Cʜᴀᴘᴛᴇʀ 7

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As duas mulheres chegaram em casa há mais ou menos 3 horas. Estavam em silêncio, digerindo tudo o que tinha acontecido. Todas as revelações. Mina estava se sentindo mal por ver todo aquele sofrimento de Chaeyoung. Havia descoberto praticamente tudo sobre a vida da garota e agora entendia o motivo de ela ter ido atrás de um refúgio nas drogas. Era realmente um calmante para a mais nova.

Já Chaeyoung se sentia envergonhada. Não queria que Mina soubesse de tudo isso. Não queria mostrar esse lado frágil dela. Não queria contar sobre o passado e nem ver pena em seus olhos. Mas Mina não sentia pena, estava se sentindo orgulhosa e agora tinha certeza de que Chaeyoung era a mulher mais forte e guerreira que ela conhecia.

Sana tinha ficado com uma vizinha, estava brincando com seu filho pequeno, sem preocupações. Mina viu uma ótima oportunidade para conversar com a morena, já que estava começando a se incomodar com aquele silêncio.

— Chae — chamou baixo.

Mina estava sentada no sofá e Chaeyoung estava na cozinha. Fazendo nada, só não queria estar no mesmo cômodo que Mina, não sabia se estava preparada para qualquer coisa.

— Eu.

— Vem aqui.

— O que foi? — perguntou da cozinha.

— Vem cá.

— Diga, Mina — falou, rindo um pouco.

— Tá com medo de mim, é? — Chaeyoung suspirou.

Ela andou até a sala e encostou na parede, olhando para a mais velha.

— Diga.

Mina estendeu a mão. A morena olhou, um pouco recuada, mas segurou e sentou-se ao seu lado. Olhou diretamente para seus olhos, temendo o que veria ali. Mas ao contrário do que achou, ela viu eles brilhando. Sentiu uma calma passar pelo seu corpo e então relaxou completamente. Não tinha visto pena.

— Você está bem? — Mina perguntou.

— Agora eu estou.

— De verdade?

— Sim, Mina. Eu tô bem. Eu resolvi tudo o que queria, minha mãe foi presa, meu irmão está bem, meu pai também, vocês se conheceram e ele te tratou extremamente bem. Eu consegui sair do mundo das drogas e... E eu não estou mais sozinha. — Mina sorriu.

— Mas mesmo assim eu sinto que algo te incomoda, meu bem. — O apelido fez Chaeyoung se derreter.

Não era acostumada a ser chamada por apelidos e nem chamar pessoas assim. Nunca gostou. Mas a cada novo apelido que Mina a chamava deixava a garota toda boba. Estava gostando da sensação.

— Não é nada. Eu só não queria que soubesse tudo da minha vida assim... Sabe? Me senti tão... Frágil. Odeio me sentir assim na frente dos outros. — Mina iniciou um carinho em sua mão.

— Eu estou orgulhosa de você, Chae. Te admiro demais, você é a pessoa mais forte, corajosa e guerreira que eu conheço. — A morena sorriu. — Está tudo bem se sentir frágil, sabia? Somos seres humanos, é normal. E eu prometo que eu vou te ajudar a passar por tudo!! Jamais te julgarei, jamais vou te olhar com pena ou dizer que você é fraca, porque você não é. Eu sempre vou ressaltar o fato de que eu tenho um orgulho imenso de você.

— Você me faz feliz — falou olhando nos olhos da mais velha, com toda a intensidade possível.

— Você também. — Lhe roubou um selinho. — Acho que ter deixado você ficar aqui foi a melhor loucura que eu já fiz e eu não me arrependo de nada. — Sorriu.

— Você se apaixonou por mim no momento que viu o quão linda eu sou, pode assumir — se gabou e Mina gargalhou.

— Claro, claro.

From Strangers To Lovers - MichaengOnde histórias criam vida. Descubra agora