Perversa - A vingança

Capitulo I

1998...

Um barulho ensurdecedor faz a menina loira despertar... Ela estremece ao notar a chuva que açoita a janela.

Ela tem sede. Mas, o medo a toma... Lembra-se da história contada por seu primo Josh. Ele disse-lhe que trovões são gigantes a procura de crianças para comer. Ela se encolhe ainda mais em sua cama.

Mas, a sede e a vontade de ir ao banheiro a atormentam. Ela se contorce na vã tentativa de esquecer a vontade. Ela olha para o lado e vê que a casa esta escura. Tem medo, mas, é vencida pelas suas necessidades primitivas. Ela sai correndo ate o banheiro do seu quarto acende a luz e fecha a porta. Outro trovão e quase ela não tem tempo de chegar à privada, tamanho seu medo.

Já satisfeita por ter conseguido se aliviar, ela abre a porta devagar e espia o quarto. Será que os gigantes a descobriram?

Ela sabe que se seus pais a encontrarem acordada a essa hora e tendo essa atitude de bebê, algo inadmissível para uma menina de 6 anos, seria repreendida. Seu pai já havia lhe dito que tudo era mentira na outra vez em que correu e se escondeu embaixo da cama dos dois após ser acordada por um trovão. Ele, um alemão sisudo, não admitia a fraqueza dela. A xingou e a disse que ela devia dormir em seu quarto e provar que era uma Smith e que voltasse imediatamente pra cama. Sua mãe, a fitava com olhos doces, mas, nada disse.

Ela olhou a janela em que escorria as gotas de chuva e mais um barulho a fez se encolher. Mas, estava decidida. Ela não seria covarde... Levantou-se devagar e se dirigiu a porta. Abriu com receio e pôs sua cabeça pra fora. Anda de forma acanhada e temerosa pelo longo corredor que leva a escada. Desceu ainda tomada pelo medo pela escada. Como uma menina de seis anos poderia ser corajosa quanto à casa inteira parece um castelo mal-assombrado?

Um pé depois do outro. Agarrada ao corrimão da escada. Foi ate a cozinha. A chuva castigava a casa e ela emitia sons estranho que aumentavam ainda mais seu medo. Sombras estranhas se projetam na parede, parecem garras prontas a lhe agarrar. Ela engole em seco, mas, estava disposta a vencer seu medo.

Ela enfim chega a cozinha e encontra tudo escuro e quieto. Corre ate a geladeira e pega a garrafa de agua. Enche um copo e toma tudo de uma vez. Respira profundamente e prepara-se para voltar ao seu quarto. Leva o copo ate a pia e é quando um barulho a assusta. Apavorada demais, se esconde atrás da porta, em tempo quando seu pai passa seguido de um homem que não conhece.

Ouve suas vozes exaltadas. Se esconde ainda mais atrás da porta e espera. Se seu pai a pegar ali ela esta em apuros. Ouve outro trovão e estremece, a cozinha ainda esta na penumbra, iluminada pela luz da sala. Eles sussurram. De repente começam a se socar violentamente e mais homens entram na cozinha. Separam os dois e seguram o pai. De repente, entra um outro homem, ele é alto. Diz algo em uma língua que ela não conhece e é quando seu pai a vê...

Seus olhos se arregalam e ele diz gesticulando com os lábios: "Se esconda e fuja". Mesmo pequena, seu pai havia ensinado que quando ouvisse essas palavras era pra correr e se esconder. Não relutou. Apenas se escondeu. Viu quando um dos homens chegou e disse; "A criança sumiu". O homem disse: "Procurem e matem.". Ela tampou a boca e soluçou... Será que eram os gigantes?

Os homens falaram algumas coisas e arrastaram meu pai de volta a sala. Ouviu o som da voz de sua mãe sendo trazida pelos cabelos pra sala... Através do vão da porta, seus olhos azuis, precenciaram sua mãe sendo espancadas enquanto seu pai implorava para a deixarem. Viu quando um homem a jogou no chão e rasgou sua camisola e depois só viu quando virou de costas e os gritos de dor dela pedindo que parasse e meu pai chorando e implorando enquanto o homem perguntava: "Onde está?". Seu pai nada disse.

Não pensou, seguiu até a porta soluçando. Tinha que fugir. Os gritos de sua mãe eram cada vez mais altos e ela só viu a porta sendo aberta e seu tio Ethan a agarrou pediu silencio e a tirou dali. Só ouviu os tiros

Seu tio a segurava forte entre os braços e a carregou pra longe. Se esconderam atrás da vegetação, e viram quando os homens saíram e entraram em vans pretas e partiram... Dai, a pouco veio a explosão...

Sua casa e seus sonhos voaram pelos ares...

Ela soluçou e abraçou seu tio.

-Querida, eu vou cuidar de você....

Ela acorda assustada e suada. Outro sonho maldito.

Mesmo depois de todos esses anos, nunca se esqueceu. Eles pagariam.