Eu te amo.

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Sabe quando você acredita que encontrou um sentindo para tudo?

Quando você idealiza alguém em sua vida e absolutamente tudo te faz levar à essa pessoa?

Você torna a pessoa tão importante que de fato põe ela em uma posição acima de tudo, inclusive de você.

É a ruína de qualquer ser humano.

Por alguém acima de si mesmo.

Já me encontrava assim.

Tudo a minha volta era feito com o intuito de agradar o Bruno ou satisfazer suas vontades.

O agradar era sinônimo de amor.

Mas aprenda, o amor não te cobra ser agradável, somente ser você mesma.

Não te molda, não te muda.

Te transforma.

Em um desses dias, ainda no incio, lembro-me que estava em casa, sem fazer nada produtivo e só queria ficar em casa.

Estava a sair do banho ainda de toalha e meus cabelos molhados quando meu celular tocou.

O Bruno me fazia um convite para sair, pensei em recusar, mas seus argumentos convenceu-me que seria divertido e me faria perder o estresse passado durante o dia.

Sempre teve uma lábia incomparável.

Disse que viria me buscar as oito e trinta.
Mas ao olhar no relógio já constatavam se tratava de oito horas.

Teria trinta minutos para me arrumar.

Me vesti com uma saia longa vermelha, um blusa preta e uma rasteira caramelo que conversava com as estampas existentes na saia.

Não me agradava olhar ao espelho, então logo terminei.

Fútil mania de procurar defeitos onde não existiam.

As oito e meia o Bruno já estava em frente ao meu portão.

Fui em sua direção, batendo os queixos com o frio que fazia ao lado de fora.

Dormir e ficar enrolada em uma coberta era tudo o que queria.

Mas era o Bruno, estava cega e sofria a pressão do medo de perde-lo.

Era difícil imaginar como seria sem ele e sem o carinho que ele mostrava ter.

-Está linda! -Disse com um sorriso de canto.

-Obrigado. -Agradeci.

Ouvir aquilo sempre me fazia bem.

Era do tipo que precisava ouvir alguém dizer que estava bem ou bonita para poder por um segundo me sentir assim.

Insegurança era o meu segundo nome.

Fomos em vários lugares e por último em um parque.

Foi agradável e estar com ele não importava o lugar, era mágico.

Paramos em um local do parque e compramos maçã do amor.

Parecia cena de um filme.

Não estou fantasiando, aconteceu.

-Sabe o que amo em você? -Perguntou.

- O que? -O respondi levantando a cabeça para fita-lo.

-Seu sorriso, tudo em você. -Disse tocando o meu rosto e sorrir ao ficar em silêncio.

-Eu te amo. -Concluiu e me beijou.

Ouvi pela primeira vez alguém dizer me amar, foi como sentir sentir minha alma sorrir.

Nunca havia ouvido isso de ninguém.

Sempre acreditei em tudo dito por Bruno.

A minha luta para atingir o David, havia afetado a mim.

Estava completamente apaixonada por Bruno.

Havia esquecido que um dia gostei de David.

Cheguei em casa, fiz um coque com meus antigos cabelos longos e peguei um livro para ler.

Ler antes de dormir sempre foi tradição.

A literatura é uma das minhas maiores paixões.

Comecei a ler um pouco e logo o sono chegou.

Antes de adormecer me vi tendo devaneios.

Adormecia com a imagem dele em minha memória e nada mais.

Seus olhos, seus lábios. Doce imagem daquele rapaz.

Sem ligar como isso poderia acabar, se é que isso podia acabar, só o enxergava.

Acreditei que o amava.

E cá entre nós, a primeira paixão é sempre muito barulhenta.

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