As Máscaras

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Quando a gente vê essa superfície inquieta,
Com muros dentro de muros,
Como uma boneca russa.
Com camadas pequenas embaixo de camadas maiores,
Como uma cebola ela é,
Ela causa lágrimas,
Ela tempera vidas,
Adiciona um pouco de si,
E nunca passa despercebida.
Mas como transpor os muros sem causar impacto?
Como tirar a camada sem chorar um pouco?
Um iceberg maior do que se vê
Capaz de quebrar ao meio os "difíceis",
Causar impactos irreversíveis
Transformar a paisagem ao seu redor.
Nem todo mundo sabe a quantidade de muros,
Como foram construídos,
Como se mantém de pé.
Se, devem permanecer de pé.
Nem ela talvez saiba o nome de cada tijolo que os compõe.
Nem todo mundo vai saber contar direito cada camada,
Tirar com cuidado pra não cortar partes delas,
Nem todo mundo vai conseguir chegar na última camada,
Sem deixar cair pelo menos uma lágrima,
De misto de sentimentos.
Nem ela talvez saiba quantas camadas possui.
Ela é uma fortaleza cercada por muros e passagens secretas,
Que ela mostra só quando ela quer.
Ela é corpo,
Como um instrumento.
Ela é movimento,
Como a música.
Ela é força,
Que dá vida a muitas vidas,
Só por existir (resistir).
Ela sabe que tem impacto,
Que causa quando chega,
Que constrói quando faz,
Que tem o poder de palavras cortantes.
E que enxerga muito mal
A primeira vista,
Mas enxerga mais longe que muita gente telescópica.
É a face da tragédia e da comédia.
E ela se orgulha de ser.
Ela ama ser...
Mulher!

__________MCo

Memórias de Uma vida de Cárcere Onde histórias criam vida. Descubra agora