Punch sabia que algo estava errado no exato momento em que Pat a ligou naquela tarde, ele não parava de dizer coisas desconexas, sua voz sofrida em meio a gemidos arrastados. Bem, obviamente ele estava no cio, isso não era nenhuma novidade, o problema real era justamente ele estar pedindo a ajuda dela .
Pat tinha aversão a recorrer a Ômegas durante o próprio cio. Ela não sabia o motivo, mas depois de muito insistir e ser rejeitada, apenas resolveu aceitar. Afinal, eles estavam juntos há anos e ele nunca cedia, então o que mais ela podia fazer?! Ele era seu Pat apesar disso, era seu noivo e seu amigo, mesmo que a parte do noivado tenha vindo de forma forçada, eles tinham conseguido fazer isso dar certo e eram um casal real agora.
Pat era ótimo pra ela, presente e preocupado com suas necessidades, estava sempre pronto para satisfazê-la, seja sexualmente ou emocionalmente. Punch o amava de forma que não seria possível pôr em palavras. Nem mesmo ela conseguia entender a profundidade de seus sentimentos.
A única coisa que faltava para selar o destino deles era que Pat concordasse em marcá-la, mas toda vez que tocavam no assunto, ele apenas ficava extremamente nervoso e insistia que faria isso só depois que eles se casassem. Não que ele parecesse ansioso pra isso acontecer. Ela ficava frustrada toda vez que ele procurava um motivo para que a data que ela sugerisse não fosse boa o suficiente, mas ela era paciente. Se ele não estava pronto ainda, ela simplesmente cederia e esperaria até o grande dia chegar e então ele não teria mais como fugir.
Quando Punch chegou a casa de Pat naquela noite e ele a tomou nos braços, a consumindo com seu calor, mesmo receosa, ela realmente teve esperança de que sua espera tinha acabado. Não podia ter sido mais ingênua. Durante as horas seguintes, Pat tomou tudo que pôde dela, de novo e de novo, mas a cada vez que ele gozava, mais dor ele parecia sentir. Seu nó nunca se formava dentro dela e em poucos minutos, tudo recomeçava. Tinha que recomeçar, ou ele sofreria. Ela nunca tinha sequer ouvido falar em tal coisa, Pat parecia prestes a uivar com tamanha necessidade. Ela se entregou a ele das mais diversas formas, seu corpo estava consumido pelo cansaço e Pat sabia disso, não tinha como não saber. Punch simplesmente desmaiou sobre a cama, o corpo frouxo nos braços dele, isso o fez ter vontade de chorar por um momento.
Pat nunca quis que ela tivesse que passar por isso, por pior que fossem seus cios, eles sempre passavam depois de cinco dias. Cinco dias em que ele tinha que se tocar sem parar, até que tudo acabasse e ele pudesse fingir que nada daquilo realmente tinha acontecido. Ele conseguia sentir seu corpo inteiro pedindo por algo que não podia ter, era isso que o torturava todas as vezes, era como se ao invés de marcar alguém, ele próprio tivesse sido marcado e não importava com quem ele se deitasse ou o quanto ele se tocasse, nunca seria o suficiente. Pat nunca estava realmente satisfeito.
Depois de dormir por, no mínimo, umas 10 horas, quando Punch acordou e não encontrou Pat no quarto, seu coração se encheu com uma angústia que ela tinha sentido apenas uma vez. Ela não queria ter que voltar àquele tempo, mas sem conseguir controlar, seus pensamentos a guiaram até o dia em que seus pais e os pais dele decidiram que estava na hora de finalmente firmarem um laço e noivarem. Pat estava machucado, hematomas arroxeados já se formavam em seu rosto e ele gritava na cara de seus pais que amava Pran.
Ninguém contou o que tinha acontecido, nem mesmo depois dela ter saído correndo da casa deles enquanto chorava, nem mesmo no dia seguinte, quando marcaram a data do jantar de noivado às pressas, mas Punch sabia. Ela conseguia sentir o cheiro de Pran misturado ao de Pat dentro daquela sala e sabia que eles eram amantes, mas decidiu, em nome do que sentia por Pat, esquecer que aquele dia tinha acontecido e seguiu em frente. Anos depois, quando Pran voltou pra casa e ele e Pat se encontraram por acaso, ela se sentiu segura o suficiente para lidar com a retomada da amizade deles. Ela era sua noiva de verdade agora e Pran tinha um namorado que parecia o amar, isso deveria bastar, mesmo que Pat nunca aceitasse torná-la sua ômega como Pran foi um dia.
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We belong to each other (A/B/O)
FanfictionDepois de tantos anos tendo que passar por cima de seus instintos e ter que se contentar em ser apenas amigo de Pran, Pat se vê desesperado enquanto enfrenta o pior cio de sua vida. Mesmo depois de ceder ao seu corpo nem sua noiva consegue afastar s...