Sem melhores opções

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Meus pés latejam, minha respiração esta ofegante e dor irradia por todo o meu corpo.

Eu não aguento mais.

Parece que estou correndo a horas, mas continuo a seguir pela estrada.

Já escureceu e tudo que consigo ver é o preto do asfalto e as sombras das árvores, as mesmas que sinto já ter passado várias vezes.

Uma forte rajada de vento atinge as feridas nas minhas costas, me causando tremores de dor que quase me fazem tropeçar.

Mesmo quando me sinto tonta e minhas pernas imploram para eu desistir e desabar no áspero e tão acolhedor asfalto preto.

Preciso pedir ajuda. Preciso achar Ethan. Preciso pedir ajuda. Preciso achar Ethan.

Esses pensamentos são praticamente o que ainda me mantém desperta para continuar.

Mas para ser sincera, eu não sei quanto tempo eu ainda vou poder aguentar.

Para a minha sorte, não precisarei descobrir.

Luzes brancas iluminam algo no canto da estrada. Um posto de gasolina!

Junto minhas forças e corro mais rápido.

Entro no pequeno posto.

As luzes de dentro são fracas e o lugar está vazio, exceto pela velha senhora de cabeça baixa atrás do balcão.

Me aproximo desesperada.

-O... Oi, você pre... Precisa me ajudar! Me... Meu amigo su... Sumiu! Sof... Sofremos um acidente. Vo... VOCÊ PRECISA ME AJUDAR! -Consigo gaguejar entre os ofegos desenfreados.

-Não se preocupe, garota, eu vou te ajudar.-Ela responde com uma voz assustadoramente grave, que me causa arrepios. Nem sequer levanta a cabeça para me olhar ou faz qualquer movimento para me ajudar, apenas continua concentrada mexendo em algo atrás do balcão.

-P... Por favor me ajuda.

-Eu já falei que vou te ajudar, garota. -Cospe as palavras com uma raiva animalesca, sem nem se dar ao trabalho de me encarar.

-P... Precisamos ligar para a polícia. Eu preciso achar meu amigo!

-Não.

A encaro, e então percebo que estou tremendo desde quando entrei.

-O...O que?!

-Você não precisa achar o seu amigo, ele é um peso morto!

-Olha s... Se você não vai me ajudar, então ao menos tenha a decência de me emprestar um telefone! - Explodo me aproximando brutalmente do balcão.

Péssima ideia. Péssima ideia. Péssima ideia

A velhinha assustadora atrás do balcão, não esta mais atrás do balcão. De algum modo a idosa, em segundos, conseguiu me prender contra a parede com sua mão imobilizando meu pescoço.

Estou em choque, principalmente por que agora ela me encara, era muito melhor quando eu não podia avistar seu horrendo olho esquerdo. Sua íris é totalmente branca e uma enorme cicatriz cruza desde a sobrancelha ao meio de sua enrugada bochecha.

-Garota burra, eu já lhe falei que irei te ajudar. Mas não com a ajuda que você acha que precisa.- Ela esbraveja em meu rosto - Vá para o banheiro feminino nos fundos, limpar o sangue seco do seu rosto, e depois volte .

Não sei se é seu semblante frio ou seu olhar assustador,-Que por sinal o fato dela ter um olho tão horrendo como aquele ajuda bastante-Mas não a desobedeço. Quando a velhinha me liberta de seu aperto, corro o mais rápido para ir ao banheiro.

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