— Urgh, eu tô morta — [Nome] dissera ao se acomodar na carteira escolar. Mesmo que os treinos práticos daquele dia tivessem acabado, eles ainda teriam as classes escritas. — Por que eles não colocam as nossas aulas antes dos treinos? Eles tem que arrumar essa grade de horários, pelo amor.
— Nem me diga! — Nejire concordou. — Olha como o pulguinha tá acabado — Se referiu a Tamaki.
Ele havia deitado a cabeça na mesa de sua cadeira — que ficava atrás da de [Nome] — usando seus braços como travesseiros.
— Não fala assim do meu neném, Nejire — Disse a [c/cabelo] se virando para ve-lo e fazer um cafuné nos cabelos azuis dele. — Ele só cansou, né amor?
Ele murmurou algo como "uhum" enquanto aproveitava o carinho.
— Não sei de que. A gente tem a mesma rotina, mas ele tá sempre acabado.
— Ah, é que ele não tem dormido muito a noite.
— Hmmmm, e por que não? — Com a cara de "eu sei o que vocês fazem pra ele estar cansado assim", Yuyu Haya perguntou. Um sorriso travesso se estavebeceu em rosto quando viu as orelhas de Tamaki corarem.
— I-Insônia, é p-porque ele tá tendo insônia esses dias — Pigarreou.
— Ele não tá nem com olheiras, [Sobrenome]. Só cansado mesmo. Acho que deve ser...
— [Nome] — Mirio, que havia sido chamado por um professor assim que as aulas práticas acabaram, apareceu na porta a chamando —, o professor Aizawa está te chamando. Ele perguntou se você pode ajudar ele no treino da turma 1–A. Ele disse que vai conversar com o nosso professor, caso você aceite, para não tomar falta.
— A sala do TokoFumi? Claro, eu posso sim, Togata — Disse se levantando. Mirio sempre chegava nos momentos certos (ou errados, às vezes, como quando ele interrompeu o quase primeiro beijo entre [Nome] e Tamaki atravessando a cara na parede que eles dois estavam atrás para perguntar ele se queria sorvete), mesmo sem saber.
TokoFumi era como ela apelidou Tokoyami, o calouro com cara de corvo que fazia estágio junto dela — ela escolheu esse apelido por que a lembrava a frase que ela mais dizia quando estava no Brasil, sua terra natal; "Tô com fome".
Mesmo com aquela aura meio "dark" que ele tinha, depois de conhecê-lo um pouco ela viu que ele só era mais na dele e com gostos maravilhosos para músicas. Eles tinham até uma playlist grunge no Spotify juntos, para ver o quanto em comum eles tinham quando se tratava músicas — óbvio, ela era bem mais eclética que ele, então playlist era o que não faltava. Por exemplo, se tratanado de Amajiki, ela tinha dois e estava fazendo mais uma.
— Ué, você não estava morta de cansaço, [Nome]?
— Eu? Jamais, nunquinha. Era só drama, Haya — Mentiu. Mas ela preferia se esforçar mais do que ser vítima das perguntas de Nejire sozinha enquanto seu namorado fingia de morto de tanta vergonha.
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— Okay, agora eu tô morta de cansaço mesmo. Acho que se eu andar mais eu morro — Disse voltando a se sentar em seu lugar.
— Você se esforçou muito, amor — Dessa vez fora Tamaki quem acareciara seus cabelos. — Desculpa não ter dito nada quando a Nejire e a Yuyu perguntaram aquelas coisas, eu fingi que estava dormindo.
— Ah, eu sei disso. Suas orelhas coraram na hora exata que ela perguntou porque você não estava dormindo, nem deu pra fingir que não vi — Ela riu. — Olha, eu te perdoo se você fizer aquilo pra mim.
— A-Aqui? — Ele corou. — T-Tem certeza, amor?
— Claro, ué. Por favorzinho, amor. Nunca te pedi nada — Refletiu por dois segundos, e depois se corrigiu. — Hoje. Eu nunca pedi nada hoje. Faz aquilo pra mim, amor, você sabe que eu amo isso.
— O-Okay... — Ainda corado, ele concordou.
O azulado ativara sua individualidade e, como já havia comido takoyaki antes da aula prática, transformou sua língua no tentáculo de um polvo. O tentáculo inicialmente alcançava de sua boca até perto da clavícula, mas depois encolheu e se transformou na língua do garoto assim que ele viu que Nejire estava encarando ele, assim como Mirio e Yuyu.
— T-T-Tamaki... e-era o truque da florzinha, amor, o da florzinha... — Nervosa, [Nome] gesticulou imitando a uma flor nascendo na palma de sua mão.
— Insônia, né? Uhum, sei bem o nome dessa insonia — Yuyu rira.