A história gira em torno de um grupo de adolescentes mergulhando nas reflexões do primeiro amor e na transformação pessoal que cada um pode experimentar. Através de suas experiências, o leitor é levado a uma viagem nostálgica, relembrando sua própri...
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“I never said it would be easy I'm never giving up, believe me”
~What They’ll Say About Us (Finneas)
9 de Agosto - Sexta-feira por volta do meio dia
Daniel entrou na sala de reuniões que fica no prédio administrativo e teve uma estranha sensação de déjà vu.
A última vez que entrou nesse lugar tinha 13 anos e estava na companhia dos pais. Só que na ocasião foi chamado para uma coisa boa: o treinador do time principal de basquete tinha convocado o casal Schmidt para propor que Daniel jogasse com os garotos mais velhos, alegando que seu talento ultrapassava o time infantil do colégio. Nas suas lembranças tudo dava a entender que a sala era muito maior, até a mesa longa parecia ter diminuído de tamanho. Ou talvez ele tivesse crescido demais.
— Pode sentar em qualquer lugar, Daniel. — informou a orientadora, Ariane. Que também parecia ter encolhido.
O adolescente se jogou para trás em um assento e ficou olhando para as grandes janelas com arremates pretos enquanto outros estudantes iam chegando. Na cadeira diante dele sentou Tatá. Daniel teria esquecido completamente dessa garota se ela não continuasse insistindo em mandar nudes, provavelmente tentando chamar atenção, só que dessa vez o rapaz de olhos azuis foi mais esperto e deletava tudo do celular antes que Lis tivesse a infelicidade de ver e surtasse por uma coisa tão besta.
Daniel a encarou de volta. Tatá mastigava chiclete, então fez uma bola que estourou alto. Só estava tentando intimidá-lo. Azar o dela porque Daniel nunca se deixava intimidar por ninguém. Um movimento repentino na porta chamou a atenção de todos. Para o desgosto de Daniel, Marcus Dell Greco também estava entre os alunos convocados para essa reunião. Ele sorriu quando entrou na sala e fez seu caminho para o lugar vazio ao lado do garoto de olhos azuis.
— Oi gatão — falou pegando nos ombros do colega de time.
Por sua vez, Daniel não foi tão amigável.
— Vou denunciar você como stalker e por ficar me assediando. — falou para Marcus. Tentando ignorar os olhares irritantes da menina à sua frente.
— Você não faria isso com seu futuro cunhado. — disse com uma magoa fingida. — Sabia que a sua mãe ficou muito animada ao me ver com a Sarinha. Ela e meu pai não paravam de falar disso.
Daniel revirou os olhos. Qualquer um que conhecesse Sarah minimamente saberia que aquilo foi uma encenação barata. A irmã só estava fazendo o que sabe fazer de melhor: afugentar qualquer um que tentava se aproximar demais. Daniel só não sabia quem foi a pessoa que saiu magoada dessa vez.
— Fiquei acordado a noite toda. Pensando. — Marcus continuou a dizer. — E acho que amo a sua irmã.
Daniel o encarou, os cantos da boca se retorcendo. Só podia ser pegadinha.
