𝑉𝑜𝑐𝑒̂ 𝑆𝑜𝑙, 𝐸𝑢 𝐿𝑢𝑎 - 𝑚𝑜𝑜𝑛𝑠𝑢𝑛.

🌅- todos os riscos por você.

Você estava perfeita.

Seus cabelos negros caiam lindamente pelos seus ombros, lisos e brilhantes enquanto seu corpo quase que nu, coberto apenas por uma camisa de botões,  caminhava pela casa como se cada movimento fosse perfeitamente calculado e traçado em sua mente antes de pôr em ação. Parecia um eterno loop em que, você me viciava até em seu jeito de andar e minha devoção apenas aumentava. Eternamente grata me encontrava por ter-te a minha frente, banhada precariamente pelo sol que batia na janela.

Você é a mais pura forma de beleza existente.

Eu odiava o seu hábito de fumar, mas admito que o cigarro sendo segurado entre seus dedos finos enquanto a boca expulsava a nicotina em forma de fumaça, era algo tão belo quanto às pinturas de Van Gogh, era a prova viva de que ele se foi antes de pintar sua maior obra, entretanto, eu estava ali para te apreciar em tempo real. Eu lhe emolduraria enormemente ao centro de minha sala e toda vez que recebesse alguma visita, iria me gabar da mulher linda e tão estonteante que o destino pôs em meu caminho. Eu salivava pela cintura fina e o quadril bem formado, ambos se mexendo ao som de alguma música que não me importava o nome, ela se tornava insignificante perto das batidas de meu coração que ecoavam em bom volume nos meus ouvidos, era uma perdição, a ruína de todos os meus dias indo à igreja e louvando a um deus que eu nunca vi, mas eu via você e essa era a maior prova de quê, você é um anjo de pura magnitude, luz e sensualidade.

Sim, Deus é mulher e eu a beijava sempre que tinha oportunidade de o fazer.

As pernas marcadas com meus arranhões da noite anterior, tão deliciosas e feitas perfeitamente para minhas mãos se encaixarem enquanto lhe chupava gostoso em sua cama, e quando elas se fechavam em torno de minha cabeça com o desespero de chegar lá, seus choramingos, os gemidos em meu nome e o choro de prazer que faria meus vizinhos denunciarem tanto barulho... apenas lembrar a cena já me deixava pronta para lhe agarrar pelos cabelos e amar seu corpo com volúpia contra a parede da sala.

E eu estava lá: uma fiel telespectadora do seu espetáculo de bom dia, lhe admirando enquanto me apoiava ao batente da porta da cozinha, um braço cruzado e a caneca de café quentinho em minha mão livre. Eu vestia um moletom com seu cheirinho, era tão afrodisíaco e aconchegante. Lembrava o gosto da sua boca e o jeito que me beijava perdidamente, o jeito que me prensava na parede e agarrava minha cintura com uma posse descomunal e o lar que habitava em seus braços sempre que me encolhia entre eles, para logo em seguida, duas horas depois de nossas artimanhas, você me entregar para meus pais e eu entrar naquele lugar onde era obrigada a ir todos os sábados e domingos. O pastor dizia que éramos erradas perante Deus, nossos atos nos levariam ao inferno... bom, sorte minha que sempre preferi o verão.

Eles cantando amém ao senhor todo poderoso e eu gemendo seu nome em meus pensamentos impuros.

Nunca escondi minha afeição por você, minha religião não parecia pesar quando eu me molhava te admirando nas aulas de vôlei, essas que você usava shorts curtos e uma camisa transparente, mostrando o sutiã sempre preto e os seios fartos que me faziam arder de vontade de os engolir e massagear como minhas bolinhas pessoais antiestresse, eles eram tão perfeitamente feitos para se encaixar em minha boca que eu só faltava explodir de vermelhidão, por pensar em coisas tão fúteis e inadequadas em seu momento de lazer.

Quando me chamou pela primeira vez, com seu cumprimento cheio de atitude e sorriso galante transbordando ternura e gentileza, eu já sabia estar perdidinha em seus encantos e você nem precisou de muito. Nunca foi tão fácil me conquistar, você só precisava respirar pertinho de mim que eu até latia se pedisse.

Eu admito, amo você demais.

A amizade foi um tanto difícil de minha parte, ver você andando por aí com outras garotas e garotos me enchia de tristeza, meu coração se afundava em amargura e meus pulmões se esvaziavam pela ansiedade de querer lhe ter para mim, mas eu não podia. Não queria te assustar, afastar ou até mesmo oferecer o pouco que eu tinha, era injusto com uma mulher tão majestosa quanto você.