e fez mais barulho do que o estritamente necessário.

Além disso, Hermione havia se debatido profundamente em sua busca por uma maneira de restaurar as memórias de seus pais. Tudo o que ela havia lido, os curandeiros com quem havia conversado, tudo sugeria que isso era improvável e que qualquer tentativa poderia causar danos permanentes. A verdade havia esmagado Hermione como uma pedra no peito.

Não é preciso dizer que o fato de estar de volta a Hogwarts foi devidamente apreciado, mesmo que não fosse por outra razão que não a distração. Ela sentia falta de sua cadeira de leitura favorita, escondida perto da lareira em um nicho particular da biblioteca.

Inicialmente, Hermione havia se preocupado com o fato de a escola não poder reabrir tão cedo após a Batalha de Hogwarts, mas parecia que a magia antiga e inexplicável nas profundezas do castelo havia sentido a necessidade de reabrir para os alunos em setembro, e assim foi feito.

Como Hermione não estava tecnicamente no sétimo ano, não lhe foi oferecido o cargo de monitora-chefe, mas ela se sentia muito bem sem essa responsabilidade extra. No entanto, foi-lhe oferecido o cargo de monitora, que ela aceitou devido ao seu grande amor pelos banhos no banheiro dos monitores. Além disso, ela recebeu seu próprio quarto particular fora da sala comum da Torre da Grifinória, o que era extremamente agradável.

Hermione ficou surpresa com o fato de poucos alunos de seu ano terem retornado a Hogwarts. Além dela e de Neville na Grifinória, havia alguns Corvinais, dois Lufa-Lufas e dois Sonserinos.

Havia algo estranhamente reconfortante em saber que ela não era a única aluna presente que havia se envolvido significativamente na guerra, mas as experiências que até mesmo Neville, Ginny e Luna haviam enfrentado eram muito diferentes das suas.

A outra vantagem de ter seu próprio dormitório era que, quando os pesadelos atormentavam Hermione, na maioria das vezes, ela não acordaria nenhuma de suas colegas leoas

Harry havia dado o Mapa do Maroto a Hermione quando soube que ela estava voltando para Hogwarts, alegando que ela teria mais utilidade para ele do que ele. No início, Hermione não tinha a intenção de sair da cama de madrugada, mas, depois do primeiro mês, era notável como, de repente, quebrar algumas regras da escola não parecia tão significativo, quando considerado no contexto de que, no ano anterior, na mesma época, ela estava fugindo para salvar sua vida.