Capítulo 6 - Buquê de Flores

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Karen

Eu e Valério conversamos e decidimos que seria melhor não nos vermos por um tempo, para não tornar as coisas mais difíceis do que já eram e principalmente, para que esperança não piorasse a situação com as crianças. Então assim que ele foi embora, resolvi terminar o trabalho que Valério tinha interrompido e depois, quando não tinha nada para fazer, resolvi tomar sorvete enquanto assistia "Brooklyn Nine-Nine" para me animar um pouco. Acabei dormindo e acordei com o barulho da campainha.

Quando abri a porta, Ranya estava lá em pé com um saco de pão nas mãos.

--Bom Dia Tia – Ranya fala entrando e me dando um abraço.

--Bom Dia minha pequena, oque é isso? Faz muito tempo que você não toma café comigo. – Falei desconfiando daquela atitude.

-- KKKK bom eu senti saudade de fazer isso e o meu pai sugeriu que eu fizesse isso e visse como você está! – Ela falou.

-- Ahh entendi—Respondi e nos sentamos na mesa e comemos enquanto conversamos

-- Minha mãe está insuportável! Eu acordo de manhã com os gritos insuportáveis dela—Ranya começou a desabafar.

-- Ah já sabemos como é a Esperança, e seus irmãos? Eee o seu pai?

-- Bom, o Guilherme passa o dia jogando e nem liga para as brigas dos meus pais, o Tomás e meu pai ainda estão na mesma situação, e só piora para aquele calvo, ontem ele dormiu no sofá, eu realmente não sei porque eles não se divorciam logo? É péssimo ver eles brigando e eu queria de verdade o melhor para eles!

-- Te entendo, é difícil ver nossos pais brigando. As vezes é melhor que nossos pais se divorciem, mas sua mãe é muito difícil e ela não colabora. – Falei.

-- Sim, a minha mãe é a pessoa mais complicada do mundo, mas eu queria que ela se separasse do calvo e que conhecesse alguém que faria bem para ela. E o meu pai também, esse relacionamento não faz bem para ele e eu queria que ele se casasse com alguém que realmente fizesse bem para ele. – Ranya desabafou.

-- Eu concordo, mas acho que Esperança precisa de terapia, isso sim! Mas você não se incomodaria do seu pai se casar com outra mulher? – Perguntei com medo da resposta.

-- Bom se ele não for gay né KKKKKKK, mas não, não me importaria se essa pessoa fizer bem pra ele. E é claro que minha mãe também merece, mas ela realmente precisa fazer uma terapia primeiro. – Ela respondeu, eu fiquei aliviada e rir.

Terminamos o café e discutimos um pouco sobre o livro que tinha emprestado a Ranya, e ela falou que "Eleanor & Grey" tinha um desenvolvimento melhor do que todos os livros que ela tinha lido até então.

Depois, Ranya foi para a escola e eu fui começas o meu trabalho, escrevendo algumas matérias, até que minha campainha tocou e quando abri, um entregador estava em pé com um buquê de rosas vermelhas nas mãos.

-- Bom dia! Senhora Karen Diaz? – O entregador pergunta.

-- Sim sou eu! – Respondo e ele me entrega uma prancheta e uma caneta.

-- Por favor assine isso. – Ele fala e eu assino, em seguida ele me entrega o buquê e depois vai embora.

Eu fecho a porta e coloco o buquê sobre a mesa e peguei um cartão branco que estava no meio do buquê.

"Combinamos de não nos encontrar por enquanto, mas eu espero que fazendo isso, você acredite que nunca deixei de amar você, igual quando

estávamos na faculdade"

Era o que o bilhete informava. Inconscientemente sorri para o bilhete. Levei ele para o meu quarto e coloquei água, mas guardei o bilhete na minha caixa de lembranças.

Voltei a trabalhar e depois de algumas horas, começaram a bater com muita força na porta. Eu já imaginei que fosse Ranya ou Valério, mas infelizmente recebi a visita da pessoa mais insuportável que conheço.

-- Calma calma, o que você esqueceu Ranya?... Ah o que você quer Esperança?

Esperança entrou e começou a andar pela minha casa com raiva e eu fique sem entender o que essa doida estava procurando.

-- Qual o seu problema Esperança? Eu não te deixei entrar! – Perguntei tentando entender.

-- Eu que pergunto, O QUE CARALHOS VOCÊ QUER COM O MEU MARIDO SUA VAGABUNDA? – Esperança começou a gritar na minha cara com raiva.

-- DO QUE PORRA VOCÊ TA FALANDO? – Falei me perguntando do que ela sabia.

-- VOCÊ ACHA QUE EU NÃO SEI QUE O VALÉRIO VEIO AQUI ONTEM? A BLUSA DELE TA FEDENDO AO SEU MALDITO PERFUME. ENTÃO NÃO ADIANTA VOCÊ SE FAZER DE SONSA! – Já imaginava que ela pensaria em algo desse tipo e não da história toda.

-- Não aconteceu NADA entre nós dois Esperança! – Falei tranquila para ver se ela se acalmava.

-- MENTIROSA! EU SEI MUITO BEM QUE VOCÊ ESTAR DOIDA PRA DESTROIR O MEU CASAMENTO SUA PUTA! – Esperança começou a gritar muito alterada.

-- Calma aí você perdeu o juízo? Olha aqui, não aconteceu nada entre mim e o Valério ontem. Se você não acredita, eu quero que você vá tomar no cu. A minha consciência está limpa! E eu não vou discutir com você por que isso não vale o meu tempo! SAIA DA MINHA CASA AGORA! – Falei já sem paciência para as acusações estupidas de Esperança.

-- Eu vou sair, mas só quando entrar na sua cabeça que O VALÉRIO É MEU MARIDO! E que você NUNCA vai acabar com o meu casamento, entendeu!?

-- Pelo amor de Deus Esperança! Vocês brigam todo santo dia, não dormem juntos e até seus filhos não aguentam mais esse casamento, então seu casamento já está acabado a muito tempo. – Falei.

-- Como você sabe que não dormimos juntos? Ele te falou isso? – perguntei, como ela sabia disso? Como tinha tanta certeza disso?

-- Pelo Amor Esperança, sai da minha casa! Mesmo que a gente fale na sua cara, você vai achar que vive um sonho com o Valério, mesmo ele te odiando! O Valério te odeia Esperança! Ele odeia ficar com você, ter que conviver com você! – me desfoquei para não comprometer Ranya.

-- ISSO É MENTIRA! MAS MESMO QUE SEJA VERDADE EU NUNCA VOU DAR O DIVORCIO PRO VALÉRIO, MUITO MENOS PRA ELE FICAR COM UMA VAGABUNDA QUE NEM VOCÊ! – Esperança falou, ela nunca vai entender!

-- AFF MARIA, ESPERANÇA MESMO EU FALANDO A VERDADE NA SUA CARA, VOCÊ NÃO VAI ESCUTAR. ENTÃO VAI TOMAR NO SEU CU E SAI DA MINHA CASA.

-- Ok, mas se você procurar meu marido mais uma vez eu mato você! —Esperança me ameaçou com muita confiança.

-- Tá me ameaçando? Olha aqui, EU NÃO PROCURO O SEU MARIDO, COLOCA NA SUA CABEÇA QUE ELE QUER FICAR COMIGO E ELE SÓ CASOU COM VOCÊ PORQUE VOCÊ ENGRAVIDOU DO TOMÁS! – Falei e Esperança me deu um tapa na cara que eu não iria engolir.

Revidei o tapa e começamos a nos bater. Esperança puxou meu cabelo e eu depositei um murro em sua barriga, e não percebi quando Valério chegou e nos separou.

-- PAREM AS DUAS AGORA. – Ele falou e depois foi em minha direção.

-- Você está bem? – Valério me perguntou preocupado.

-- VOCÊ TA PREOCUPADO COM ELA!? EU SOU A SUA ESPOSA VALÉRIO! VOCÊ DEVERIA ME AJUDAR! E NÃO ESSA PUTA VAGABUNDA! – Esperança começou a gritar com raiva em nossa direção.

-- Esperança! QUANDO VOCÊ VAI ENTENDER QUE EU NÃO TE AMO! EU NÃO QUERO FICAR COM VOCÊ! ENTENDE DE UMA VEZ! – Valério falava sem paciência.

-- OK, MAS FIQUE SABENDO QUE EU NUNCA VOU TE DAR O DIVORCI, JAMAIS, MESMO QUE VOCÊ ESTEJA ME TRAINDO COM A MINHA IRMÃ!

De repente virei e encontro Ranya e Tomás olhando para nossa direção sem entenderem nada que estava acontecendo. E Ranya apenas falou: -- O QUE?

Sabia que Ranya não iria me perdoar e muito menos me aceitar.  

Família em ProblemasWhere stories live. Discover now