Me Deixe te Amar - (Danthur)

Estamos ficando sem tempo

Descanso era algo que Arthur e Dante almejavam no fundo de suas almas, as missões que eles participaram recentemente esgotou os dois de uma forma inexplicável tirando sanidade de ambos.

Depois que Kaiser e Joui se foram, Dante passou a morar com Ivete e Arthur, por mais que ele amasse ter seu próprio lar, as noites com a família eram incríveis, as noites em que eles bebiam juntos uma cervejinha, eram as preferidas de Dante.

E por ventura do destino, esse era um dos momentos em que Tutu e Gaspar desfrutavam da companhia um do outro, bebendo um drink gelado ao som de uma playlist aleatória do Spotify.

Eles aproveitavam da melodia para ficar em silêncio, até que Arthur diz em voz alta, após Dante comentar algo sobre ele saber tudo sobre o moreno, que existia coisas que o loiro não sabia sobre o outro.

"Por que você não consegue entender algo tão simples, Dante?" Indagou Arthur ao ver o homem negar repetidas vezes com a cabeça.

Dante não entendia como havia se enfiado numa situação como essa, eles estavam bem até algumas cervejinhas atrás. O loiro realmente queria entender o que Arthur estava tentando lhe dizer, talvez ele até soubesse do que se tratava, mas estava se fazendo de sonso mongo.

"Arthur, o que você tá tentando dizer?" Respondeu Dante esticando sua mão em direção a latinha que o outro segurava. "Me dá essa latinha, já deu de bebida para ti hoje!"

Arthur não estava bêbado isso era óbvio, ele apenas estava farto de esconder algo que é natural de acontecer e mesmo que as chances sejam mínimas, o Cervero sentia que era recíproco.

Desde que se conheceram, Arthur sempre sentiu algo diferente por Dante, a conexão que eles criaram depois de terem sido os únicos sobreviventes da Força D era algo indescritível. Arthur sempre quis entender os sentimentos de Dante por ele até porque o loiro era assumidamente hétero, entretanto o gaydar do moreno nunca errou e não seria possível que bem na sua vez, ele erraria.

"Dante, eu não tô bêbado!" Afirmou Arthur assistindo o loiro agarrar a latinha em sua mão.

"Isso é algo que um bêbado diria." Debochou do homem que segurou seu pulso fortemente. "O que você quis dizer com tem coisas que você não sabe? A gente nunca teve segredos um com o outro, por que tu tá metendo uma dessa?"

"Porque se eu falar o que eu penso não vai ter como voltar atrás, Dante!"

A mão de Arthur que segurava o pulso do Gaspar suava frio, era como se o medo tivesse consumindo ele. Dante estava realmente começando a entrar em pânico, ele não entendia o que o outro queria dizer e isso tava matando ele. Gaspar é uma pessoa inteligente para caralho, então por que as palavras de Arthur são tão fora da realidade para ele?

"Você é meu melhor amigo, cara." Suspirou soltando o pulso do outro que permanecia mudo. "Eu não sei como dizer isso." Passou sua mão fortemente sobre seu rosto.

"Arthur, você vai ser pai?" Dante parecia tão sério nesse momento que o moreno nem conseguiu rir.

"Não!" Respondeu rapidamente tentando não parecer afobado. "Eu gosto de você, Dante, tipo para caralho."

Silêncio, nem Dante e muito menos Arthur se atreveram a falar qualquer coisa. Para o moreno, ele já tinha dito coisas demais, era vez do Dante mostrar o que ele pensa sobre. Era extremamente agonizante os sons de suas respirações, o silêncio não parecia algo confortável, era sufocante e machucava cada vez mais o coração calejado de Arthur.

Eles estavam perto um do outro, a latinha que fora tirada da mão do Cervero encontrava-se derramada sobre o tapete velho de Ivete. Dante parecia carregar a informação tão lentamente que era patético, entretanto o loiro mantinha seus olhos focados no do outro.